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Quem foi Mozart? A história do prodígio musical

Arte
Música
Biografia
Redação Brasil Paralelo

A história de Mozart foi marcada por um excepcional talento para a música e pela obstinação de seu pai, Leopold, em torná-lo um homem famoso e bem-sucedido.

Esse compositor austríaco, cuja genialidade musical se manifestou prematuramente, aos quatro anos, empreendeu uma série de viagens pela Europa em busca de reconhecimento e de uma confortável posição financeira.

Apesar de todo sucesso alcançado no decorrer de sua trajetória, Mozart morreu em uma situação precária, com apenas 35 anos de idade. Enterrado sem qualquer identificação, o paradeiro de seu corpo permanece incerto até hoje.

Neste artigo, você vai entender como o músico que entrou para a história como um dos grandes expoentes do classicismo teve esse fim.

O que você vai encontrar neste artigo?

Quem foi Mozart?

Mozart entrou para a história como um dos principais compositores do classicismo, juntamente com Haydn e Beethoven. Os três compõem a assim chamada primeira escola vienense ou era clássica vienense.

Além disso, ele também é considerado um dos maiores compositores do Ocidente. Suas obras influenciaram os artistas ao longo de todo século XIX e até o início do século XX.

Nascimento

A história de Mozart tem início em 27 de janeiro de 1756, em Salzburgo, na Áustria.

Seu nome de batismo, Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart, foi em homenagem a São Crisóstomo, um dos mais importantes patronos do cristianismo primitivo.

Ao longo da vida, Mozart adotou outras formas de grafia para o seu nome, sendo Wolfgang a versão germanizada e Amadeus, latinizada.

A introdução à música

Sétimo e último filho de Anna Maria e Leopold, Mozart só tinha uma irmã, Maria Anna — a quem apelidaram de Nannerl —, pois os outros seis filhos não conseguiram sobreviver à infância.

Desde pequeno, Mozart foi rodeado pela música. O seu pai era um experiente e afamado violinista da corte de Salzburgo e promovia o convívio musical no seio familiar.

A fim de entender quem foi Mozart e por que sua vida desperta tanta curiosidade, é preciso conhecer um peculiar aspecto de sua jornada: o fato de ser considerado prodígio. Mozart manifestou, já desde a mais tenra idade, um talento para a arte musical.

Em 1760, o pai de Mozart, Leopold, começou a ensinar a Maria Anna, na época com nove anos, as primeiras lições de cravo. Leopold se surpreendeu ao constatar que o filho também já as conseguia assimilar e era capaz de imaginar melodias.

Convencido da genialidade musical do filho, então com quatro anos, Leopold estruturou um programa de estudos musicais rígido e bastante completo, já havendo ele elaborado um guia para tocar violino, o qual na Europa era considerada a obra ordinária sobre o assunto.

Com quatro anos, portanto, Mozart começou a aprender o teclado, tendo iniciado as práticas de órgão e violino no ano seguinte.

A primeira aparição pública

Em 1761, aos cinco anos de idade, Mozart escreveu suas primeiras composições. O surpreendente é que não se tratavam de obras desconexas, mas coerentes e harmônicas: dentre as quais, figurava o concerto para cravo Minueto e Trio em Sol Maior.  

O caráter excepcional desse compositor, no entanto, não se encerra aí. Ele também realizou sua primeira aparição pública nesse mesmo período: uma récita de obras de Johann Eberlin na Universidade de Salzburgo.

Sua maestria com tão pouca idade encantou a realeza e reforçou a convicção do pai de que o filho poderia conquistar uma posição de destaque na esfera musical. Estimulado por essa ideia, Leopold induziu Mozart, em sua breve vida, a fazer uma série de longas viagens ao redor da Europa, para angariar ganhos financeiros e prestígio.  

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O início da carreira de músico

A primeira delas aconteceu logo após a récita em Salzburgo. Ao perceber que a corte local havia se sensibilizado com o notável desempenho de Mozart, Leopold organizou um tour pela Europa, em ordem a divulgar ambos os filhos.  

A estreia em Munique também foi de enorme sucesso; em Viena, a mesma circunstância elogiosa se repetiu. Mozart e Maria Anna foram convidados a tocar para a imperatriz Maria Teresa.

Além de lucro e fama, a passagem por diversos países lhes permitia contato com diferentes estilos musicais, o que possibilitava aos irmãos aprender novas técnicas e desenvolver suas predileções musicais.

Esse percurso do pai com os filhos estendeu-se até janeiro de 1763. Um mês depois do retorno, Mozart fez estreou na corte de Salzburgo, para a qual tocou violino e cravo.  

Nessa época, um pequeno Mozart de sete anos de idade conseguia já identificar quaisquer notas tocadas e, mais do que isso, improvisar composições de estilos muito díspares entre si, executando-as tal como um adulto.

Florescimento musical

Durante essa e as futuras turnês ao redor da Europa, Mozart teve a oportunidade de conviver com figuras proeminentes dos países europeus: ele se apresentou tanto para o rei Luís XV e a aristocracia francesa em Versalhes, quanto para o rei Jorge II da Inglaterra.

Leopold planejava as rotas de modo a visitarem todos os centros musicais relevantes, a fim de aumentar as chances dos filhos de ocuparem um cargo importante ou ganharem algum dinheiro.

A partir dos 12 anos, Mozart passou a produzir proficuamente, progredindo em suas capacidades musicais ao longo do tempo. Pelas localidades aonde passava, deixava impressionados os espectadores.

Em uma visita à Capela Sistina, em Roma, a 1770, Mozart escutou o coro cantar Miserere de Gregório Allegri. Essa música era singular, mas de ouvido ele conseguiu identificar a composição e depois transcrevê-la.

Apesar deste feito, o papa o condecorou com a Ordem da Espora de Ouro, no grau de cavalheiro, título este que Mozart ostentou por certo período.

De Roma, ele e seu pai partiram para a cidade de Bolonha, onde Mozart submeteu-se a ao teste para ingressar na Academia Filarmônica Bolonhesa.

Embora com sete anos a menos do que o requerido pelo regulamento, seu êxito foi tal que conquistou uma vaga na instituição. Tornou-se, com isso, o acadêmico mais jovem a fazer parte dela.

No ano seguinte, foi convidado a tocar Ascanio in Alba no casamento do arquiduque Ferdinando. Uma carta enviada pelo arquiduque à sua mãe dá indícios de que cogitou contratar Mozart como músico da corte, no que foi desencorajado pela imperatriz.

A imperatriz Maria Teresa julgava inadequadas as jornadas de Mozart e seu pai ao redor da Europa à caça de compensações financeiras. Para ela, Ferdinando não deveria se ater a pessoas inúteis que andavam pelo mundo como mendigos.

Depois de passar algum tempo em Salzburgo, Mozart voltou à Alemanha e à França, desta vez acompanhado da mãe, para realizar alguns concertos.

Em sua passagem por Mannheim, experimentou pela primeira vez um piano de fabricação Stein, e admirou-se com todas as suas possibilidades. Foi quando compôs Sonata para Piano em Dó Maior. Com o tempo, ele acabou abandonando o cravo em favor do novo instrumento.

Em Paris, sua mãe adoeceu e não conseguiu recobrar a saúde, vindo a falecer. Nesse ínterim, Mozart nunca parou de compor, e as influências dos estilos internacionais com os quais tivera contato se fizeram sentir em suas obras.

Em 1780, recebeu uma encomenda: fazer uma composição para ser exibida na ópera de Munique. O pedido resultou na primeira de suas grandes óperas, Idomeneo.

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A vida em Viena e o Casamento  

Entre idas e vindas de Salzburgo, onde se frustrava com as limitações da vida musical, Mozart finalmente decidiu ir viver em Viena. Ele foi recebido na casa de um casal de amigos, os Weber.

A renda dele nesse período vinha de aulas e concertos privados. Em dezembro, venceu uma competição na corte contra Muzio Clementi, músico italiano. Ele achava que a vitória lhe garantiria um trabalho, algo que não aconteceu.

Mozart era um homem pequeno, magro e pálido. Uma varíola também lhe havia deixado marcas no rosto, o que não o impediu de iniciar um envolvimento com uma das filhas do casal Weber, chamada Constanze.

Embora tenha negado o romance inicialmente, e até tenha se mudado da casa dos Weber, ele terminou declarando sua intenção de casar-se com Constanze. A união aconteceu em 1782, e Mozart compôs KV 427 para que Constanze a cantasse.  

Após o casamento, eles permaneceram em Viena. Ao todo, eles tiveram seis filhos, mas apenas dois sobreviveram aos primeiros anos de vida: Carl Thomas e Franz Xaver Wolfgang Mozart.

Ainda em 1782, ele escreveu O rapto de serralho.  

A maçonaria entrou em sua vida dois anos depois, em 1784: Mozart foi admitido como aprendiz. Ele compôs várias obras para as reuniões, como Hino ao Sol K. 429 e Die Maurerfreude K. 471.  

Nos primeiros meses de 1785, Leopold visitou o casal em Viena. Ele ficou feliz ao observar a vida confortável do filho e os inúmeros concertos em que estava envolvido. Mozart vivia um período de grande reconhecimento: as notícias de jornais da época declaravam que ele era apreciado por todos, cuja fama era merecida.

Esse sucesso, no entanto, não lhe garantia estabilidade financeira: Mozart era conhecido por gastar muito, e o casal logo precisou pedir empréstimo para sobreviver.

Em 1786, destaca-se a produção de sua ópera As bodas de Fígaro e das músicas de câmara, em particular, os quartetos de cordas dedicados a Haydn.

No entanto, ainda que suas obras fossem reconhecidas, a partir desse ano, Mozart viu sua popularidade declinar.

Aos problemas financeiros, juntaram-se os de saúde: os primeiros foram atenuados logo no ano seguinte, quando José II decidiu dar-lhe uma pensão anual.

Mozart foi convidado para ir para Praga, onde Fígaro havia alcançado grande sucesso, tornando-se um compositor popular.

Nessa cidade, recebeu a encomenda de uma nova ópera a ser exibida na próxima temporada. Ele compôs então Don Giovanni, que foi extremamente aclamada.  

Ao voltar para Viena, finalmente foi contratado como Músico de Câmara na Corte: era sua obrigação escrever as músicas que embalariam os bailes da Corte.

Quando Leopoldo II foi coroado como novo imperador, Mozart esperava receber uma promoção. Não sendo contemplado, solicitou, então, o cargo de mestre de capela da catedral, para o qual foi designado como substituto, sem receber rendimentos por isso.

O fim da vida de Mozart

Suas últimas obras foram compostas em 1779, dentre as quais figura a inacabada Missa fúnebre de Réquiem, A flauta mágica e A clemência de Tito.

Neste mesmo ano, Mozart ficou doente e nunca mais se recuperou. Depois de apresentar uma aparente melhora, seu quadro se agravou, e ele faleceu no dia 5 de dezembro de 1791.

Embora o médico tenha diagnosticado a causa mortis como febre miliar aguda, há rumores de que Mozart fora envenenado, o que nunca foi comprovado.

Quando faleceu, aos 35 anos, Constanze mal teve dinheiro para enterrá-lo. Ele foi velado na Catedral no dia 6 de dezembro de 1791, e seu corpo enterrado em uma cova sem qualquer identificação, no cemitério da Igreja de São Marcos, nos arredores de Viena. Assim, não se sabe até hoje qual o local exato em que seu corpo está.

Atualmente, neste cemitério, há um setor específico para os grandes compositores clássicos. Nele, encontram-se enterrados os corpos de Beethoven, Schubert, Johann Strauss, Franz Schubert e Johannes Brahms. Ao lado deles, há um monumento em homenagem a Mozart.  

O contexto cultural

No início de sua trajetória musical, Mozart tinha na estética Rococó uma referência. Contudo, na maior parte de sua carreira, não só desfrutou como foi um dos construtores do classicismo.  

O Classicismo musical compreende o período que vai da segunda metade do século XVIII até o início do século XIX. Trata-se de um movimento que buscava inspiração nos ideais da Antiguidade Clássica, sobretudo na Grécia antiga.

As obras do Classicismo tinham em vista o equilíbrio e a perfeição formal, caracterizando-se também pela simplicidade, simetria e claridade.

Os principais gêneros desse movimento eram o quarteto de cordas, a sinfonia e a sonata, com maior destaque para esta última: Mozart dedicou-se a levar os três a níveis superiores de excelência.  

Tal como os demais compositores clássicos, Mozart adotou a sonata como estrutura fundamental para os movimentos mais importantes de suas composições.

Outro aspecto interessante que marca esse período é a transformação do piano no principal instrumento de teclas, em substituição ao cravo. Essa será, inclusive, uma das formas de diferenciá-lo do período Barroco.

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As obras de Mozart

As obras de Mozart foram catalogadas pelo musicólogo austríaco Ludwig von Köchel em 1862, dando origem ao Índice Köchel. Por isso, o número das composições de Mozart é antecedido por um K ou por um KV.

Todas elas estão presentes no Catálogo cronológico-temático completo da obra musical de Amadeus Mozart, que sofreu três revisões após a publicação.

O critério utilizado para catalogação foi o cronológico, embora algumas composições que antecedem 1784 tenham data imprecisa.

Ao todo, Mozart escreveu mais de 600 composições, entre as quais vinte e sete concertos para piano e quarenta e uma sinfonias.

As principais obras de Mozart são:

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