A Polícia Federal revelou que ao menos R$ 6,3 bilhões foram desviados de aposentados e pensionistas por meio de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre os anos de 2019 e 2024.
A investigação aponta que sindicatos e entidades privadas descontavam valores mensais de milhares de beneficiários, sem o consentimento deles e com a conivência de servidores públicos e gestores do próprio órgão.
O caso provocou a exoneração imediata do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e já mobiliza o Congresso, que pressiona pela criação de uma CPI.
A operação foi batizada de "Falsa Gratidão" e é fruto de uma investigação conjunta da PF com a Controladoria-Geral da União (CGU). O foco está em descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas vinculados ao INSS.
A fraude ocorria por meio do cruzamento entre bancos de dados do órgão e de entidades sindicais, que aplicavam os débitos diretamente nos benefícios, mesmo sem autorização dos titulares.
Segundo o relatório da CGU, o montante total desviado chega a R$ 6.300.670.726,00 entre 2019 e 2024. Os recursos foram apropriados por associações de fachada que, com auxílio de servidores e sistemas internos, registravam as cobranças como se fossem autorizadas pelos aposentados.
A Polícia Federal também identificou que parte dos responsáveis pelo esquema levava uma vida de luxo incompatível com os salários. Uma das investigadas chegou a realizar 33 viagens internacionais em menos de um ano, com trechos pagos em dinheiro vivo, hospedagens em hotéis cinco estrelas e compras em lojas de grife.
Outro ponto sensível da investigação envolve o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindinap), que foi presidido até 2023 por José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O sindicato aparece como o maior arrecadador entre os envolvidos no esquema e é alvo direto da operação.
O beneficiário do INSS, muitas vezes idoso e de baixa escolaridade, era surpreendido com descontos mensais de R$ 20 a R$ 50 na folha de pagamento, identificados como “contribuições sindicais” ou “associações beneficentes”.
Em muitos casos, sequer haviam autorizado qualquer filiação. Quando questionavam, enfrentavam dificuldades para cancelar os débitos.
Essas cobranças eram processadas dentro da folha do INSS por meio de sistemas que permitiam a inserção automática dos descontos.
De acordo com a CGU, a fraude só foi possível com a ajuda de servidores públicos que facilitavam o acesso a esses sistemas, burlando os mecanismos de checagem e autenticação.
A Polícia Federal orienta que todos os aposentados verifiquem seus extratos de pagamento e fiquem atentos a descontos indevidos.
A recomendação é acessar o portal "Meu INSS" ou ligar para o número 135, e, em caso de irregularidades, registrar ocorrência na ouvidoria da Previdência Social.
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