Em uma cena chocante, moradores do Complexo da Penha saquearam carga roubada em frente a um veículo blindado da Polícia Militar, conhecido como “caveirão”.
O incidente começou quando criminosos armados roubaram um caminhão da Transporte Tozzo, que levava uma carga de carne da Friboi.
Os bandidos obrigaram o motorista a entrar na comunidade, onde a carga foi descarregada.
As embalagens foram expostas na rua e uma multidão se aglomerou na tentativa de pegar a carne. Pouco depois um blindado da polícia militar chegou ao local.
No entanto, a população ignorou a presença dos agentes e seguiu com o saque. Algumas pessoas chegaram a puxar a carne por baixo do caveirão.
Um policial tentou dispersar o grupo usando spray de pimenta, mas as caixas de carne foram completamente levadas.
O secretário estadual de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, comentou a ação e destacou que os policiais tentaram agir de forma "equilibrada":
“O que a gente viu é uma grande concentração de pessoas e uma questão social envolvida. A gente precisa tratar essa questão de uma maneira muito profissional e equilibrada”.
Ele justificou o recuo da PM, explicando que a prioridade se tornou a preservação da vida das pessoas envolvidas:
“Policiais militares inicialmente tentaram conter, mas tendo em vista que o bem maior a ser protegido é a vida das pessoas, houve a necessidade de que a gente fizesse apenas uma contenção. Há um deslocamento de reforço policial para que a gente possa ocupar essa comunidade”.
Não é raro que criminosos distribuam itens básicos para a população das favelas.
Em março, por exemplo, membros do Comando Vermelho distribuíram cestas básicas para a população após conquistarem o Morro dos Macacos.
Antes da invasão, os criminosos anunciaram que iam levar benefícios sociais para os moradores da favela:
“Em breve, nós vamos começar a dar cesta básica pros moradores. melhoria para toda comunidade”, publicaram no Instagram.
O ex-BOPE, Rodrigo Pimentel, explicou que o crime organizado toma esse tipo de medida para comprar o apoio de moradores.
“Imagina, você nasceu numa periferia do Rio de Janeiro, uma inundice, pichação nas paredes, lixo abandonado… Esse traficante, no Dia das Crianças, compra 5 mil brinquedos e faz uma festa, distribui isso para a comunidade. Pronto, ele virou um herói no local.”
A fala foi feita durante uma entrevista para o documentário Rio de Janeiro: Paraíso em Chamas.
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