Pressionada, ministra da Saúde irá à Câmara prestar esclarecimentos

Na próxima quarta-feira (10 de abril de 2024), a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados receberá a ministra da respectiva pasta, Nísia Trindade.

A vinda tem o intuito de esclarecer para os parlamentares, principalmente, as medidas adotadas pelo governo no enfrentamento à dengue.

Os requerimentos que trazem Nísia à Casa Legislativa são de autoria dos deputados Célio Silveira (MDB-GO), Dr. Francisco (PT-PI), Silvio Antonio (PL-MA) e Rosângela Moro (União-SP).

Silveira ressaltou, no documento apresentado por ele, a sua preocupação com o aumento significativo de casos de dengue no Brasil.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, até o momento, 1.020 óbitos por dengue foram registrados no país este ano, com mais 1.531 mortes sob investigação. O número total de casos confirmados da doença ultrapassa os 2,6 milhões.

Já o requerimento de Rosângela Moro quer que a titular da Saúde teça esclarecimentos sobre a nota técnica que liberaria o aborto até o nono mês de gestação. Após repercussão negativa, a pasta recuou e anulou a publicação do documento.

A audiência está prevista para iniciar às 9h30 no plenário 7 das comissões.

Nísia sob pressão

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, já deu demonstrações de sua insatisfação com a atuação da ministra da Saúde.

Lira enviou um requerimento de informação à Nísia exigindo esclarecimentos sobre os critérios de liberação de recursos direcionados por parlamentares.

A ação vem em resposta a alegações de que o Ministério da Saúde realizou repasses de emendas para municípios abaixo das expectativas no final de 2023.

O gesto de Lira foi visto como uma clara ofensiva contra a comandante da Saúde, já que os presidentes das Casas Legislativas não têm costume de enviar este tipo de requerimento.

Destaca-se ainda que alagoano apresentou apenas três propostas legislativas neste mandato. Duas cobram informações de Nísia.

A ministra também foi alvo de parlamentares da oposição. As cobranças se intensificaram após a publicação da nota técnica.

Além dos deputados, Nísia foi cobrada publicamente por seu chefe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em uma reunião ministerial. Nísia chegou a chorar e precisou ser amparada pela primeira-dama Janja da Silva. 

Mesmo sob clima de instabilidade, a ministra não tem perspectiva de deixar a pasta.