A queda do muro de Berlim significou diversas realidades humanas, não apenas a falha do socialismo e a vitória do livre mercado. Após anos de batalha sangrenta entre alemães orientais versus soviéticos, o muro foi enfim rompido, e a Alemanha se unificou novamente. A geografia e a geopolítica global foram alteradas. O significado da queda do muro de Berlim ecoa até hoje das mais variadas maneiras, possuindo sentido até mesmo para o Brasil contemporâneo.
A Alemanha Oriental estava sob o jugo totalitário da URSS. Érica Rieamann foi presa aos 14 anos, em 1945, por haver desenhado um laço na imagem de Stalin, exposta na sua escola.
Ela foi sentenciada a 10 anos de prisão em um antigo campo de concentração.
Esse não era um fato isolado, mas era prática comum do regime comunista.
Diante desse cenário, os alemães do oriente passaram a ir em massa para o lado ocidental.
Entre 1950 e 1961, aproximadamente 3,5 milhões de pessoas migraram da Alemanha Oriental para a Ocidental.
Esse cenário prejudicava a União Soviética. Sem muitas opções, os comunistas começaram a construir o muro no meio da madrugada, justamente para evitar outro deslocamento em massa já no dia seguinte.
Esse é um dos principais significados do muro de Berlim: impedir os cidadãos de regimes comunistas a migrarem para sistemas capitalistas.
Revoltas populares e derramamento de sangue
Após a madrugada de 13 de agosto de 1961, muitas famílias ficaram separadas por mais de 20 anos.
Durante a construção do muro, havia a “linha da morte”: aqueles que tentassem atravessar a fronteira, eram prontamente baleados por um soldado soviético.
Rapidamente, o muro ficou pronto e foi sendo reforçado até a sua queda.
Em 1962, o muro já possuía 155 quilômetros de extensão e rodeava toda a Berlim Ocidental.
Berlim ficava por inteira na área soviética; portanto, a parte ocidental era uma ilha capitalista.
Mapa de Berlim na época da divisão entre comunismo e capitalismo.
Neste mesmo ano, um segundo muro foi construído com distância de 100 metros para com o segundo, formando uma área cheia de guaritas com soldados armados, tornando impossível a travessia.
Durante todo o tempo no qual o muro de Berlim ficou de pé, houve protestos dos habitantes da Alemanha Oriental.
Nesses 39 anos, mais de 100.000 tentaram ir para o lado ocidental, mesmo com o gigantesco muro.
Outras 2000 pessoas foram encaminhadas para interrogatórios e nunca mais foram vistas.
O povo unido derruba o muro
Alemães destruindo o muro de Berlim por conta própria.
A partir de 1989, o bloco comunista passou a sofrer grandes crises econômicas e sociais.
Para conhecer mais sobre o período da queda do muro de Berlim, confira o vídeo do canal Hoje no Mundo Militar.
O governo comunista já não conseguia sustentar suas próprias estruturas, principalmente seu sistema de repressão social.
A crise econômica diminuiu o poder de controle da União Soviética, levando à queda da Polônia e da Hungria.
Os povos destes países já estavam se manifestando desde alguns anos anteriores, fazendo crescer o movimento anticomunista cada vez mais.
Em 1989 o povo consegue derrubar a ditadura soviética na Polônia, e os húngaros destroem a cerca que os separava da Áustria, fugindo aos milhares para a Europa ocidental.
Cada vez mais os povos dominados pelo totalitarismo soviético se rebelavam, até o movimento anticomunista chegar com força total na Alemanha em 1989.