Impulsionado pelas redes sociais e pelo slogan “Japoneses em primeiro lugar”, um partido nacionalista vem ganhando força no Japão.
Fundado em 2020 por Sohei Kamiya, o Sanseito partiu de um canal conservador no YouTube para conquistar 14 cadeiras na Câmara Alta nas eleições de julho — cinco vezes mais do que tinha.
O crescimento reflete o apelo junto a eleitores insatisfeitos com o governo e atentos ao discurso digital da sigla.
Criado a partir de um canal conservador no YouTube, o partido cresceu com o lema “Japoneses em primeiro lugar".
Entre as políticas defendidas estão: restrição à imigração, ceticismo ambiental, oposição à ideologia de gênero e críticas ao globalismo.
O desempenho nas urnas fez do Sanseito a terceira maior força de oposição. Já o primeiro-ministro Shigeru Ishiba perdeu a maioria, apesar de sua coalizão seguir com 121 assentos: 100 do Partido Liberal Democrático e 21 do Kōmeitō.
A ascensão do Sanseito é vista por analistas como um voto de protesto contra o governo, que enfrenta queda de popularidade, escândalos recentes e críticas por suas políticas liberais, como o afrouxamento nas regras de imigração.
A campanha de Sohei Kamiya, que já foi deputado do Partido Liberal, se destacou pelo uso intensivo das redes sociais e por um discurso direto contra imigração e políticas progressistas.
Embora negue ser contra todos os estrangeiros, Kamiya afirma que o partido é uma reação ao avanço do globalismo e à perda da identidade nacional.
Também fazem parte de suas críticas o turismo desenfreado e a aproximação do Japão com a China promovida pelo atual governo.
Apesar do avanço, analistas apontam que o sucesso do Sanseito pode ser pontual.
O Japão tem histórico de partidos populistas que crescem rapidamente e depois perdem força. Ainda assim, o movimento já pressiona partidos tradicionais a endurecerem seu discurso em áreas como imigração e política externa.
O caso é acompanhado de perto pela mídia japonesa e internacional, que aponta um crescimento do conservadorismo no país ainda que com características próprias, diferentes do estilo ocidental.
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