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História do Brasil
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Quem foi a Princesa Isabel? O historiador Thomas Giulliano traz novas informações sobre a monarca

Isabel foi a última regente do Império brasileiro, assinou as leis do Ventre Livre e a Áurea. Descubra quem foi a Princesa Isabel, Senadora e qual é a sua importância.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
16/8/2022 15:07

A princesa Isabel foi uma das mais importantes personagens da história do Brasil. Sua ações vão desde a abolição da escravidão ao auxílio na resolução de conflitos internacionais.

Este artigo foi baseado na entrevista feita com o historiador Thomas Giuliano, pós-graduado em História e professor do Grupo de Estudos Morro do Livramento.

Descubra quem foi a Princesa Isabel e qual a sua importância na história do Brasil.

O que você vai encontrar neste artigo?

Quem foi a Princesa Isabel?

Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, a princesa Isabel, é filha do Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Dona Teresa Cristina. Ela nasceu no Palácio Imperial de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, no dia 29 de julho de 1846. Ela era a segunda filha de seus pais.

Biografia

Mesmo sendo a segunda filha, a princesa Isabel tornou-se a herdeira do trono com 11 meses de idade devido a morte do filho mais velho do imperador, Afonso Pedro, com apenas dois anos.

Tempos depois, o imperador D. Pedro II e sua esposa tiveram outro herdeiro do sexo masculino, Pedro Afonso, mas este, assim como o primeiro herdeiro, faleceu na infância. Isso fez, novamente, com que a Princesa Isabel fosse nomeada herdeira.

Para a educação da futura imperatriz e de sua irmã, a Princesa Leopoldina, D. Pedro II designou como primeira preceptora a Condessa de Barral, filha do Embaixador Domingos Borges de Barros. 

Para elaborar um programa de estudos completo, foram contratados diversos mestres, entre eles, o Visconde de Pedra Branca.

A Princesa Isabel mostrava grande interesse pelos estudos, e assim passou sua juventude entre aulas de literatura, latim, inglês, alemão, botânica, mitologia, matemática e a leitura dos Evangelhos.

No dia 29 de julho de 1860, aos 14 anos, obedecendo a Constituição, prestou o juramento de "manter a religião católica, observar a constituição política do País e ser obediente às Leis e ao Imperador".

Família

História da princesa Isabel

Aos 18 anos, a Princesa Isabel casou-se com Luís Filipe Maria Fernando Gastão, seu famoso marido conhecido como Conde d’Eu. Em 1860, os pais de Isabel sondavam príncipes europeus para desposar sua filha e a irmã. Em 1864 chegaram os primos Gastão de Orléans, o Conde d'Eu e Augusto de Saxe, netos do rei Luís Filipe da França.

Dom Pedro desejava casar Isabel com Augusto, mas segundo ela, seu coração escolheu o Conde d’Eu. Em 15 de outubro de 1864, foi realizado o casamento da Princesa Isabel com o Príncipe Gastão de Orléans.

O cortejo saiu do Palácio São Cristóvão e seguiu para a capela do Paço Imperial, onde foi realizada a cerimônia. Princesa Isabel e Conde D'eu passaram a residir no bairro carioca das Laranjeiras.

Do seu casamento com Conde d’Eu nasceram quatro filhos: Luísa Vitória, Pedro, Luís e Antônio.

O marido da Princesa Isabel não era muito apreciado na corte brasileira devido a seu temperamento ríspido e a sua nacionalidade, que muitos viam com maus olhos por ser uma influência estrangeira no Império.

Quando se pensa quem foi a Princesa Isabel, geralmente se lembra o período em que ela governou o Brasil e sancionou a Lei Áurea, mas sua vida pública começou bem antes disso.

Vida pública

Princesa Isabel e a Lei Áurea

No dia 29 de julho de 1871, conforme a Constituição Brasileira de 1824, a Princesa Isabel, ao completar 25 anos, se tornaria a primeira senadora do Brasil. Diante dos personagens mais importantes do Império, a princesa jurou a Constituição.

Foi a primeira mulher eleita para o cargo e depois a primeira a ser chefe de Estado em todo o continente americano.

Por ser a herdeira do trono brasileiro, a Princesa Isabel tinha a responsabilidade de assumir o comando do país quando o imperador Dom Pedro II estivesse ausente.

Em três ocasiões a princesa exerceu essa regência. Seus governos mostraram que ela era profundamente contra a escravidão no Brasil. A primeira regência aconteceu em 1871, quando D. Pedro II viajou para a Europa.

Durante esse governo, no dia 28 de setembro de 1871 assinou a Lei do Ventre Livre, pela qual libertaria os filhos que nascessem de mãe escrava a partir daquela data.

A segunda regência da Princesa Isabel iniciou-se no dia 26 de março de 1876, quando D. Pedro II também viajou para a Europa e lá permaneceu até 1877.

  • A Princesa Isabel regeu o Brasil em alguns momentos durante o Segundo Reinado. Entenda as principais características desse período.

Nesse período, a regente promoveu medidas para a melhoria do país, como a construção de estradas de ferro, e mediou o grande conflito da Questão Religiosa.

A terceira regência está associada ao grande feito da Princesa Isabel, explicado logo a seguir.

Princesa Isabel e a Lei Áurea

Em 1888, a Princesa Isabel assumiu o poder pela terceira vez quando Dom Pedro II precisou viajar para Europa por um tratamento de saúde. Ela aproveitou a oportunidade para acabar com a escravidão no Brasil.

“A princesa Isabel, na questão da abolição, compreendendo o problema no seu sentido mais nobre, ou seja, que era um atentado contra a dignidade da pessoa humana, que era assim que a princesa Isabel entendia a escravidão, e não apenas como motivo político; entendendo assim que ela pouco se importou se a partir da abolição a monarquia cairia, porque ela entendia a dignidade humana como algo superior a qualquer sistema político”. Thomas Giulliano

Nessa época, a campanha abolicionista contava com o apoio de vários setores da sociedade. O fim da escravidão era uma demanda nacional. A princesa já era grande aliada dos movimentos populares e dos partidários da abolição da escravatura.

No dia 13 de maio de 1888, a regente Isabel assina a Lei Áurea, que assim determinava:

"A partir desta data ficam libertos todos os escravos do Brasil".

A partir de então, ela passou a ser chamada de Redentora.

O exílio da Princesa Isabel

Em 15 de novembro de 1889, aconteceu no Brasil o golpe republicano. A família real foi expulsa do Brasil e, assim, a princesa Isabel partiu com seu marido para o exílio na França.

A implantação da república no Brasil foi resultado da perda de apoio político da monarquia durante a década de 1880.

D. Isabel e sua família se instalaram no castelo da família do Conde d'Eu, na Normandia, no norte da França, que foi todo decorado com móveis e objetos brasileiros.

A Princesa Isabel faleceu na Normandia no dia 14 de novembro de 1921, aos 75 anos de idade. Ela morreu no exílio sem ter retornado ao Brasil.

Em 1920, a expulsão da família real foi revogada, mas, por motivos de saúde, a princesa não pôde retornar. Atualmente, seu corpo jaz enterrado em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

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