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MK ULTRA - conheça o programa da CIA que praticava lavagem cerebral e aplicação ilegal de drogas

Conheça o programa MKULTRA, o projeto secreto de controle mental e seus impactos, incluindo conexões com eventos históricos como o assassinato de JFK.

Política
Internacional
Foto: bandeira oficial da CIA.
Redação Brasil Paralelo
Comunicação Brasil Paralelo

Na década de 1970, o Senado americano intimou a CIA a prestar contas sobre a existência do projeto MK ULTRA, estilizado MKULTRA, um programa secreto que buscava criar métodos de controle mental e lavagem cerebral.

No podcast The Joe Rogan Experience, o jornalista Tom O'Neill, autor de livros sobre o MKULTRA, foi questionado sobre o que era o programa e respondeu:

"O MKULTRA foi um programa governamental administrado pela agência Central de Inteligência (...) em 1952 se tornou MK ULTRA, era programa de controle mental, um programa de lavagem cerebral, a CIA estava tentando aprender como controlar o comportamento das pessoas sem o seu conhecimento".

Durante o programa MKULTRA, pessoas vulneráveis e até mesmo universitários foram recrutadas pela CIA para participar de pesquisas violentas. Em muitos casos, as pessoas não sabiam que seriam drogadas ou passariam por violência.

Prisioneiros de instituições federais, pacientes de hospitais psiquiátricos e usuários de drogas eram alguns dos principais grupos.

Entre aqueles que trabalharam no projeto MKULTRA, destaca-se o Dr. Louis Jolyon West, psiquiatra envolvido nas pesquisas da CIA. Dr. West ficou conhecido por ter sido o médico que examinou o prisioneiro Jacob Rubenstein antes dele ter problemas mentais e morrer de câncer.

Jack Ruby, como era conhecido, ganhou notoriedade por ter assassinado Lee Harvey Oswald, suspeito de ter matado o presidente John F. Kennedy em 1963. 

A família Kennedy estava envolvida no combate às ações ilegais da CIA. Ted Kennedy, irmão do presidente americano, foi um dos senadores que combateu as ações ilegais da instituição. O próprio presidente John Kennedy tomou iniciativa para encerrar o poder da CIA de criar missões internacionais por conta própria.

Esse caso é analisado no programa Investigação Paralela da Brasil Paralelo.

O assassinato de John F. Kennedy é examinado minuciosamente, mostrando as teorias que apontam possíveis envolvimentos da máfia, da CIA, do programa MK-ULTRA e do alto escalão da política - toque aqui para desbloquear seu acesso.

O que é Programa MK ULTRA?

Segundo um documento divulgado pela CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos), o projeto MK-ULTRA é descrito da seguinte forma:

“O Projeto MK ULF RA ou MKULTRA era o codinome de um programa secreto de pesquisa de Controle da mente e interrogatório químico da CIA, desenvolvido pelo Escritório de Inteligência Científica. 

Este programa oficial do governo dos EUA começou no início da década de 1950, continuou pelo menos até 1960 e supostamente usou cidadãos dos Estados Unidos como teste involuntário.

As evidências publicadas indicam que o Projeto MK-ULTRA envolveu o uso clandestino de vários tipos de drogas, bem como de outros métodos, para manipular estados vitais individuais e alterar a função cerebral”.

No episódio "Os Arquivos Secretos de JFK" do programa Investigação Paralela, o apresentador e pesquisador Henrique Zingano descreve a operação da seguinte maneira:

“MKULTRA era uma operação secreta da CIA, em que estavam testando agentes alucinógenos… LSD e etc. eles faziam experimentos sem que as pessoas soubessem, faziam experimentos em faculdades e hospitais psiquiátricos para desenvolver remédios químicos que fizessem alterações psíquicas nas pessoas sem que elas soubessem”.

Os experimentos bizarros da CIA inspiraram diversas obras da cultura pop, como:

  • livro e filme Laranja Mecânica;
  • série Strange Things;
  • série de filmes Identidade Bourne;
  • Call of Duty Black Ops;
  • série de jogos Deus Ex;
  • teorias da conspiração sobre o adrenocromo.

Competição com a União Soviética

Após o fim da Guerra da Coreia, a CIA buscava responder às técnicas de lavagem cerebral empregadas pelos soviéticos e seus aliados em prisioneiros de guerra, conforme indicado no mesmo documento da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos:

“Liderado pelo Dr. Sidney Gottlieb, o projeto MK-ULTRA foi iniciado por ordem do diretor da CIA, Allen Dulles, em 13 de abril de 1953, em grande parte como resposta ao uso de técnicas de controle mental pelos soviéticos, chineses e norte-coreanos em prisioneiros de guerra dos Estados Unidos na Coreia. 

A CIA queria usar métodos semelhantes em seus próprios prisioneiros. A agência também tinha interesse em manipular líderes estrangeiros com essas técnicas e, posteriormente, criou vários planos para drogar Fidel Castro”.

As substâncias usadas no programa MKULTRA

O documento do projeto MK-ULTRA, datado de 5 de maio 1955, mostra a amplitude e a diversidade dos experimentos, listando diferentes substâncias psicoativas estudadas para cumprir objetivos diferentes. Elas são descritas da seguinte maneira:

  1. Substâncias que promovem pensamento ilógico e impulsividade a ponto de desacreditar o indivíduo publicamente.
  2. Substâncias que aumentam a eficiência da cognição e da percepção.
  3. Materiais que previnem ou neutralizam os efeitos intoxicantes do álcool.
  4. Materiais que intensificam o efeito intoxicante do álcool.
  5. Materiais que produzem sinais e sintomas de doenças reconhecidas de maneira reversível, para que possam ser usados como pretexto para afastamento médico.
  6. Materiais que facilitam a indução de hipnose ou aumentam sua eficácia.
  7. Substâncias que aumentam a capacidade de indivíduos suportarem privações, tortura e coerção durante interrogatórios e "lavagem cerebral".
  8. Materiais e métodos físicos que causam amnésia para eventos ocorridos antes e durante seu uso.
  9. Métodos físicos para causar choque e confusão por períodos prolongados, com possibilidade de uso discreto.
  10. Substâncias que causam incapacitação física, como paralisia das pernas ou anemia aguda.
  11. Substâncias que produzem euforia "pura" sem efeitos negativos posteriores.
  12. Substâncias que alteram a estrutura da personalidade, aumentando a tendência do indivíduo a se tornar dependente de outra pessoa.
  13. Um material que causa confusão mental a ponto de dificultar ao indivíduo manter uma mentira durante o interrogatório.
  14. Substâncias que reduzem a ambição e a eficiência geral no trabalho quando administradas em quantidades indetectáveis.
  15. Substâncias que causam fraqueza ou distorção nas faculdades de visão ou audição, preferencialmente sem efeitos permanentes.
  16. Um comprimido que pode ser administrado discretamente em bebidas, alimentos, cigarros, como aerossol, etc., que seja seguro de usar, provoque amnésia máxima e seja adequado para uso em missões pontuais.
  17. Um material que possa ser administrado secretamente pelos métodos acima e que, em pequenas quantidades, torne impossível ao indivíduo realizar qualquer atividade física.

Um dos casos com mais repercussão - o terrorista Unabomber

Kaczynski mostrou desde cedo uma inteligência acima da média. Ele pulou duas séries na escola e ingressou em Harvard com 16 anos, onde se destacou como um estudante brilhante.

Durante seus anos lá, participou de um experimento psicológico controverso conduzido pelo professor Henry Murray, acusado de ter conexões com o MKULTRA pelo psicólogo americano PhD Robert D. Mather.

Na década de 50 e 60, a CIA possuía verba para investir em experimentos, fazendo parceria com diversas Universidades americanas. Harvard era uma delas.

Os experimentos conduzidos por Henry Murray em Harvard, nos quais Theodore Kaczynski participou, visavam estudar os efeitos do estresse psicológico em indivíduos altamente inteligentes. 

Os participantes, incluindo Kaczynski, foram inicialmente solicitados a escrever ensaios detalhados sobre suas crenças pessoais, filosofias de vida e objetivos. Esses textos foram usados como base para ataques verbais planejados em sessões subsequentes. 

Durante essas sessões, os participantes eram submetidos a confrontos agressivos e humilhantes, nos quais suas ideias eram ridicularizadas por críticos treinados, enquanto eram monitorados para avaliar suas reações emocionais e psicológicas.

As sessões eram gravadas e analisadas, mas os participantes não haviam sido informados previamente sobre o caráter real do estudo. 

Kaczynski já apresentava características de isolamento e sensibilidade, tendo esses sentimentos agravados após o estudo.

Após Harvard, Kaczynski concluiu um doutorado em matemática pela Universidade de Michigan em 1967. Sua tese foi descrita como extraordinária e muito complexa.

Tornou-se professor assistente na Universidade da Califórnia, em Berkeley, mas renunciou ao cargo em 1969, aparentemente insatisfeito com a vida acadêmica.

Em 1971, Kaczynski se mudou para uma cabana remota em Montana, buscando viver de forma autossuficiente, sem eletricidade ou água encanada. Ele se tornou profundamente crítico do avanço tecnológico e da sociedade industrial, acreditando que essas forças destruíam a vida humana.

Durante as décadas de 1970 e 1980, ele começou a enviar cartas-bomba para cientistas, acadêmicos e outras figuras ligadas à tecnologia e à indústria, em um esforço para chamar a atenção para suas ideias e para eliminar pessoas que ele acreditava contribuir para o mal. 

Essas bombas mataram três pessoas e feriram 23.

Os advogados de Kaczynski alegaram que os atos de terrorismo foram influenciados pelas técnicas de controle mental aplicadas por Murray. Essa alegação também consta em um documento da CIA, publicado em 14 de dezembro de 2018.

”Uma quantidade considerável de evidências circunstanciais confiáveis ​​sugere que Theodore Kaczynski, também conhecido como Unabomber, participou dos experimentos MK-ULTRA patrocinados pela CIA e conduzidos na Universidade de Harvard do outono de 1959 até a primavera de 1962”.

Após ser preso, Theodore Kaczynski foi inicialmente sentenciado à pena de morte. No entanto, em 1998, seus advogados conseguiram um acordo no qual sua sentença foi comutada para prisão perpétua.

Kaczynski, conhecido como Unabomber, faleceu em junho de 2023 no Centro Médico Federal da Carolina do Norte, após dois anos de internação.

Como o MKULTRA foi descoberto e condenado pelo Senado americano

Foto da comissão Church. O senador Church segura uma pistola de dardos envenenados que ele afirma ser utilizada pela CIA.

O programa permaneceu em sigilo até a década de 1970, quando surgiram as primeiras denúncias sobre as práticas da CIA com suas cobaias. Em 3 de agosto de 1977, o senador Ted Kennedy fez a seguinte declaração ao Senado:

"O Vice-Diretor da CIA revelou que mais de 30 universidades e instituições participaram em "testes e experimentos" em um programa que incluiu a aplicação de drogas em seres humanos sem o conhecimento ou o consentimento destas pessoas, tanto americanos como estrangeiros. 

Muitos destes testes incluíram a administração de LSD a indivíduos em situações sociais que não tinham conhecimento de que estavam sendo drogados e posteriormente a aplicação do LSD sem o consentimento destas pessoas, elas não sabiam que estavam sob o efeito da droga. 

No mínimo uma morte, a de Dr. Olson, ocorreu como resultado destas atividades. A própria CIA diz reconhecer que tais experimentos faziam pouco sentido científico. Os agentes da CIA que monitoravam tais testes com drogas não eram sequer qualificados como cientistas especializados à observação de experiências".

O programa MK-ULTRA foi revelado durante investigações conduzidas pelo Comitê Church, um painel do Senado liderado pelo senador Frank Church. Este comitê foi encarregado de investigar abusos de poder por parte de agências de inteligência, incluindo a CIA, FBI e NSA.

Além do LSD, o projeto também utilizava outras substâncias e técnicas para atingir seus objetivos. Segundo o relato de John Ranelagh, em seu livro The Agency: The Rise and Decline of the CIA o projeto buscava:

Criar um ‘candidato manchuriano’, um sujeito controlado mentalmente”.

Muitos documentos relacionados ao MK-ULTRA foram destruídos pelo então diretor da CIA, Richard Helms, em 1973, pouco antes das investigações. Isso dificultou ainda mais a responsabilização direta dos envolvidos.

Cientista morto sob circunstâncias suspeitas

Frank Olson, um cientista da CIA, recebeu LSD sem seu consentimento em 1953. Após o incidente, ele experimentou uma grave crise mental e acabou caindo ou sendo jogado pela janela de um hotel em Nova York. 

Sua morte foi inicialmente classificada como suicídio, mas décadas depois, novas investigações e documentos sugeriram que ele poderia ter sido assassinado para impedir que revelasse informações sobre o programa.

Falta de Punição Direta

Apesar das evidências de abusos, nenhuma pessoa de alto escalão da CIA foi diretamente punida pelo MK-ULTRA. O programa foi encerrado, mas muitos dos indivíduos responsáveis pelos experimentos continuaram suas carreiras na agência ou em outras áreas do governo.

MKULTRA, CIA e o assassinato do presidente Kennedy

Uma das pessoas que teriam servido como cobaia para o programa MK-ULTRA foi Jacob Rubenstein, conhecido como Jack Ruby, que assassinou Lee Harvey Oswald — o suspeito de ter disparado contra o presidente John F. Kennedy em 22 de novembro de 1963.

O Caso Jack Ruby

Uma das possíveis cobaias do projeto MK-ULTRA, conforme mencionado no episódio Os Arquivos Secretos de JFK, foi Jacob Rubenstein, conhecido como Jack Ruby. Ele era proprietário de boates, com vínculos com a máfia americana, especialmente com Al Capone.

Ruby foi responsável pelo assassinato de Lee Harvey Oswald, detido como suspeito do assassinato do presidente John Kennedy.

Após o crime, Jack Ruby alegou que agiu para evitar que a família Kennedy passasse pela humilhação de enfrentar o julgamento de Oswald. Em seu depoimento, Ruby declarou:

“Eu matei o assassino do nosso querido presidente porque queria poupar Caroline e a Primeira Dama da dor de ter que testemunhar.” 

A versão de que Jack Ruby agiu motivado por questões financeiras, dado que tinha dívidas e poderia se beneficiar da família Kennedy, foi amplamente aceita por muito tempo.

Ruby foi sentenciado à morte, mas teve sua sentença anulada. Enquanto estava na prisão, ele foi atendido pelo Dr. Louis Jolyon West, psiquiatra com vínculos com a CIA e o programa MK-ULTRA.

Durante o tratamento com o Dr. West, Ruby passou a ter alterações em seu estado mental, alegando que estava sendo envenenado e que era vítima de conspirações. Alguns anos depois, Ruby faleceu de câncer.

Como apresentado no Investigação Paralela:

“Antes de falecer, Ruby expressou diversas vezes, inclusive para o Chefe de Justiça, Earl Warren, seu desejo de ser tirado de Dallas para uma jurisdição federal em Washington. Temendo por sua vida, Ruby contou que tudo era “uma completa conspiração… o assassinato também…”. 

Os arquivos secretos de JFK

O assassinato do presidente dos Estados Unidos, John Fitzgerald Kennedy, foi um dos eventos mais marcantes do século XX.

O chefe de estado foi atingido por diversos tiros, que tiraram sua vida. Kennedy acumulava inimigos em várias áreas devido às suas políticas, incluindo a CIA, os cubanos e a máfia. O assassinato ocorreu enquanto o presidente visitava a cidade de Dallas para sua campanha de reeleição.

Após o atentado, um suspeito foi detido em um cinema local: Lee Harvey Oswald. Pouco depois de ser preso, Oswald foi assassinado com um tiro à queima-roupa disparado por Jack Ruby.

Durante muitos anos, o caso foi considerado encerrado, com a conclusão de que o assassino havia sido preso e, em seguida, morto.

Anos depois, a divulgação de um áudio captado por um rádio de uma das motos da carreata presidencial, que havia emperrado, revelou que haviam sido ouvidos cinco estrondos de tiros, e não três, como inicialmente se pensava.

Essa nova evidência levou ao surgimento de novas teorias, que são abordadas no primeiro episódio da terceira temporada de Investigação Paralela, intitulado Os Arquivos Secretos de JFK.

  • Teoria I - O Lobo solitário: Recebendo apoio da CIA e do FBI, a Warren Commission concluiu em 9 meses de investigação que não houve conspiração no assassinato de John Kennedy e que Oswald agiu sozinho, conforme indicavam as evidências balísticas, materiais e as 552 testemunhas entrevistadas.
  • Teoria II - A Conspiração: Feita a análise, os cientistas descobriram cinco ondas distinguíveis no osciloscópio, indicando a ocorrência de cinco disparos, não de três, como havia afirmado a Warren Commission. Tal descoberta era sem precedentes, pois apontava agora para os primeiros indícios de uma conspiração.

Até hoje, não foram liberados todos os documentos relacionados ao assassinato e aos envolvidos no caso do presidente John Fitzgerald Kennedy. Os presidentes Donald Trump e Joe Biden autorizaram o acesso a alguns desses documentos, mas não a todos.

Com a análise dos envolvidos, abordados nos arquivos e explorados no episódio de Investigação Paralela, é possível especular sobre os motivos dessa retenção. Mais documentos devem ser liberados nos próximos meses e anos, o que sugere que o caso ainda está longe de um desfecho definitivo.

No entanto, o que já está disponível ao público é apresentado e explicado no episódio Os Arquivos Secretos de JFK de Investigação Paralela.

  • Na 3ª temporada de Investigação Paralela, o assassinato de John F. Kennedy é examinado minuciosamente, mostrando as teorias que apontam possíveis envolvimentos da máfia, da CIA e do alto escalão da política - toque aqui para desbloquear seu acesso.

Conheça o Investigação Paralela

Investigação Paralela é um programa que investiga e discute, de maneira descontraída e bem-humorada, as teorias sobre mistérios envolvendo crimes de grande repercussão política e social, tanto no Brasil quanto no exterior.

Os episódios exploram detalhes dos crimes e revelam aspectos que a mídia muitas vezes deixou de abordar sobre casos famosos que abalaram o país e o mundo.

Cada episódio do Investigação Paralela funciona como um verdadeiro dossiê, trazendo à tona histórias não contadas sobre crimes sem solução.

O Investigação Paralela e muitos outros programas exclusivos estão disponíveis no streaming da Brasil Paralelo.

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