Uma das mais importantes revistas do mundo publicou um texto avaliando como seria o futuro da esquerda brasileira sem Lula. Publicado no dia 23 de janeiro, o texto da The Economist aborda a recuperação de Lula e seu impacto na política brasileira. Enfatiza ainda a crise de identidade enfrentada pelo PT ante a incerteza de sua sucessão e seu estado de saúde.
Segundo a reportagem, o partido examina possíveis sucessores e os desafios que o PT enfrenta para se manter relevante. Ao mesmo tempo, sua base diminui e partidos de centro-direita ganham força.
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A matéria afirma que desde sua saída do hospital em dezembro, Lula tem adotado uma postura inteligente, tentando ocultar cicatrizes de cirurgias cerebrais de emergência, realizadas após um acidente doméstico. Aos 79 anos, mantém bom humor, brincando sobre viver até os 120.
Dizem que, mesmo tentando ocultar fragilidade, há incertezas sobre sua candidatura em 2026. Mesmo assim, o PT insiste em mantê-lo como principal nome viável. Segundo o jornal O Globo, Lula surpreendeu seu gabinete ao dar uma declaração dizendo que talvez não seja candidato, o que teria causado uma espécie de “frenesi” no partido.
Lula é a única figura popular do PT, cuja base encolheu com as mudanças no perfil do país.
O Brasil, antes uma potência industrial com forte presença sindical e católica, agora depende mais da agricultura de alta tecnologia e conta com uma crescente população evangélica.
Celso Rocha de Barros afirma que o PT enfrenta uma "crise de identidade" com o possível afastamento de Lula. Segundo a revista, o carisma e a história de vida do presidente foram fundamentais para conectá-lo à audiência, levando Obama a chamá-lo de "o homem".
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A matéria da The Economist afirma que durante seus dois primeiros mandatos (2003-2010), o presidente se beneficiou do boom das commodities e das descobertas de petróleo pela Petrobras, permitindo a expansão de programas sociais e redução da pobreza.
No entanto, sua sorte mudou com a queda dos preços das commodities e um escândalo de corrupção envolvendo o PT em 2014. Condenado em 2017, teve a sentença posteriormente anulada pelo STF.
Apesar dos escândalos, Lula permanece uma figura política proeminente, que venceu Jair Bolsonaro nas eleições de 2023.
Descrito como "um búfalo" por seu biógrafo, ele mantém sua energia e popularidade. A The Economist cita uma recente pesquisa do Instituto Quaest, realizada entre 4 e 9 de dezembro, que indica a vitória de Lula contra qualquer rival em 2026, embora a maioria dos brasileiros acredite que ele não deveria concorrer novamente. No entanto, uma pequena maioria dos brasileiros também disse que ele não deveria concorrer novamente.
No entanto, o levantamento divulgado hoje pelo Instituto Quaest revelou que, pela primeira vez, desde o início do mandato, a desaprovação do presidente chegou a 49% e superou a aprovação (que está em 47%).
No topo da lista de melhores candidatos está Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, um dos únicos nomes que Lula aceita como possível sucessor.
Segundo a matéria, Haddad é um pragmático, que defende a disciplina fiscal, o que gerou descontentamento dentro do partido. Ele é formado em direito, economia e filosofia, mas construiu sua carreira na política. Foi também o candidato derrotado por Bolsonaro na eleição presidencial de 2018.
O PT também considera nomes do nordeste como possíveis sucessores. Camilo Santana, ministro da educação, está ganhando visibilidade, enquanto Rui Costa, ex-governador da Bahia, enfrentou desafios como chefe de gabinete de Lula. Nenhum deles tem histórico de disputa presidencial.
Fora do PT, Guilherme Boulos foi cotado como provável sucessor de Lula. O deputado socialista de 42 anos ficou conhecido como parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Apesar de rejeitar suas origens na classe A e lutar pelos pobres, perdeu a eleição para prefeito de São Paulo por uma margem significativa.
A reportagem também apresenta a jovem deputada Tabata Amaral que, apesar de ser uma estrela em ascensão da esquerda, ainda precisa de peso político significativo, tendo obtido apenas 10% dos votos na eleição para prefeita de São Paulo. Seu parceiro, João Campos, prefeito de Recife, parece ter melhores perspectivas políticas, tendo sido reeleito com quase 80% dos votos. Ambos, com 31 anos, enfrentam críticas por sua suposta inexperiência.
Um dos focos da matéria é a fragilidade da esquerda quando Lula não está na disputa, permitindo que partidos de centro-direita dominem. O partido perdeu significativa presença municipal, com o número de prefeitos caindo de 624 em 2012 para 252 atualmente.
Sua base de apoio migrou do Sudeste industrial para o Nordeste, região mais dependente de auxílios governamentais. Isso representa um desafio para o PT, especialmente considerando que governos de direita também passaram a adotar programas sociais semelhantes.
“O PT costumava depender dos pobres organizados”, diz o Sr. Barros. “Agora eles dependem dos pobres desorganizados.” Enquanto Lula se prepara para sair, o movimento que ele construiu pode ter dificuldades para sobreviver a ele.
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