Hoje é um dos feriados mais importantes para o povo baiano. A data marca a vitória militar dos brasileiros sobre os portugueses nas batalhas pela independência do Brasil.
Após o grito do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, militares portugueses não aceitaram a decisão de Dom Pedro e se mantiveram resistindo no país. Eles só foram vencidos e expulsos no dia 2 de julho de 1823, na Bahia.
Desde então, a data é considerada um marco importante em todo o país, mas é na Bahia que é mais lembrada e festejada.
Lula esteve no Estado para participar das solenidades e lá falou sobre uma proposta que encaminhou ao Congresso para transformar a data no Dia da Consolidação da Independência.
Uma fala sua, nesta mesma data em 2024, voltou à tona e chamou a atenção do historiador Rafael Nogueira, ex-presidente da Biblioteca Nacional. Em seu Instagram, ele comentou:
“É justo que brasileiros celebrem, com os baianos, o 2 de Julho. A data, pouco conhecida fora da Bahia, marca uma vitória decisiva sobre as tropas portuguesas, essencial para consolidar a independência. Mas não há lógica em opô-la ao 7 de Setembro, como agora faz o Lula, ao dizer que o 2 de Julho é a “verdadeira” independência do Brasil.”
Nogueira refere-se à fala de Lula em 2024 em que o presidente diz:
"Tem a independência que foi o grito do imperador, que a gente nem sabe se deu o grito mesmo [...] Mas nós tivemos a verdadeira independência do Brasil, que foi o resultado final da expulsão dos últimos portugueses em 2 de julho em Salvador, na Bahia. Ali houve luta e houve mulheres heroínas. Muitas mulheres que lutaram para garantir a independência"
Outro ponto problemático, segundo o historiador, foi o fato de Lula colocar em dúvida o Grito do Ipiranga:
“Ele ainda põe em dúvida o “Independência ou Morte” — fato testemunhado e amplamente divulgado à época. Foi tão relevante que o Parlamento de então o reconheceu como data máxima da nacionalidade. Isso é tentativa eleitoreira de reescrever a história. E às custas da unidade nacional. A independência, por definição, é um ato de separação política, uma decisão pública do líder que funda um novo Estado. Foi o que ocorreu em 7 de Setembro de 1822: Dom Pedro rompeu com Lisboa, o ato foi anunciado, e a guerra se seguiu.”, disse Rafael Nogueira.
No dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro anunciou que o Brasil se separaria de Portugal, mas isso não foi bem aceito pelos portugueses. A guerra foi declarada e o último conflito só foi vencido no Brasil no dia 02 de julho de 1823 na Bahia. Essa data é lembrada pelos baianos por ser a consolidação da independência e um dos principais feriados do Estado.
Aprofundando na História: 2 de julho e 7 de setembro
A independência brasileira fez parte de um longo processo que se acelera com a chegada da Família Real ao país em 1808. Esse acontecimento elevou o patamar político do país e promoveu o crescimento da infraestrutura urbana, econômica e cultural.
Em 1815, o país foi elevado a Reino Unido e, em 1816, Dom João foi coroado rei no Rio de Janeiro. O Brasil passava a ser assim o centro político do império português.
Tudo isso se justificava, na perspectiva de parte dos portugueses da época, enquanto o país europeu era dominado por Napoleão Bonaparte, mas após a derrota do imperador francês, o que impedia a volta da família real?
Uma revolução em Portugal, colocou no poder um governo provisório. Esse governo exigiu a volta dos Braganças. Com receio sobre o futuro de Portugal, Dom João voltou, mas deixando o filho no Brasil.
Dom Pedro passa assim a ser o príncipe que governa o país. Portugal e Brasil até tentaram por meios diplomáticos um acordo, mas não teve jeito, a falta de um consenso e a insistência portuguesa pela volta de Dom Pedro, fez com que o Brasil optasse pela separação.
No dia 7 de setembro de 1822, em São Paulo, após receber importantes cartas que incluíam recados tanto de Leopoldina quanto de Bonifácio, Dom Pedro proclama a independência do Brasil com a clássica frase: “Independência ou morte”.
Os portugueses não aceitaram essa decisão e entenderam como uma declaração de guerra.
Houve guerras no Grão-Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia e Cisplatina. Esses conflitos só foram acabar no dia 02 de julho de 1823 na Bahia.
A guerra de Independência da Bahia começou quando militares liderados pelo brigadeiro Madeira de Mello cercaram Salvador tentando manter a região sob controle de Lisboa.
Em resposta, fazendeiros do Recôncavo organizaram uma resistência e, com o apoio de tropas enviadas por D. Pedro I, os baianos contra-atacaram.
Em fevereiro de 1823, os portugueses invadiram o Convento da Lapa, onde a Madre Joana Angélica se sacrificou para proteger outras religiosas, tornando-se mártir da causa.
Também se destacaram Maria Quitéria, que se alistou como homem e lutou bravamente em diversas batalhas, e Maria Felipa, que liderou um grupo de mulheres no incêndio de embarcações portuguesas na Ilha de Itaparica.
A luta culminou na rendição de Madeira de Mello em 2 de julho de 1823.
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