Era uma Vez em Hollywood, de Quentin Tarantino, é muito mais do que uma homenagem ao cinema dos anos 60. O filme indicado ao Oscar começou como um romance e terminou reconstruindo a Los Angeles de 1969 nos estúdios de cinema e na própria cidade.
Neste artigo, a Brasil Paralelo revela grandes curiosidades surpreendentes. Desde a dança de Margot Robbie até a proibição de celulares no set e o surto improvisado do personagem de Leonardo DiCaprio.
Nesta lista, você vai descobrir bastidores inusitados e decisões criativas e ousadas que ajudaram a tornar Era uma Vez em Hollywood um dos filmes mais comentados da década. Prepare-se para ver o longa com outros olhos.
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Antes de Brad Pitt ser oficialmente escalado para o papel de Cliff Booth, Quentin Tarantino teve conversas sérias com Tom Cruise sobre o papel. Isso não foi apenas uma especulação da imprensa. Foi confirmado pelo próprio Tarantino em entrevistas.
A ideia de escalar Cruise surgiu por dois motivos principais:
Alto poder de bilheteria e visibilidade: especialmente fora dos Estados Unidos, onde Cruise é um nome muito forte.
Capacidade física e versatilidade: já que o papel exigiria sequências de ação, lutas coreografadas e um certo carisma ambíguo.
Brad Pitt trouxe um ar mais silencioso, contido, quase enigmático. Algo que combinou com a aura de “homem que esconde algo”. A química entre ele e DiCaprio também foi muito elogiada, sendo um dos pontos altos do filme.
Brad Pitt acabouvencendo o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo papel. A primeira estatueta de atuação da sua carreira. Muitos críticos consideraram que essa foi uma das performances mais marcantes de sua filmografia, mostrando que a escolha de Tarantino, embora difícil, foi certeira.
2 - O romance “Era uma vez em Hollywood” de Tarantino
Quentin Tarantino queria escreverum romance, segundo declarou em entrevista para a revista W Magazine. Um livro completo ambientado em Los Angeles no final da década de 1960, com foco em personagens fictícios que cruzariam com figuras reais do showbiz da época.
Por que Tarantino queria escrever um livro?
Tarantino sempre foi um cinéfilo apaixonado por roteiros e literatura. Ele cresceu cercado por filmes, novelas pulp e cultura pop. Ao fazer 50 anos, começou a demonstrar um desejo de explorar outras formas de narrativa além do cinema.
Nesse contexto, ele começou a desenvolver a história de Era uma Vez em Hollywoodcomo se fosse um romance histórico-ficcional, cheio de detalhes e passagens internas. Ele queria algo que seria impossível de transpor integralmente para um roteiro.
Tarantino disse em entrevistas queescreveu capítulos inteiros sobre a infância de Rick Dalton (Leonardo DiCaprio). Criou todo o passado militar de Cliff Booth (Brad Pitt) e sua relação com a falecida esposa (só insinuada no filme). O próprio cotidiano de Sharon Tate (Margot Robbie) com amigos e colegas de profissão o cineasta escreveu.
Por que ele decidiu fazer um filme no final?
O projeto tomou proporções maiores. Tarantino começou a perceber que o universo era visualmente rico demais para ficar apenas nas páginas. Com a oportunidade de reunir um elenco estelar e filmar em Hollywood com liberdade criativa, ele decidiu transformar a ideia do livro em filme.
Vários elementos literários foram mantidos no roteiro, como a estrutura episódica, os detalhes sobre o passado dos personagens, e o ritmo contemplativo.
No livro, por exemplo, há mais profundidade sobre Cliff Booth (incluindo suas experiências como assassino na Segunda Guerra Mundial) e até um final alternativo para certos arcos da trama.
O livro foi elogiado por fãs e críticos, especialmente por manter o estilo afiado e pop de Tarantino, misturando ficção e realidade com maestria.
Leonardo DiCaprio mergulhou no papel de Rick Dalton ao ponto que vários dos momentos mais comentados de sua atuação vieram de improvisos espontâneos no set. Tarantino deu bastante liberdade ao ator, e Leo aproveitou isso para trazer camadas cômicas e emocionais ao personagem que não estavam previstas. Dentre as principais cenas destaca-se:
Rick Daltonsurta sozinho dentro de seu trailer: Essa cena foi quase totalmente improvisada por DiCaprio. O monólogo caótico, os palavrões, a autopunição e o uso do espelho foram criados por Leo na hora. O diretor ficou tão impressionado que decidiu manter a cena intacta.
A entrega de DiCaprio foi amplamente elogiada. Ele foi indicado ao
Oscar deMelhor Ator;
ao BAFTA;
ao Globo de Ouro e
ao SAG Award
Muitos críticos apontaram que o fato de Tarantino permitir a improvisação tornou o Rick Dalton mais humano, instável e crível. O retrato perfeito de um ator em crise no fim da era de ouro de Hollywood.
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4 - Charles Manson teve cenas cortadas
Apesar de ser um dos nomes mais associados à trama real por trás do filme, Charles Manson quase não aparece em Era uma Vez em Hollywood. O líder da seita responsável pelos assassinatos de 1969 teve várias cenas cortadas por uma escolha deliberada de Tarantino, e não uma limitação de tempo ou orçamento.
O ator Damon Herriman já tinha interpretado o personagem na série Mindhunter, da Netflix. Ele filmou mais de uma cena como Manson para o longa de Tarantino, incluindo interações mais diretas com os membros da seita.
Entre as cenas cortadas tinham passagens que contextualizaram melhor sua influência sobre os jovens seguidores. No corte final, porém, Manson aparece por menos de 30 segundos.
Mas por que Tarantino cortou as cenas do vilão?
Quentin Tarantino deixou claro que Once Upon a Time in Hollywood não é um filme sobre Charles Manson ou os assassinatos cometidos por sua seita, comenta a revista Empire Online. Em entrevistas, ele enfatizou que a obra é uma narrativa de múltiplos protagonistas ambientada no final dos anos 1960, explorando a transição cultural e o declínio do "Velho Hollywood".
Embora Manson e sua "família" apareçam brevemente, Tarantino optou por minimizar sua presença para evitar glorificar ou centralizar figuras tão sombrias.
Em vez disso, o foco recai sobre personagens fictícios como Rick Dalton e Cliff Booth, além de figuras reais como Sharon Tate, cuja representação visa celebrar sua vida e carreira, não sua trágica morte.
Essa abordagem reflete a intenção de Tarantino de reimaginar eventos históricos, oferecendo uma versão alternativa onde o otimismo e a inocência de uma era não são destruídos pela violência.