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Política
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Dez vezes mais cara do que em 2020, campanha de Boulos apresenta resultados semelhantes

Há quatro anos, quando se candidatou pela primeira vez, Boulos recebeu 2.168.109 votos. Na eleição que se encerrou ontem, recebeu 2.323.901.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
28/10/2024 9:06
reprodução redes sociais

Guilherme Boulos (PSOL) teve um resultado semelhante ao de quatro anos atrás. 

Apesar de ter investido 10 vezes mais, o psolista aumentou apenas 7,2% em relação à ocasião em que perdeu para Bruno Covas, então do PSDB. 

Na ocasião, após o falecimento de Covas, devido a um câncer fulminante, ele foi substituído por seu vice, Ricardo Nunes (MDB). 

O atual prefeito obteve 59,35% dos votos válidos, um percentual muito semelhante ao de Covas, que na eleição anterior teve 59,38%.

Boulos conquistou 40,65% dos votos válidos, também votação muito semelhante à da eleição anterior. 

Investimento

O investimento feito pela campanha do Psolista foi o mais alto da eleição municipal de São Paulo. 

Ele gastou um total de R$81 milhões, dos quais R$44,1 milhões foram recebidos do PT, seu principal apoiador e R$36 milhões do PSOL, através do fundo partidário. Outros R$4 milhões foram levantados por meio de doações e financiamentos coletivos, totalizando R$81 milhões. 

A campanha de seu principal oponente, Ricardo Nunes, investiu R$49 milhões do fundo eleitoral e partidário de 12 partidos da sua coligação.

Na campanha realizada há quatro anos, o psolista contou com apenas R$7,58 milhões. Em valores atuais seriam R$8,33 milhões hoje. 

Dois anos depois, em 2024, ele gastou R$15,7 milhões de reais na contratação de impulsionamento para redes sociais e da prestação de serviços do publicitário Luiz Flavio Guimaraes Marques. 

Discurso também mudou

Não foi apenas o montante investido recursos investidos que mudou. O discurso adotado por Boulos também mudou. 

Em análise publicada em sua coluna em O Globo, Lauro Jardim ressalta o esforço do candidato para se apresentar ao público como moderado: 

“Em 2020, Boulos defendeu as ideias de esquerda que sempre defendeu, incluindo posições progressistas em relação às drogas, ao aborto e à segurança pública. Neste ano, mudou não só de camisa social e adotou um blazer nos debates como tentou adaptar-se ao figurino conservador. Abrandou suas posições de esquerda e até piscou para Pablo Marçal na reta final. O resultado da urna mostra o fracasso da tentativa.”

Também afirma que, embora não existam evidências de que, se tivesse mantido suas posições originais, Boulos teria conquistado mais eleitores, o fato concreto e mensurável é que sua tentativa de se apresentar como um candidato mais aceitável para os conservadores fracassou. 

A mudança no discurso do candidato do Psol é clara. Ao longo do período eleitoral, quando era questionado sobre pontos sensíveis em sua trajetória, como sua atuação à frente do MTST, ressalta que trabalhava pelo acesso à moradia, sem fazer referência às estratégias de ocupações de propriedades privadas organizadas pelo grupo. 

Também enfatizada que seus apoiadores, como a vice, Martha Suplicy, e o presidente Lula, não eram adeptos de estratégias radicais:

“Diziam que Lula ia fechar igrejas e isso nunca ocorreu”, foi uma das afirmações que realizou. 

PT em alerta

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após a derrota, comentou que "o PT vai ter que refletir sobre como voltar a ter protagonismo".

O vice-presidente da sigla disse que o partido errou ao apoiar Boulos: “Crônica de uma morte anunciada”. Washington Quaquá defende uma aliança com o “Centrão” para 2026. 

O cientista político Christian Lohbauer afirmou que o PT terá de fazer sua autoavaliação. Em sua participação na Cobertura das Eleições Municipais do Brasil Paralelo, ressaltou que a luta eleitoral para 2026 está iniciada e que o desafio do grupo é o de transformar a agenda de reformas de que o Brasil necessita em votos. 

Em sua campanha, além de recursos financeiros, Boulos contou com o apoio de figuras políticas de peso, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e os ex-prefeitos Fernando Haddad, Luiza Erundina e Marta Suplicy. 

Esta foi a primeira vez que o político enfrentou uma derrota eleitoral como líder político, e não apenas como representante de movimentos sociais. 

Em 2018, ele concorreu à presidência e, em 2020, à prefeitura, ganhando destaque por sua militância. 

Em 2022, ele se tornou o deputado federal mais votado por São Paulo, com 1.001.443 votos.

Em discurso nas redes sociais, após a derrota ele declarou que sua campanha restaurou a dignidade da esquerda brasileira. 

Ao se pronunciar após a divulgação da derrota, ele afirmou que não faria um "discurso de perdedor". Também desejou que os paulistanos tenham forças para evitar o pior:

“Eu me preocupo com o futuro da nossa cidade, com o que é a infiltração do Bolsonaro e do crime organizado na maior prefeitura do Brasil. Eu espero que o povo de São Paulo e do Brasil tenha forças para evitar o pior”. 

Disse também que é possível fazer política de um jeito diferente. E agradeceu a todos os seus apoiadores, principalmente de sua vice, Martha Suplicy e do presidente Lula: 

“Nos momentos mais difíceis dessa campanha o Lula me falou: siga em frente se você é quem você é. A única luta que se perde é aquela que se abandona, e nós não vamos abandonar jamais”. 

Os resultados do cenário eleitoral brasileiro indicam que a disputa para 2026 está aberta e que talvez seja necessária a reestruturação de partidos políticos tradicionais. 

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