O Congresso Nacional impôs uma derrota histórica ao governo Lula ao anular o decreto presidencial que elevava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Foi a primeira vez, desde 1992, que um decreto presidencial foi derrubado.
A decisão gerou uma crise sem precedentes entre Executivo e Legislativo, acendendo um duplo alerta no Palácio do Planalto: político, pela perda de apoio parlamentar, e fiscal, com um rombo estimado de R$10 bilhões na arrecadação de 2025.
A votação foi esmagadora. Na Câmara dos Deputados, 383 parlamentares rejeitaram o aumento do imposto, contra apenas 98 a favor.
No Senado, a desaprovação foi unânime, ainda que simbólica, sem registro nominal. O revés não apenas frustra os planos do governo de alcançar a meta de superávit primário de R$ 31 bilhões, mas também expõe a dificuldade de Lula em consolidar uma base aliada sólida desde o início de seu mandato.
O que é o IOF?
O IOF é um imposto federal cobrado sobre operações financeiras, como crédito, câmbio, seguros e investimentos em títulos ou valores mobiliários. Além de arrecadar recursos, ele serve como ferramenta de regulação econômica. Com a revogação do decreto, o governo perde uma receita crucial, equivalente a um terço da margem fiscal planejada para 2025. Sem esses R$10 bilhões, o Planalto agora enfrenta o desafio de encontrar novas fontes de arrecadação ou cortar despesas, em um cenário onde o Orçamento já prevê o congelamento de R$31,3 bilhões em gastos para o próximo ano, além de um bloqueio atual de R$ 10 bilhões.
Base aliada em xeque
O que tornou a derrota ainda mais surpreendente foi a postura de partidos da base governista, como PSD e MDB, que orientaram suas bancadas a votar contra o decreto, ignorando os apelos da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Para o cientista político Fábio Ostermann, o episódio revela a fragilidade política do governo.
“Apesar do alinhamento entre o Executivo e o STF, Lula enfrenta dificuldades para manter sua base aliada coesa”.
A insatisfação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também ganhou destaque.
Aliados criticam a demora do governo em reduzir gastos públicos e fazem comparações desfavoráveis com a gestão anterior, quando Arthur Lira, atual presidente da Câmara, parecia ter maior influência.




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