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História
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Principais ideias de Rousseau — o pensador que baseou a Revolução Francesa

Entenda as principais ideias de Jean-Jacques Rousseau, o teórico do contrato social e do bom selvagem, cujas ideias basearam a Revolução Francesa.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
6/9/2021 8:46
-

As principais ideias de Jean-Jacques Rousseau influenciaram as monarquias europeias da época, a Revolução Francesa, o pensamento de Karl Marx e ainda basearam grande parte da visão de mundo do pensamento modernista.

Rousseau, o escritor suíço, foi um dos mais importantes pensadores iluministas. Tratou sobre filosofia, política e foi compositor de música clássica.

Após a publicação de seu livro “Do Contrato Social”, o mundo nunca mais foi o mesmo.

O que você vai encontrar neste artigo?

As principais ideias de Rousseau

Rousseau era a favor da ideia de formação da sociedade através do “contrato social”. Segundo ele, os homens eram livres e bons, até que se uniram para formar sociedades e assim foram corrompidos e aprisionados pela propriedade privada. As principais teorias defendidas por Rousseau são:

  • contrato social – Rousseau fez um livro com o mesmo nome, no qual defende a filosofia política do contratualismo, explica mais adiante neste artigo;
  • estado de naturezaos homens na natureza sem a existência de sociedades;
  • pacto social – os homens decidiram se unir em povos, criando estruturas que retiram a liberdade individual;
  • a principal frase de Rousseau, que mostra parte de seu pensamento do estado de natureza – “O homem nasce livre, mas por toda parte encontra-se acorrentado”.

Qual é a principal teoria defendida por Rousseau?

Dentre suas obras, a principal teoria defendida por Rousseau foi o contrato social. Para ele, a formação das sociedades foi responsável por encerrar o bom tempo da liberdade e soberania individual que existia no estado de “bom selvagem”, o período da felicidade.

Para Rousseau, a ideia cristã de pecado original, vigente no seu tempo, estava errada. Ele rompeu com a tradição cristã.

Em sua “Carta a Beaumont”, Rousseau escreveu: “Não há perversidade original no coração humano”.

Ele fortaleceu o pensamento liberal ao afirmar que tanto a natureza humana quanto as vontades humanas são boas. Sendo assim, cada pessoa deveria viver plenamente a própria subjetividade e cumprir suas vontades sem a interferência de outras pessoas e ideias.

O escritor suíço afirmava que a natureza não pode se mover sozinha, nem realizar seus processos por si, sendo guiada pelo Criador. Dessa maneira, os sentimentos que surgem na alma humana são todos bons e devem ser vividos.

  • A ideia de que todas as vontades humanas devam ser vividas podem levar ao vício. Conheça o que é um vício e como escapar dele.

Para Rousseau, o ser humano de um passado remoto vivia em estado perfeito de realização pessoal na natureza, livre e sozinho. Então, sem se saber o porquê, o homem decidiu viver em sociedades, realizando contratos entre si.

Com o surgimento da sociedade começou a queda da humanidade, segundo ele. Deste seu pensamento, surgiu sua famosa frase:

O homem nasce bom, e a sociedade o corrompe”.

Em sua teoria, disse também que a propriedade privada causou a desigualdade e as mazelas da humanidade após a realização do contrato social.

Ele defendia a igualdade total entre todos os homens como ponto fundamental de uma boa sociedade.

Junto disso, defendeu a tese igualitarista de que todos deveriam ser tratados da mesma maneira, tanto politicamente quanto socialmente.

Na obra Discurso sobre a Origem das Desigualdades, Rousseau tratou a propriedade privada como causadora do fim da liberdade humana. Foi vista como um ato puramente egoísta e de rompimento com o mundo natural.

O iluminista afirma que, para conservar a propriedade privada, os homens passaram a formar famílias e criar normas sociais. Essas instituições visavam apenas excluir os demais que não fossem do grupo dos proprietários.

Dessa maneira, apenas por estes motivos, surgiram a moral ocidental e a busca pelo poder.

A religião, os dogmas, uma moral que vale para todos os homens, tudo isso era visto por Rousseau como parte da mesma estrutura de poder.

Para ele, essa era a origem do mal.

Rousseau era contra a educação e participação política das mulheres

Em sua obra “Emílio”, ou “Da Educação”, Rousseau afirmou que as mulheres não deveriam ter acesso às funções políticas nem aos estudos da mesma maneira que os homens. Afirmou que a natureza e a razão comprovam a inferioridade do sexo feminino.

Em um dos trechos da obra “Emílio”, na página 463 da edição da editora Bertrand Brasil, de 1992, ele diz:

“A procura de verdades abstratas e especulativas, dos princípios, dos axiomas nas ciências, tudo o que tende a generalizar as ideias não é da competência das mulheres, seus estudos devem todos voltar-se para a prática: cabe a elas fazerem a aplicação dos princípios que o homem encontrou.” (ROUSSEAU, 1992, p. 463).
  • Conheça o outro oposto, o que realmente pregava e quem foi Simone de Beauvoir, uma das principais feministas da história.

Rousseau contra as ciências e as artes

Na obra “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, Rousseau afirma que as ciências e as artes corrompem a moralidade humana.

Uma vez que ele defendia o encontro com a natureza e o aprofundamento nos próprios sentimentos como forma de encontrar a felicidade, as ciências e as artes apenas fortaleciam as amarras civilizacionais e afastavam o ser humano de sua realização.  

  • Conheça as principais ideias opostas as de Rousseau, defendidas por um dos maiores nomes da Filosofia: Santo Agostinho.

A solução política segundo Rousseau

Para acabar com o problema advindo da vida em sociedade e da propriedade privada, Rousseau propôs a soberania popular.

De acordo com sua teoria, após o fatídico contrato social, os homens só conseguiriam viver bem se passassem a viver em países pequenos onde a vontade da maioria se cumprisse, independente do que fosse decidido, já que o homem é bom.

O Estado deveria intervir em todas as situações que a soberania popular decidisse ser necessário.

A propriedade privada deveria ser abolida ou controlada pelo Estado para que se corrigissem as principais mazelas da humanidade.

A influência de suas ideias

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Comuna de Paris. Movimentos revolucionários foram influenciados por Rousseau.

Em 1764, Rousseau foi convidado para redigir um projeto de constituição para a ilha Córsega.

Algumas partes do projeto e das principais ideias de Rousseau foram aplicadas nas instituições políticas e sociais da Córsega.

Em 1770, o rei da Polônia, Stanisław Augusto, também lhe encomendou que elaborasse um projeto de uma nova constituição para seu país. Em 1772 ele terminou as “Considerações ao Governo da Polônia”.

As reformas previstas no seu projeto foram aplicadas na Polônia do Rei Stanisław.  

Rousseau também influenciou os principais líderes da Revolução Francesa.

Robespierre, o principal líder da Revolução, era um grande admirador do escritor suíço, cuja obra tomava como fundamento de suas ações.

Segundo o pesquisador Bertrand Russell, a obra de Rousseau, Do Contrato Social, “tornou-se a bíblia da maioria dos líderes da Revolução Francesa”.

Para aplicar as ideias de Rousseau, uma grande revolta foi promovida na França no ano de 1789. Apenas neste ano, aproximadamente 144 mil pessoas foram assassinadas pelos revolucionários.

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Além das influências causadas em vida, posteriormente Rousseau influenciou os principais movimentos políticos da história da humanidade: o liberalismo e o comunismo.

  • O sistema político moderno que não é nem capitalista, nem comunista: conheça o Distributismo.

Rousseau e o liberalismo

Rousseau foi um dos principais fortalecedores do movimento liberal. Embora a ideia já existisse e se espalhasse pela Europa antes de seu nascimento, suas obras fortaleceram esta filosofia de vida.

Rousseau defendia a completa liberdade moral dos indivíduos, apenas limitada em alguns aspectos por poucas leis civis.

Em sua filosofia, ele afirmava que o ser humano só seria feliz quando realizasse as suas vontades, sejam elas quais fossem.

Para alcançar este estado de beatitude terrestre, era necessário afastar-se da moral clássica, do pensamento elaborado entre a síntese da filosofia grega clássica com o cristianismo, como explicado no artigo sobre a cultura ocidental.

Rousseau defendia que as tendências da alma humana eram todas boas, o que levou ao pensamento liberal.

Também defendia a liberdade religiosa garantida pelo Estado, uma das teses do liberalismo.

Ele fortaleceu o pensamento liberal nas instituições políticas europeias e também no imaginário popular, devido a sua grande influência política e social em seu tempo.

Além disso, ele também era contrário às instituições tradicionais da sociedade, em sintonia com o liberalismo.

Rousseau era avesso a ideia de monarquia, de hierarquia e de tradição, era contrário à ideia de família como uma instituição boa e necessária.

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