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Solidariedade em meio à incerteza: a realidade dos abrigos do Rio Grande do Sul vira estatística
A crise humanitária se mistura ao desafio de proporcionar conforto a um número de desabrigados que equivale à população de uma cidade inteira.
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Cidades inteiras aglomeradas em vários galpões. É esta analogia que ser utilizada para representar o Rio Grande do Sul neste momento de recuperação inundações causadas pelas enchente que atingem o estado desde 26 de março À medida que as águas baixam em algumas regiões, em outras a esperança de voltar para casa diminui a cada gota da chuva que voltar a cair.
A Secretaria de Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul divulgou hoje (24) o Censo dos Abrigos onde se encontram temporariamente as pessoas que perderam tudo nas enchentes.
De acordo com o censo dos abrigados divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 65.069 pessoas estão vivendo em abrigos no estado. Destes, 27% são crianças ou adolescentes.
O relatório apresenta um balanço completo sobre o número de abrigos, as faixas etárias das pessoas que vivem neles e as necessidades específicas de cada centro de acolhimento. No entanto, a dúvida que persiste para muitos é por que ainda há tantas pessoas que precisam viver nessas condições.
A Brasil Paralelo mapeou os perfil de quem ainda está abrigado e os motivos porque muitas dessas pessoas ainda não têm outro local para ficar.
Famílias inteiras perderam tudo
Vivendo em um abrigo de Porto Alegre, Thailane Meine contou a um grande portal de notícias que está ali com a filha pequena. Não informou se tem parentes na região ou outro local para permanecer.
A enfermeira Daniele Souza, que atua como voluntária em um abrigo de Cachoeirinha, contou que, dentre os que ainda estão abrigados, há muitos que não tem casas de parentes para onde possam ir.
Também há famílias em que todos os parentes tiveram as casas inundadas, não restando outro lugar onde elas possam estar além do abrigo.O mesmo é relatado por um voluntário que está trabalhando em Porto Alegre. No abrigo montado em uma paróquia os que estão permanentemente são aqueles que não têm parentes no estado ou famílias inteiras que tiveram as casas inundadas.
Um número grande de abrigados é de idosos
Por fim, Souza relatou que entre os abrigados há muitos idosos que já viviam sozinhos antes da inundação.
O Censo confirma a informação da enfermeira. Aponta que há 6.999 idosos entre os abrigados. Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora da unidade de atenção à pessoa idosa do Rio Grande do Sul, Cátia Siqueira, afirmou que o estado gaúcho é o mais envelhecido do país.
O censo do IBGE de 2022 apontou que há 110 idosos para cada 115 crianças no estado, o índice mais alto do Brasil. Devido a esse cenário, Siqueira afirmou que será preciso redobrar a atenção a essa população na situação de calamidade.
Quem não tem para onde ir relata que está sendo bem recebido
Dentre aqueles que não tem casas de parentes ou amigos para onde ir, estar no abrigo também tem sido uma forma de receber amor. Thailane Meine está com sua filha bebê em um dos abrigos de Porto Alegre. Ela relatou a um grande portal de notícias que o cuidado que tem recebido é maravilhoso.
Uma voluntária que prefere não se identificar contou que no centro de acolhimento no qual trabalha as pessoas têm feito questão de montar as camas com ursinhos para as crianças.
“É uma forma de dar o mínimo de dignidade às pessoas. Para o adulto já é difícil, para uma criança que não entende nada é pior.”, contou em entrevista à Brasil Paralelo.
As fortes chuvas que voltaram a cair ontem na região abalaram a esperança de muitos de retornarem para casa. Para essas pessoas, resta apenas esperar nos abrigos até que as águas recuem.
Enquanto isso, o consolo tem vindo do carinho oferecido por aqueles que não esperam nada em troca.
O que fazer em caso de emergência?
Voltou a chover nas regiões já inundadas. Se você estiver em perigo, ligue para:
190 (disque emergência) ou 193 (bombeiros).
Sua vida é muito importante, peça ajuda!
Como ajudar de longe?
Sabemos que cada um de nós gostaria de ajudar. Se você está distante, isso pode ser feito por meio de doações.
Para oferecer suporte financeiro, recomendamos algumas instituições confiáveis que estão organizando campanhas de arrecadação de doações:
PIX: 27631481000190
PIX: 04580781000191
PIX E-MAIL: SOSRS@FEDERASUL.COM.BR
THOMAS GIULLIANO E ACADEMIA SMALL FIGHT
PIX E-MAIL: THOMAS.GIULLIANO@GMAIL.COM
PIX CPF - LUCAS FERRAZ: 008.768.770-48
BADIN COLONO E PRETINHO BÁSICO
PIX E-MAIL: enchentes@vakinha.com.br
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