Um grupo de policiais militares e guardas civis extorquiam lojistas no centro da capital paulista. De acordo com o Ministério Público do Estado de São Paulo, esses profissionais estariam cobrando para garantir a segurança de seus estabelecimentos contra a ação de usuários de drogas e bandidos.
Além de tirar o dinheiro dos comerciantes, o grupo também é investigado pelo envolvido em outras atividades ilegais, como:
As investigações apontaram para o guarda da GCM, Elisson de Assis, como o fundador de uma empresa de segurança privada, a Stive Monitoramento, criada com os dados de uma mulher.
Os investigadores encontraram na sede da empresa uma lista com os nomes de pessoas que pagavam pela segurança no centro da cidade e das datas limites para cada pagamento.
Outros oficiais da GCM e da PM também estão sendo acusados de participar da organização e de mobilizar recursos em valores milionários.
As investigações, coordenadas pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público Estadual, levaram a uma megaoperação na capital paulista.
Foram mobilizados na operação, que recebeu o nome de Salus et Dignitas (segurança e dignidade), cerca de 1.3 mil agentes, contando com:
As forças de segurança conseguiram cumprir um total de 117 mandados de busca e apreensão.
Além de desarticular a milícia que atuava na região, a operação também visava infligir perdas ao que foi classificado pelos promotores como "Ecossistema criminoso" que opera no centro de São Paulo.
Os esforços da polícia, juntamente aos agentes do Gaeco, conseguiram apreender:
Além disso:
Foram também detectados esquemas de prostituição organizados nas propriedades confiscadas e o uso de trabalho infantil e de usuários de drogas pagos por entorpecentes na indústria de reciclagem, setor em que o PCC tem explorado para lavar dinheiro.
Lincoln Gakiya, promotor do Gaeco, destaca como setores legais são beneficiados por esse tipo de atividade criminosa:
"Tem garotinho trabalhando em ferro-velho nos mesmos materiais que, lá na frente, vão ganhar um selo verde. Muitas empresas não controlam a cadeia daquilo que compram. E, na reciclagem, tem trabalho degradante. Queremos mexer com isso também".
A operação é mais um capítulo da triste história de violência e abandono que o centro de São Paulo enfrenta há anos.
A presença da maior Cracolândia do país favorece a criminalidade, estabelecendo um ambiente propício à presença de facções e milícias no coração da cidade mais rica da América Latina.
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