Medo de avião pode ser comparado a transtorno de ansiedade, aponta psiquiatra
Por medo de viajar de avião, algumas pessoas perdem oportunidades de trabalho e de lazer. Segundo o extinto Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - Ibope, 42% dos brasileiros têm medo de voar.
A pesquisa é a mais recente, de 2019. Ela mostra que, a cada 5 tripulantes do país, um recorreu a medicação ou bebida alcoólica para conseguir voar.
O receio de embarcar num avião é comum, mas quando se transforma num pavor incapacitante, é chamado de aerofobia. A psiquiatra Maria Fernanda Caliani, do canal Neurologia e Psiquiatria, enumera os sintomas mais comuns do problema: angústia, desorientação, medo intenso, irracional e contínuo.
A médica conta que a aerofobia entra para o grupo dos transtornos de ansiedade. Seus sintomas físicos são tremores, mal-estar, suor frio, enjoo, dificuldade para respirar e dor de barriga.
Caliani afirma que essa fobia está associada a traumas ou situações do passado que causaram grande estresse.
O tratamento requer um acompanhamento com equipe multidisciplinar com psiquiatra, psicólogo e, em alguns casos, profissionais da aviação.
"Tenho uma grande porcentagem de pacientes no consultório que me procuram para tratar esse medo de voar, que traz limitações à vida", relatou a médica.
A fotógrafa Nathália Bormann, de 34 anos, mora no Recife e participaria em São Paulo de um congresso importante para sua carreira. Por medo do que poderia acontecer no voo, desistiu às vésperas da viagem.
"Eu já tinha pago a inscrição para o evento, a passagem aérea e o hotel. Desisti de tudo, de última hora, por pavor de voar sozinha", relatou a fotógrafa, que nos dias que antecederam o congresso mal conseguiu dormir de tanta ansiedade.
"Pensava constantemente: se o avião cair, como ficará minha família? Apesar do alto investimento que fiz, o medo me paralisou".
Mas será que viajar de avião é perigoso como muitos pensam?
No Brasil, 32 pessoas por dia perderam a vida em acidentes de trânsito, em 2021, de acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito, do Ministério da Infraestrutura.
Segundo a companhia aérea Azul, a chance de alguém sofrer um acidente aéreo é de apenas 1 em 8 milhões. "É mais provável ser atacado por um tubarão".
"Cerca de 95% das pessoas que sofrem acidentes aéreos, sobrevivem. Isso faz do avião o meio de transporte mais seguro que existe, ficando atrás apenas do elevador", compara a empresa.





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