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Política
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Derrubada de decreto do IOF é derrota histórica para governo Lula

Entenda o que está em jogo após a derubada do decreto do IOF pelo governo Lula.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
26/6/2025 17:15
G1

O Congresso Nacional impôs uma derrota histórica ao governo Lula ao anular o decreto presidencial que elevava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Foi a primeira vez, desde 1992, que um decreto presidencial foi derrubado. 

A decisão gerou uma crise sem precedentes entre Executivo e Legislativo, acendendo um duplo alerta no Palácio do Planalto: político, pela perda de apoio parlamentar, e fiscal, com um rombo estimado de R$10 bilhões na arrecadação de 2025.

A votação foi esmagadora. Na Câmara dos Deputados, 383 parlamentares rejeitaram o aumento do imposto, contra apenas 98 a favor.
No Senado, a desaprovação foi unânime, ainda que simbólica, sem registro nominal. O revés não apenas frustra os planos do governo de alcançar a meta de superávit primário de R$ 31 bilhões, mas também expõe a dificuldade de Lula em consolidar uma base aliada sólida desde o início de seu mandato.

O que é o IOF?

O IOF é um imposto federal cobrado sobre operações financeiras, como crédito, câmbio, seguros e investimentos em títulos ou valores mobiliários. Além de arrecadar recursos, ele serve como ferramenta de regulação econômica. Com a revogação do decreto, o governo perde uma receita crucial, equivalente a um terço da margem fiscal planejada para 2025. Sem esses R$10 bilhões, o Planalto agora enfrenta o desafio de encontrar novas fontes de arrecadação ou cortar despesas, em um cenário onde o Orçamento já prevê o congelamento de R$31,3 bilhões em gastos para o próximo ano, além de um bloqueio atual de R$ 10 bilhões.

Base aliada em xeque

O que tornou a derrota ainda mais surpreendente foi a postura de partidos da base governista, como PSD e MDB, que orientaram suas bancadas a votar contra o decreto, ignorando os apelos da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Para o cientista político Fábio Ostermann, o episódio revela a fragilidade política do governo.

“Apesar do alinhamento entre o Executivo e o STF, Lula enfrenta dificuldades para manter sua base aliada coesa”.

A insatisfação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também ganhou destaque.
Aliados criticam a demora do governo em reduzir gastos públicos e fazem comparações desfavoráveis com a gestão anterior, quando Arthur Lira, atual presidente da Câmara, parecia ter maior influência. 

Crise de confiança e ruídos institucionais

Para o cientista político Diogo Costa, a derrubada do decreto reflete três pontos críticos: 

“Primeiro, o apetite fiscal do governo está desalinhado da realidade política. Segundo, a queda de popularidade de Lula dá mais independência ao Legislativo. E terceiro, a baixa capacidade de articulação do governo reduz seu poder de pautar o Congresso”.

O resultado é uma crise de confiança que amplia as tensões entre os Poderes.

Em resposta, o governo enviou uma Medida Provisória (MP) ao Congresso, propondo medidas compensatórias, como a tributação de 5% sobre investimentos antes isentos, como LCIs e LCAs. No entanto, a proposta enfrenta forte resistência e precisa ser aprovada em até 120 dias para não perder a validade. O relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), já lida com pressões de setores econômicos contrários à medida.

Judicialização no horizonte?

O governo ainda avalia recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a decisão do Congresso. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que a questão será analisada tecnicamente, com decisão a ser anunciada pelo advogado-geral Jorge Messias. Na ala econômica, liderada por Haddad, prevalece a visão de que a derrubada foi inconstitucional, justificando uma ação judicial. Já a ala política teme que recorrer ao STF possa agravar a crise com o Legislativo.

O ministro do STF Gilmar Mendes reconheceu que há precedentes para o caso e que, em situações de extrapolação constitucional pelo Congresso, a intervenção judicial pode ser válida. Contudo, ele ponderou que ainda não tem elementos suficientes para julgar a questão. Por outro lado, o advogado André Marsiglia classificou como “vergonhoso” tratar a decisão soberana do Congresso como passível de recurso, enquanto Fábio Ostermann argumenta que o próprio decreto era inconstitucional, por desvio de finalidade, já que decretos presidenciais devem apenas regulamentar leis existentes, não criar novas obrigações.

Um futuro incerto

A derrubada do aumento do IOF expõe fissuras na relação entre Executivo e Legislativo e levanta questionamentos sobre os limites constitucionais de decretos presidenciais. O desfecho da crise, seja por novas medidas fiscais ou por uma batalha no STF, terá impactos profundos na política e nas finanças públicas. Enquanto o governo busca alternativas para recompor sua arrecadação, o Planalto enfrenta o desafio de reconstruir sua articulação política em um Congresso cada vez mais independente.

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