O secretário-geral António Guterres abriu nesta terça-feira (23) a 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Em seu discurso, alertou sobre conflitos armados, violações de direitos humanos e a necessidade de fortalecer o multilateralismo.
Guterres abriu sua declaração reafirmando os princípios que levaram à criação da organização.
“Há 80 anos, em um mundo marcado pela guerra, líderes fizeram uma escolha: cooperação sobre o caos, lei sobre a ilegalidade, paz sobre o confronto”.
E continuou:
“Essa escolha criou a ONU não como um sonho de perfeição, mas como uma estratégia prática para a sobrevivência da humanidade.”
O secretário-geral destacou que o mundo vive um momento de múltiplas crises e que os países precisam reafirmar seu compromisso com o direito internacional.
“Nosso mundo se torna cada vez mais multipolar, e isso é positivo. Mas multipolaridade sem instituições multilaterais eficazes pode gerar o caos”, afirmou.
Sobre os conflitos atuais, Guterres fez menções diretas a três frentes: Sudão, Ucrânia e Gaza.
No Sudão, disse que “civis estão sendo massacrados, famintos e silenciados”, convocando os países a pressionarem pela proteção da população.
Em relação à Ucrânia, alertou que “a violência continua matando civis, destruindo estruturas e ameaçando a paz e a segurança globais”, e defendeu “um cessar-fogo total e uma paz duradoura, de acordo com as resoluções da ONU e o direito internacional”.
Ao falar sobre Gaza, classificou o cenário como o mais grave que já presenciou em sua gestão.
“A escala da destruição está além de qualquer conflito que vi em meus anos como secretário-geral. Nada justifica a punição coletiva do povo palestino e a destruição sistemática de Gaza.”
Guterres defendeu a adoção imediata de medidas para encerrar a violência.
“Sabemos o que é necessário: cessar-fogo permanente agora; libertação de todos os reféns agora; acesso humanitário pleno agora.”
O secretário-geral reforçou que a defesa dos direitos humanos deve ser central na agenda internacional.
“Direitos humanos não são um ornamento da paz, são o seu alicerce”, disse.
Ele também alertou para os riscos da impunidade.
“Vemos países agindo como se as regras não se aplicassem a eles. Vemos seres humanos tratados como menos que humanos. A impunidade é a mãe do caos e alimenta os maiores conflitos da história.”
Ao longo do discurso, Guterres insistiu que a comunidade internacional precisa fazer “cinco escolhas críticas”, sendo a primeira delas enfrentar a guerra.
“Hoje, a violência voltou com uma barbárie que nunca deveria ter sido permitida. Este capítulo não é opcional: é a fundação. E quando a fundação quebra, todo o resto também quebra”, declarou.
Ele ainda ressaltou a necessidade de reforçar o papel da ONU e das instituições multilaterais.
“Nenhum país consegue enfrentar sozinho uma pandemia. Nenhum exército pode parar o aumento das temperaturas. Nenhum algoritmo é capaz de restaurar a confiança quando ela se quebra.”
Para Guterres, a saída está na cooperação entre as nações.
“A melhor forma de silenciar as armas é aumentar o volume da justiça. A verdadeira segurança está na igualdade e na oportunidade para todos.”
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