Lula deu uma entrevista exclusiva à Record TV, na qual ele comentou as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas por Trump.
A entrevista, gravada no Palácio da Alvorada, vai ao ar nesta quinta-feira (10), às 19h50, no Jornal da Record.
Lula defendeu que a resposta brasileira à nova taxação americana será "pela reciprocidade".
"Se ele cobrar 50%, vamos cobrar 50% dele. Temos vários caminhos. Podemos recorrer à OMC, propor investigações internacionais... Mas o principal é mostrar que o Brasil se respeita."
Ele anunciou a criação de um comitê com empresários para repensar a política comercial com os EUA e reforçou que "o Brasil é um país em que tudo se resolve na conversa".
Lula disse que a carta em que Trump anunciou a medida foi "absurda" e destacou que chefes de Estado não costumam tomar esse tipo de atitude através das redes sociais.
O documento foi compartilhado na rede social do presidente americano, a Truth Social, na noite de domingo, 9 de julho.
Por esses motivos, Lula disse que Trump não se comporta como um presidente e o chamou de “pretendente”:
"Achei aquela carta do pretendente, porque ele não é presidente, é pretendente, absurda. Não é costume ficar mandando recado por rede social para um chefe de Estado."
Lula também defendeu o Judiciário brasileiro, rebatendo as acusações de Trump de "censura ilegal" contra o STF:
"Se o que Trump fez no Capitólio tivesse acontecido aqui, ele estaria sendo processado como o Bolsonaro e poderia até estar preso. Aqui, o Judiciário é autônomo, sobretudo o STF."
O presidente ainda desmentiu a alegação de Trump de que os EUA se prejudicam em negócios com o Brasil.
Estatísticas americanas comprovam que os EUA tiveram um superávit de R$2,2 trilhões nas relações com o Brasil ao longo dos últimos 15 anos.
Ele também rejeitou a tese de que o Brasil busca censurar plataformas digitais, afirmando que:
"Quem estabelece as regras no Brasil é o Congresso Nacional e o Judiciário. Nenhuma empresa estrangeira pode vir aqui e ignorar nossas leis. Trump precisa entender isso. Aqui não é território sem lei."
Lula foi atribuiu parte da ofensiva americana à influência de Eduardo Bolsonaro na política americana:
"O ex-presidente deveria assumir sua responsabilidade. Foi o filho dele quem foi lá influenciar Trump, que agora tenta interferir em um processo que está na Suprema Corte brasileira. E aqui, decisão judicial se cumpre."
Lula reforçou que o Brasil é um país soberano e que "não aceitará ser tutelado por ninguém".
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