A Lei Rouanet alcançou um marco histórico no primeiro semestre de 2025. Ao todo, foram mais de R$ 765,9 milhões captados para projetos culturais em todo o Brasil. Esse valor representa um crescimento de 37,8% em comparação ao mesmo período do ano passado.
O destaque foi o mês de junho, que sozinho movimentou mais de R$ 223,8 milhões — o maior valor já registrado desde que a lei foi criada. Em maio, a renúncia de impostos também foi expressiva, chegando a R$ 128 milhões. Já em junho, houve nova quebra de recorde, com R$ 226,2 milhões captados.
Ao todo, mais de 4.600 projetos culturais foram beneficiados com os recursos arrecadados neste primeiro semestre.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, celebrou o resultado e destacou que o aumento expressivo nas captações mostra que os investidores estão cada vez mais confiantes na Lei Rouanet:
“Os resultados positivos da captação em todas as regiões do país e em todos os estados comprovam o sucesso das ações do Ministério da Cultura para ampliar e democratizar o acesso aos recursos, respeitando os limites da Lei Orçamentária.”
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, comemorou o aumento de recursos e disse que o crescimento da captação revela o aumento da confiança de investidores, na Lei Rouanet.
“Os resultados positivos alcançados pela captação por meio da Lei Rouanet neste primeiro semestre de 2025, em todas as regiões e atingindo os 26 estados (e DF), comprovam a eficácia e sucesso das ações implementadas pelo Ministério da Cultura para nacionalizar e ‘democratizar’ o acesso aos recursos de fomento à cultura, sem ultrapassar os limites definidos pela Lei Orçamentária Anual.”
A Lei permite que empresas parceiras abatam valores enviados a artistas e produtores culturais do imposto.
Assim, as produtoras que conseguem ter projetos aprovados pela Lei, podem solicitar doações ou patrocínios.
De acordo como site da Secretaria Especial da Cultura, os valores podem ser enviados como doação ou patrocínio:
“A doação é um repasse sem retorno de imagem para o incentivador. É um apoio que resulta apenas da decisão de aplicar parcela do imposto de renda devido em um projeto cultural para o qual a pessoa ou empresa queira contribuir. O patrocínio é um repasse com retorno de imagem.”
O projeto precisa ser aprovado pelo Ministério da Cultura, que também determina os valores que podem ser captados.
Existe um processo a ser seguido antes da captação ser liberada, que envolve etapas como:
Depois de se inscrever, o projeto precisa ser validado por um parecerista, ou seja, um especialista credenciado .
Uma vez aprovada, o projeto é encaminhado para a análise da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), que decide se receberá a verba ou não.
Caso haja a aprovação, os responsáveis têm um prazo de 12 meses para realizar o projeto e depois precisam prestar contas ao governo.
Existem diversas críticas à Lei Rouanet. Algumas das principais são ligadas a desvios de recursos e grandes investimentos em artistas consagrados.
Ao longo dos anos, várias polêmicas já foram associadas à lei Rouanet. Um dos casos mais emblemáticos de desvios de verba foi descoberto em 2016, pela Operação Boca Livre da Polícia Federal.
Em uma das situações mais escandalosas, o dono do Grupo Bellini, que realizava eventos culturais, teria usado os recursos liberados pelo ministério da Cultura para bancar um casamento de luxo para seu filho.
O evento teria acontecido no salão de um hotel cinco estrelas na praia de Jurerê Internacional, conhecida como “Ibiza Brasileira”.
Em outros casos, artistas famosos receberam repasses de grandes quantias em dinheiro através da lei para seus projetos.
Um dos casos que chamou a atenção da mídia aconteceu em 2011, quando a cantora Maria Bethânia recebeu R$1,3 milhão para fazer um blog onde ela lia poesia.
O cantor Zé Ramalho, também foi beneficiado com R$5,97 milhões para uma turnê no ano passado.
O secretário municipal de Relações Institucionais, Enrico Misasi, explicou durante entrevista à Brasil Paralelo o motivo da Lei beneficiar principalmente os grandes artistas:
“As grandes empresas têm profissionais dedicados a traçar estratégias de marketing com o uso da Lei Rouanet. Isso acaba sendo tudo combinado com os grandes artistas e grandes produtoras, porque é vantajoso para os dois lados. E assim vão se formando conchavos entre poderosos que acabam monopolizando a Lei Rouanet, tirando dos artistas pequenos qualquer chance de conseguir o mínimo apoio que eles precisam.”
A entrevista é parte do filme original da Brasil Paralelo Aos amigos, a lei. A produção investiga a Lei Rouanet e seus impactos na cultura brasileira.
Assine o streaming da Brasil Paralelo para assistir ao filme completo, além de ter acesso a todas as produções originais, filmes e séries selecionados.
Clique no link abaixo para garantir acesso a todas as produções originais por apenas R$10.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP