No primeiro dia de seu novo governo, Donald Trump deve implementar mais de 100 ordens executivas. De acordo com seu assessor sênior, Stephen Miller, uma das prioridades será a segurança nas fronteiras. 

Durante sua campanha, Trump prometeu deportar aqueles imigrantes ilegais que cometeram crimes durante sua estadia no país. Em um comício em fevereiro de 2024, ele disse: 

“Um xerife declarou recentemente que gangues organizadas de imigrantes ilegais estão invadindo casas em áreas rurais e subúrbios de Michigan depois do anoitecer, saqueando jóias, bolsas, eletrônicos, dinheiro, relógios e qualquer coisa que possam pegar”.

Diante da situação, prometeu que iria voltar um olhar a esse tipo de imigrantes em prol da segurança dos EUA. 

Esse movimento deve começar já no primeiro dia de governo. Em entrevista à AP News, o senador republicano James Lankford, de Oklahoma, disse: 

“Acredito que devemos começar com aqueles que cruzaram a fronteira ilegalmente recentemente. Depois há quem estava legal no país, mas cometeu crimes. E por fim, quem já recebeu ordens para deixar os EUA. Só esses três grupos somam por volta de 1 milhão de pessoas”. 

Entre as iniciativas, está a conclusão do muro na fronteira entre Estados Unidos e México, o que deve custar cerca de US$100 bilhões. Além disso, Trump propõe a criação de instalações de detenção para imigrantes ilegais criminosos até que a Justiça analise cada caso. 

Também pretende estabelecer que os interessados em migrar para os EUA peçam asilo em outros países ou permaneçam no México até receberem uma decisão oficial.

Trump informou seus planos aos senadores republicanos em uma longa reunião a portas fechadas no dia 10 de janeiro, deixando claro que alguns deles serão colocados em prática já no dia de sua posse, marcada para 20 de janeiro de 2025. 

O interesse em torno das decisões dele demonstra a importância dos EUA na geopolítica mundial. Além da política imigratória, a forma como ele lidará com a China também atrai os olhares. 

Os EUA disputam com a China o título de líder global, algo que pode impactar inclusive a cultura do ocidente. 

Esse jogo de xadrez deu origem à Fim das Nações, uma trilogia documental sobre as mudanças no mundo durante o século XX. No terceiro episódio, uma nova “Guerra Fria” entre as duas potências é explicada. 

Aprofunde-se no assunto, assista gratuitamente abaixo: 

Gabinete ainda precisa ser confirmado

Uma reportagem da AP News do dia 10 de janeiro, recordou promessas de campanha de Trump nesse sentido. De acordo com a matéria, Trump chegou a cogitar assinar os documentos no Capitólio logo após tomar posse. 

Além disso, a próxima semana será decisiva para o novo governo. Isso porque, pela lei americana, alguns dos ministros escolhidos pelo presidente precisam ser aprovados pelo Senado. 

As votações nesse sentido acontecem tradicionalmente dias após a posse, sendo que alguns podem ser confirmados ainda no dia 20 de janeiro. 

Como os republicanos garantiram maioria na Casa, é possível que as escolhas sejam aprovadas sem maiores problemas. 

No entanto, o líder da maioria, senador John Thune, afirma que ainda é preciso verificar antecedentes e documentação de muitos dos indicados. 

“Vamos ver o que vai acontecer”, disse à AP News. 

O novo presidente assumirá como 47º presidente dos EUA ao meio-dia da próxima segunda-feira. Com a previsão de decisões sobre imigração já em seu primeiro dia no cargo, o mundo olhará atento para os desdobramentos da segunda era Trump.