Novas provas mostram relação entre Jeffrey Epstein e a monarquia inglesa

A monarquia britânica enfrenta uma das maiores crises de sua história recente. O rei Carlos III decidiu retirar todos os títulos e honrarias do irmão, Andrew, após novas provas da sua ligação com o criminoso sexual Jeffrey Epstein.

O ex-príncipe, que por décadas representou a realeza em eventos oficiais, agora perde o direito ao tratamento de “Sua Alteza Real” e será conhecido apenas como Andrew Mountbatten Windsor. 

Ele também foi obrigado a deixar o Royal Lodge, sua residência em Windsor, onde chegou a receber o próprio Epstein e outros nomes envolvidos em uma rede de tráfico e abuso sexual.

Qual era a relação do Príncipe Andrew e Jeffrey Epstein?

O então príncipe Andrew conheceu Jeffrey Epstein no fim dos anos 1990, por intermédio de Ghislaine Maxwell, parceira e cúmplice do financista. Desde o início, a amizade ganhou muita intimidade.

Mesmo após sua primeira condenação por tráfico sexual em 2008, Andrew continuou frequentando suas propriedades, viajando em seu jato particular e participando de eventos privados ao seu lado.

A relação se tornou pública em 2010, quando o duque foi fotografado caminhando com Epstein em Nova York. Andrew admitiu ter passado dias hospedado com Epstein, dizendo que foi “para encerrar a amizade”.

O caso da Virginia Giuffre

Em meio ao escândalo, uma jovem acusou o ex-Príncipe de ter abusado sexualmente dela: Virginia Giuffre. 

Virginia foi recrutada aos 16 anos por Ghislaine Maxwell, que prometia ajudá-la a estudar e viajar. Ela foi levada para o círculo privado de Epstein, onde meninas adolescentes eram exploradas sexualmente.

Giuffre afirmou ter sido forçada a ter relações com Andrew em três ocasiões: uma em Londres, na casa de Maxwell, outra em Nova York e uma terceira na ilha particular de Epstein, onde teria acontecido uma orgia. Em uma declaração de 2015, Virginia relatou:

“Epstein, Andy e aproximadamente oito outras meninas e eu tivemos relações sexuais juntas. As outras pareciam ter menos de 18 anos. Epstein ria e dizia que elas eram as mais fáceis de lidar”.

A acusação ganhou força quando, após ter negado algum tipo de envolvimento, surgisse uma foto de 2001, onde se vê Andrew com o braço em volta da cintura da jovem, então com 17 anos, e Ghislaine Maxwell ao fundo.

Em 2021, Virginia entrou com um processo civil nos Estados Unidos, alegando agressão sexual e sofrimento emocional. O caso foi encerrado em fevereiro de 2022, após um acordo extrajudicial milionário, sem admissão de culpa por parte de Andrew.

Em abril de 2025, Giuffre se suicidou após ter sofrido um acidente. Meses depois foi publicado seu livro de memórias “Nobody’s Girl”, onde ela descreve o comportamento de Andrew e detalha as cenas de abuso.

Poucos meses depois, o rei Carlos III decidiu agir. Andrew foi despojado de todos os títulos, honrarias e privilégios reais, e expulso de sua residência oficial.

Quais são as novas evidências do caso Epstein?

Novos documentos judiciais revelaram que o ex-príncipe Andrew manteve contato com Jeffrey Epstein mesmo após afirmar que havia rompido a amizade.

E-mails de fevereiro de 2011 mostram Andrew escrevendo a Epstein:

“Parece que estamos juntos nisso e teremos que superar. Mantenha contato e vamos brincar de novo em breve”.

As mensagens, assinadas com seu título real, desmentem a entrevista que deu à BBC em 2019, quando disse ter cortado a amizade com Epstein.

Os arquivos apareceram em um processo da Autoridade de Conduta Financeira britânica, que investigava o banqueiro Jes Staley, também ligado a Epstein.

Quem foi Jeffrey Epstein?

Jeffrey Epstein foi um financista americano que construiu um império de conexões políticas que incluía presidentes, bilionários e membros da realeza.

Por trás dessa fachada, escondia-se uma rede internacional de exploração sexual. De acordo com investigações federais, Epstein aliciava meninas adolescentes, prometendo oportunidades de trabalho e bolsas de estudo. Em seguida, as forçava a atos sexuais e as induzia a recrutar novas vítimas.

Entre 2002 e 2005, essa rede operou principalmente em Nova York, Palm Beach e nas Ilhas Virgens Americanas, onde Epstein possuía uma ilha particular conhecida pelos vizinhos como “Ilha da Pedofilia”.

Em 2008, Epstein foi condenado na Flórida por solicitação de prostituição com menor de idade, mas fez um acordo controverso com a promotoria e cumpriu apenas 13 meses de prisão.

Em 2019, foi novamente preso, acusado de tráfico sexual de dezenas de menores. Poucas semanas depois, foi encontrado morto em sua cela..

Sua parceira, Ghislaine Maxwell, filha do magnata britânico Robert Maxwell, foi presa e condenada a 20 anos de prisão em 2022 por ajudar Epstein a recrutar e explorar adolescentes.

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