O presidente Lula propôs criar uma nova moeda para transações no Brics. A ideia foi mencionada durante a cúpula do grupo ontem, 23 de outubro.
O mandatário avaliou que a questão “não pode mais ser adiada”, deixando claro que não pretende criar uma moeda única.
“É preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional. Essa discussão precisa ser enfrentada com seriedade, cautela e solidez técnica, mas não pode ser mais adiada”.
O Brics foi criado em 2009 e reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O bloco tem como objetivo apoiar a expansão econômica desses países.
Como isso afetaria o brasileiro
De acordo com um artigo da jurista Daniele Quintans dos Santos, publicado no site Jus Brasil, uma moeda única para o BRICS pode trazer mais prejuízos que vantagens para o brasileiro.
Um dos principais riscos seria a possibilidade de perdas causadas por oscilações nas bolsas de valores e alterações nas taxas de câmbio.
Na prática, uma moeda única para o BRICS poderia afetar o poder de compra da população desses países.
Muitas empresas realizam transações internacionais utilizando dólares. Caso a nova unidade monetária perca valor em comparação com a moeda americana, o custo de produtos e serviços tende a aumentar.
Além disso, a moeda de cada país do BRICS poderia desvalorizar, o que atrapalharia o crescimento econômico deles.
O artigo leva em conta ainda os custos de implementação da medida, que poderiam ser altos demais para as economias ainda em recuperação pós-pandemia.
Para a jurista, esses potenciais prejuízos superam quaisquer benefícios que a nova moeda poderia trazer, uma vez que não foram apresentadas evidências claras das vantagens desse plano.
Atualmente, o comércio entre os membros do Brics é realizado em dólar. O processo envolve converter a moeda local em dólar para fazer a transação.
Isso significa que cada governo precisa ter uma reserva financeira em dólares para conseguir importar produtos e vender sua produção.
A proposta visa reduzir a dependência do dólar, evitando assim que a oscilação da moeda americana influencie nas transações do grupo.
Não é a primeira vez que Lula fala do assunto. No ano passado, ele também citou a possibilidade durante a cúpula do bloco na África do Sul.
Na época defendeu a medida como uma “paridade em trocas comerciais”.
- Paridade comercial significa a equivalência de valor de duas moedas em uma transação comercial.







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