A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a proposta que enterra a reeleição para cargos do Executivo no Brasil: presidente, governadores e prefeitos.
O texto-base da PEC foi aprovado hoje, quarta-feira, 21 de maio, e passou sem contagem de votos, em votação simbólica. Agora, seguirá para o plenário do Senado. Se aprovada em dois turnos por pelo menos 49 senadores, a medida ainda precisa do aval da Câmara dos Deputados.
A reforma política proposta na PEC inclui:
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A reeleição foi instituída em 1997 e permitiu que Fernando Henrique Cardoso disputasse (e vencesse) um segundo mandato. De lá para cá, todos os presidentes tentaram a recondução — com sucesso, exceto Jair Bolsonaro em 2022.
Mas o modelo perdeu apoio. De esquerda a direita, senadores passaram a ver a reeleição como um incentivo a governos voltados mais para agradar o eleitorado do que para implementar reformas duradouras.
“O saldo foi negativo: atrasou a renovação política e reforçou o viés eleitoreiro dos mandatos”, afirmou o relator Marcelo Castro (MDB-PI).
Além do fim da reeleição, a PEC altera o ritmo da política nacional. Mandatos mais longos e sem possibilidade de recondução visam fortalecer a autonomia dos governantes e estimular projetos de longo prazo.
Outra mudança é a redefinição das presidências da Câmara e do Senado: os eleitos para esses cargos terão mandatos alternados — três anos para o primeiro presidente da legislatura, dois para o segundo. A reeleição continua proibida dentro da mesma legislatura.
Um dos principais argumentos para unificar as eleições é o impacto financeiro. “Realizar eleições a cada dois anos custa caro e consome uma estrutura enorme”, diz Castro. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), reforça:
“É uma exaustão para o eleitor e para os governantes”.
Um dos principais argumentos para unificar as eleições é o impacto financeiro. “Realizar eleições a cada dois anos custa caro e consome uma estrutura enorme”, diz Castro. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), reforça: “É uma exaustão para o eleitor e para os governantes”.
Apesar do avanço da proposta, há resistência à ideia de unificar as eleições. Senadores que defendem a manutenção do ciclo atual — com eleições a cada dois anos — argumentam que o modelo favorece a fiscalização dos políticos e aproxima a população dos debates públicos com mais frequência.
“Espaçar os pleitos pode significar menos controle popular. A eleição bienal é uma forma de manter o Congresso e os Executivos locais sob constante avaliação”, afirmou o senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Para ele, o intervalo menor entre os ciclos eleitorais contribui para oxigenar o debate político e reduzir o distanciamento entre eleitores e eleitos.
Outro ponto em debate é o impacto no calendário legislativo e administrativo. Com a unificação, prefeitos, governadores e presidente tomariam posse simultaneamente, o que pode gerar sobrecarga institucional no início de cada mandato. O mesmo vale para os parlamentos estaduais e federal, que teriam renovação total ao mesmo tempo.
Ainda não há consenso na Casa sobre todos os pontos do texto. A votação em plenário promete ser apertada e a negociação com a base governista e blocos independentes será decisiva para garantir os 49 votos necessários em dois turnos. Após a aprovação no Senado, o texto segue para análise da Câmara, onde precisará do apoio de 308 deputados para avançar.
A expectativa é que a votação no plenário do Senado ocorra nas próximas semanas, com a redação final incorporando os ajustes feitos até o último momento. A discussão ainda está longe do fim — e o futuro do sistema eleitoral brasileiro segue em aberto.
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