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Atualidades
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Sumir da internet custa caro — saiba por que há pessoas que estão dispostas a pagar

Milionários, executivos e famílias em situação de risco estão no grupo cada vez maior de pessoas que temem o anonimato.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
2/6/2025 20:08
Canal Tech

Imagine viver em um mundo onde tudo é “rastreável”,  menos você. Em plena era da superexposição digital, cresce nos Estados Unidos um mercado para quem deseja sumir da internet: sem rastro, sem histórico, sem localização. De bilionários do universo cripto a famílias em situação de risco, cada vez mais pessoas estão dispostas a investir alto para conquistar aquilo que virou artigo de luxo: o anonimato. E, nesse jogo, desaparecer virou mais do que um desejo — virou estratégia.

O negócio da invisibilidade

É aí que entram empresas como a HavenX, que oferecem consultoria em “privacidade extrema”. 

No site, a empresa se descreve como “especializada em privacidade, proteção e gestão de reputação, oferecendo serviços personalizados de alto nível para cidadãos, empresas e organizações.”

Dizem que sua especialidade é manter seus dados em sigilo — e que atuam com medidas de segurança online e física para proteger os clientes, duas famílias, seus negócios e reputação.

Seus clientes recebem instruções detalhadas sobre como apagar seus rastros digitais e físicos: 

  • cartões de crédito virtuais com nomes falsos, 
  • múltiplos números de telefone, 
  • endereços camuflados em fundos fiduciários, 
  • celulares sem conexão direta com o usuário real. 
  • Em alguns casos, até roteiros prontos para explicar aos vizinhos por que ninguém consegue encontrá-los online.

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Vida sob disfarce

Segundo a revista The Atlantic, o CEO da HavenX, Alec Harris, é praticamente um personagem saído de um filme de espionagem.
Vive com a família numa casa que oficialmente pertence a um truste e usa métodos sofisticados para manter sua identidade protegida. Mesmo os brinquedos de cachorro no jardim são cenográficos — pura distração.
Pedidos da Amazon? Vão para a UPS, uma conhecida empresa de logística. 

Uber? Ele indica um cruzamento próximo. 

A TV da sala? Conectada com e-mails e senhas temporárias criadas só para isso.

191 cartões e 10 números de telefone
Harris também divide sua vida em camadas invisíveis: tem mais de 190 cartões de débito digitais, cada um vinculado a um fornecedor diferente. Sua navegação online passa por múltiplos IPs, e o celular carrega vários números — todos separados por função. Em casa, guarda celulares descartáveis, chips internacionais, uma bolsa Faraday e um passaporte que não revela o endereço. Tudo parte de um sistema pensado para não deixar rastros.

Clientes que não podem aparecerA clientela é variada: executivos que enfrentam chantagens, famílias ricas que temem sequestros, e investidores de criptomoedas que não confiam em bancos. 

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Cansativo, mas necessário

Mas viver assim não é só caro. É complexo. Cada decisão cotidiana vira um cálculo de risco. Harris já teve que improvisar mentiras para cadastrar serviços de água e luz, convencer funcionários de que é administrador de imóveis e até montar desculpas para o endereço da escola dos filhos. Ele chama isso de “logística da privacidade”.

Uma família discreta

A esposa, Ellyn, demorou a se adaptar. Psicoterapeuta, ela inicialmente achava tudo exagerado — até perceber a paz de espírito que o anonimato trazia. Hoje, a família inteira vive dentro de um protocolo: nomes fictícios para entregadores, códigos para amigos, explicações prontas para vizinhos.
“Aos poucos, a paranoia dele virou minha”, brinca.

O guru que sumiu

Boa parte desse sistema foi inspirado em Michael Bazzell, ex-policial que virou referência global em estratégias para “desaparecer”. Após ensinar milhares a fazer o mesmo, Bazzell sumiu da internet e hoje atende apenas por aplicativos criptografados, usando pseudônimos. Seus livros e podcasts viraram bíblias entre os obcecados por privacidade.

O luxo de não ser encontrado

E o mercado só cresce. Empresas como a HavenX se especializam em resolver “casos exóticos” — quando a segurança tradicional não dá conta. Um cliente, por exemplo, pediu que dois jatos iguais fossem posicionados lado a lado na pista de um aeroporto. Só no último minuto escolheria em qual embarcar. Em um mundo onde o risco está em todos os cantos — físicos e virtuais —, cada detalhe conta.

Sumir custa tempo, dinheiro e equilíbrio emocional. Mas para quem tem muito a perder, não é exagero. É prevenção. Como resume Harris: “A verdadeira privacidade não é um direito. É um trabalho em tempo integral.”

No Brasil, o anonimato pode esbarrar em impedimentos legais

No Brasil, a maior parte das práticas descritas no texto, como o uso de múltiplos números de telefone, celulares descartáveis, ou estratégias para proteger a privacidade pessoal,  não são ilegais em si, desde que não envolvam fraude, falsidade ideológica ou obstrução à Justiça.

No entanto, há limites legais claros: utilizar nomes falsos em cadastros, criar cartões de crédito com identidades fictícias ou fornecer informações enganosas a órgãos públicos (como concessionárias ou escolas) pode configurar crimes como falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal), uso de documento falso (art. 304) e até lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98), caso haja ocultação de patrimônio com finalidade ilícita.

Além disso, impedir intencionalmente o cumprimento de ordens judiciais pode ser interpretado como obstrução à Justiça. Assim, embora medidas de proteção à privacidade sejam permitidas, “sumir” completamente — como propõe o modelo da HavenX — exige cuidados para não ultrapassar os limites da lei brasileira.

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