História de origem de Leon Trotsky
No dia 7 de novembro de 1879, nasceu Lev Davidovich Bronstein. Filho de fazendeiros, viu dois de seus irmãos morrerem ainda crianças. Ele nasceu na cidade de Lanovka, mas foi mandado para Odessa e depois para Nikolaev (atual Mykolaiv) para estudar.
Era descrito como um estudante competente, porém rebelde. Ele matava aula para se reunir com grupos dedicados a estudar e debater as ideias marxistas. Ele chegou a se matricular em um curso de matemática na Universidade de Odessa, mas abandonou para seguir na militância política.
Contribuiu na fundação do Sindicato dos Trabalhadores do Sul da Rússia. Sua função era distribuir panfletos para convencer os trabalhadores a participarem da organização. Sua militância resultou em sua prisão no ano de 1898.
Condenado a quatro anos de exílio na Sibéria, chegou a constituir família, mas deixou a esposa e as duas filhas para fugir do exílio. Foi aí que nasceu Leon Trotsky: o pseudônimo que Lev usou para se esconder do governo czarista.
Trotsky fugiu para Londres, onde começou a redigir artigos revolucionários para o jornal Iskra, que era veiculado ilegalmente na Rússia. Foi nessa época que ele conheceu Vladimir Lenin, um dos líderes revolucionários.
Durante a prisão e exílio de Trotsky, o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) ganhou força na Rússia czarista. Contudo, o grupo se dividia entre os mais moderados que defendiam uma abordagem sindical e os mais radicais que queriam uma revolta contra o Czar.
Também ocorria uma disputa interna pelo poder dentro do partido. De um lado, Lenin queria maior centralização de poder, do outro, Julius Martov defendia maior autonomia aos filiados. Trotsky era mais a favor da segunda opção.
Se deseja conhecer ainda mais sobre Marx, suas ideias e como foram aplicadas, assista o documentário: História do Comunismo, da Brasil Paralelo.
A atuação de Trotsky na Revolução Russa
O evento que trouxe Trotsky de volta à Rússia foi o Domingo Sangrento. Grandes protestos movidos contra o Czar Nicolau II terminaram em uma chacina promovida pelo ditador em São Petersburgo (capital russa na época).
A essa altura, o partido já se dividia em bolcheviques e mencheviques. Trotsky atuou em ambos os grupos e tornou-se porta-voz do comitê de trabalhadores da região. Ele foi preso e exilado na Sibéria pela segunda vez.
Assim como na primeira fuga, Trotsky fugiu para Viena e começou a trabalhar em outro jornal ilegal que circulava pela Rússia. Trotsky assumiu um estilo de vida nômade em que passava pouco tempo em uma mesma cidade ou país.
Quando começou a Primeira Guerra Mundial, suas opiniões críticas à participação da Rússia no conflito o levaram a ser deportado da França e da Espanha. Foi nessa época que ele se mudou para os Estados Unidos.
Após várias complicações, Trotsky conseguiu voltar à Rússia em 1917, após a Revolução de Fevereiro derrubar o regime czarista. Nesse contexto, os mencheviques assumiram o poder. Trotsky ficou ao lado dos bolcheviques na ocasião.
Trotsky ascendeu como líder de Petrogrado (antiga São Petersburgo) e posteriormente tornou-se o segundo nome do Partido Bolchevique, ficando abaixo apenas de Lenin. Os bolcheviques tomaram o poder na Revolução de Outubro.
Trotsky assumiu como Comissário do Povo para Assuntos Estrangeiros e uma de suas primeiras funções foi negociar a saída da Rússia da Primeira Guerra.
A função lhe deu experiência militar suficiente para se tornar chefe do Comitê Militar Revolucionário. Nesse cargo, ele criou o Exército Vermelho e se tornou figura central na Guerra Civil Russa. O historiador Vladimir Cherniaev declarou sobre isso:
“Trotsky tem uma grande responsabilidade tanto pela vitória do Exército Vermelho na guerra civil como pelo estabelecimento de um Estado autoritário de partido único com o seu aparato para suprimir impiedosamente a dissidência”
Para entender ainda mais a fundo como a União Soviética nasceu, leia o artigo da Brasil Paralelo em que é explicado em detalhes a formação do maior regime comunista do mundo.