Após as punições da Lei Magnitsky serem oficializadas contra o ministro Alexandre de Moraes hoje à tarde (30/07), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, justificou a punição em sua conta no X dizendo:
“O presidente e o secretário do Tesouro [dos EUA] sancionaram o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do programa de sanções Global Magnitsky por graves violações de direitos humanos. Que este seja um aviso para aqueles que atropelam os direitos fundamentais de seus compatriotas — as togas judiciais não podem protegê-los”.
Logo em seguida, o secretário oficial de diplomacia pública, Darren Beattie, afirmou:
“As sanções contra o juiz Moraes hoje deixam claro que o Presidente Trump leva a sério o complexo de censura e perseguição no Brasil, do qual Moraes foi o principal arquiteto. Aqueles que foram cúmplices das violações de direitos humanos de Moraes devem tomar nota”.
Entre os potenciais alvos de futuras sanções, especula-se que estejam:
Em nota da Agência Brasil, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, repudiou, nesta quarta-feira (30), a sanção do governo dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Para ela, é um ato “violento e arrogante”.
“Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país. Nenhuma nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra. Solidariedade ao ministro e ao STF. Repúdio total do governo Lula a mais esse absurdo”, escreveu em publicação nas redes sociais.
Gleisi fez referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, em março, se licenciou do mandato na Câmara, foi para os Estados Unidos e articula ações junto ao governo norte-americano contra a Justiça e a economia brasileiras na tentativa de livrar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do julgamento por tentativa de golpe de Estado.
Eduardo Bolsonaro (Deputado Federal, PL-SP): celebrou as sanções no X, chamando Moraes de “ditador” que usa o STF para perseguição política, e destacou a medida como exposição internacional de abusos.
Paulo Figueiredo (Influenciador e Acusado no Caso do Golpe): no X, elogiou as sanções como resposta ao “complexo de perseguição e censura” de Moraes, alertando sobre consequências se suas ações continuarem. Acusado no inquérito do golpe, apoia a narrativa de violações de direitos humanos por Moraes, colaborando com bolsonaristas nos EUA.
Senador Eduardo Girão (Novo-CE): no X, apoiou as sanções, afirmando que mostram abusos de Moraes contra a democracia e reforçam a necessidade de impeachment. Ele lidera pedido de impeachment de Moraes no Senado, apoiado por 156 deputados, com base em acusações de abuso de poder.
As sanções impostas pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 30 de julho de 2025, sob a Lei Magnitsky, criam um dilema complexo para bancos, redes sociais e outras empresas, especialmente aquelas com operações no Brasil e nos EUA.
Essas instituições podem enfrentar conflitos entre cumprir ordens judiciais brasileiras, lideradas por Moraes, e aderir às sanções americanas, o que pode levar a sérias consequências financeiras, legais e operacionais em ambos os países.
Bancos
Os bancos, sejam brasileiros (como Itaú, Bradesco, Santander, Nubank) ou internacionais com operações no Brasil (como JPMorgan, Citibank, HSBC), estão no centro do conflito devido à natureza global do sistema financeiro e à influência dos EUA sobre ele.
Bancos que operam no Brasil são obrigados a cumprir essas ordens sob pena de multas, processos judiciais ou até revogação de licença pelo Banco Central do Brasil.
Cumprir ordens de Moraes pode ser interpretado como apoio a um indivíduo sancionado pela Lei Magnitsky, já que Moraes foi acusado de "graves violações de direitos humanos". A Lei Magnitsky permite que o Departamento do Tesouro dos EUA imponha sanções secundárias a entidades que mantenham relações com sancionados, incluindo:
Se um banco decidir acatar as sanções americanas e se recusar a cumprir ordens judiciais de Moraes (como não bloquear contas de investigados), enfrentará problemas no Brasil.
Riscos no Brasil:
Redes Sociais
Empresas de tecnologia americanas, como Google (YouTube, Gmail), Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp) e X, também enfrentam dilemas devido às ordens de Moraes para remoção de conteúdo ou suspensão de contas no Brasil.
Se empresas como Google ou Meta decidirem ignorar ordens de Moraes para cumprir sanções americanas, podem ser penalizadas no Brasil.
Empresas americanas ou com exposição ao sistema financeiro dos EUA, como companhias aéreas (Delta, United), serviços de pagamento (PayPal, Wise) e provedores de tecnologia (Amazon, Microsoft), também enfrentam riscos.
Se essas empresas seguirem as sanções americanas, podem se recusar a cumprir ordens judiciais brasileiras, como fornecer dados ou manter serviços.
As declarações de autoridades americanas, incluindo Marco Rubio e Scott Bessent, indicam que o governo Trump está disposto a expandir as sanções contra autoridades brasileiras além de Alexandre de Moraes, mirando aqueles percebidos como cúmplices em supostas violações de direitos humanos.
Embora nomes específicos de novos alvos ainda não tenham sido confirmados, a retórica sugere que outros ministros do STF, autoridades do TSE e membros do governo Lula estão sob risco. A situação permanece fluida, com o Brasil considerando contramedidas e a comunidade internacional observando as implicações para as relações bilaterais e a soberania judicial.
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