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Outras autoridades brasileiras podem ser punidas pelos EUA? Oficial de diplomacia dos EUA responde

Internacional
Outras autoridades brasileiras podem ser punidas pelos EUA? Oficial de diplomacia dos EUA responde
Foto: Schiefelbein/Pool via REUTERS.
Redação Brasil Paralelo

Após as punições da Lei Magnitsky serem oficializadas contra o ministro Alexandre de Moraes hoje à tarde (30/07), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, justificou a punição em sua conta no X dizendo:

“O presidente e o secretário do Tesouro [dos EUA] sancionaram o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do programa de sanções Global Magnitsky por graves violações de direitos humanos. Que este seja um aviso para aqueles que atropelam os direitos fundamentais de seus compatriotas — as togas judiciais não podem protegê-los”.

Sanções contra aliados de Moraes

Logo em seguida, o secretário oficial de diplomacia pública, Darren Beattie, afirmou:

“As sanções contra o juiz Moraes hoje deixam claro que o Presidente Trump leva a sério o complexo de censura e perseguição no Brasil, do qual Moraes foi o principal arquiteto. Aqueles que foram cúmplices das violações de direitos humanos de Moraes devem tomar nota”.

Contexto e alvos potenciais

O que você vai encontrar neste artigo?

Entre os potenciais alvos de futuras sanções, especula-se que estejam:

  • Outros ministros do STF: a revogação de vistos de entrada nos EUA já foi aplicada a aliados de Moraes na Suprema Corte e seus familiares, conforme reportado pelo The Washington Post. Isso indica que outros juízes que apoiam as decisões de Moraes, como ordens de remoção de conteúdo em redes sociais, podem ser visados.
  • Procuradores e policiais federais: a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal, que colaboram com as investigações lideradas por Moraes, foram mencionadas em um artigo da Reuters afirmando que o Procurador-Geral, Paulo Gonet ,foi alvo de restrições de visto.

Reações no Brasil e implicações

Em nota da Agência Brasil, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, repudiou, nesta quarta-feira (30), a sanção do governo dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Para ela, é um ato “violento e arrogante”.

“Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país. Nenhuma nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra. Solidariedade ao ministro e ao STF. Repúdio total do governo Lula a mais esse absurdo”, escreveu em publicação nas redes sociais.

Gleisi fez referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, em março, se licenciou do mandato na Câmara, foi para os Estados Unidos e articula ações junto ao governo norte-americano contra a Justiça e a economia brasileiras na tentativa de livrar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do julgamento por tentativa de golpe de Estado. 

Reações positivas

Eduardo Bolsonaro (Deputado Federal, PL-SP): celebrou as sanções no X, chamando Moraes de “ditador” que usa o STF para perseguição política, e destacou a medida como exposição internacional de abusos.

Paulo Figueiredo (Influenciador e Acusado no Caso do Golpe): no X, elogiou as sanções como resposta ao “complexo de perseguição e censura” de Moraes, alertando sobre consequências se suas ações continuarem. Acusado no inquérito do golpe, apoia a narrativa de violações de direitos humanos por Moraes, colaborando com bolsonaristas nos EUA.

Senador Eduardo Girão (Novo-CE): no X, apoiou as sanções, afirmando que mostram abusos de Moraes contra a democracia e reforçam a necessidade de impeachment. Ele lidera pedido de impeachment de Moraes no Senado, apoiado por 156 deputados, com base em acusações de abuso de poder.

Impacto social e Econômico

As sanções impostas pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 30 de julho de 2025, sob a Lei Magnitsky, criam um dilema complexo para bancos, redes sociais e outras empresas, especialmente aquelas com operações no Brasil e nos EUA. 

Essas instituições podem enfrentar conflitos entre cumprir ordens judiciais brasileiras, lideradas por Moraes, e aderir às sanções americanas, o que pode levar a sérias consequências financeiras, legais e operacionais em ambos os países.

Bancos

Os bancos, sejam brasileiros (como Itaú, Bradesco, Santander, Nubank) ou internacionais com operações no Brasil (como JPMorgan, Citibank, HSBC), estão no centro do conflito devido à natureza global do sistema financeiro e à influência dos EUA sobre ele.

Obedecer ordens de Moraes (e desrespeitar sanções dos EUA)

Bancos que operam no Brasil são obrigados a cumprir essas ordens sob pena de multas, processos judiciais ou até revogação de licença pelo Banco Central do Brasil.

Riscos nos EUA 

Cumprir ordens de Moraes pode ser interpretado como apoio a um indivíduo sancionado pela Lei Magnitsky, já que Moraes foi acusado de "graves violações de direitos humanos". A Lei Magnitsky permite que o Departamento do Tesouro dos EUA imponha sanções secundárias a entidades que mantenham relações com sancionados, incluindo:

  • Congelamento de ativos: Contas do banco nos EUA ou ativos em dólares podem ser bloqueados.
  • Multas pesadas: Penalidades financeiras significativas por violar sanções.
  • Restrição de acesso ao sistema financeiro americano: Isso inclui o bloqueio de transações em dólar ou acesso ao sistema SWIFT, essencial para operações globais.
  • Danos reputacionais: Ser associado a violações de sanções pode afastar investidores e clientes internacionais.
  • Exemplo prático: Como mencionado em reportagens, em 2022, Visa, MasterCard e American Express bloquearam bancos russos de suas redes após sanções semelhantes, demonstrando o impacto em instituições financeiras que não cumprem sanções americanas.
  • Cenário: Um banco como o Santander, com operações nos EUA, pode ser pressionado a congelar contas de Moraes ou seus aliados. Se cumprir essas ordens brasileiras, pode sofrer sanções nos EUA, comprometendo suas operações globais. Postagens no X, como a de @araujjo_marcos, destacam que bancos brasileiros com operações nos EUA enfrentariam esse dilema, podendo optar por abandonar o mercado americano ou arriscar punições.

Obedecer sanções dos EUA (e enfrentar problemas no Brasil)

Se um banco decidir acatar as sanções americanas e se recusar a cumprir ordens judiciais de Moraes (como não bloquear contas de investigados), enfrentará problemas no Brasil.

Riscos no Brasil:

  • Multas e penalidades: o descumprimento de ordens judiciais pode resultar em multas milionárias impostas pelo STF ou TSE.
  • Revogação de licença: o Banco Central do Brasil pode suspender a licença de operação, forçando o banco a encerrar atividades no país.
  • Processos criminais: executivos do banco podem ser investigados ou presos por desobediência judicial.
  • Judicialização: se um banco tentar cumprir sanções americanas e for impedido por decisões judiciais brasileiras, a situação pode entrar em um "limbo jurídico", com o banco paralisado até a resolução do conflito.
  • Cenário: Um banco como o Nubank, que utiliza tecnologia americana (como servidores da Amazon ou Google Cloud), pode optar por cumprir sanções dos EUA para proteger suas operações internacionais. Isso, porém, pode levar a ordens judiciais brasileiras exigindo a retomada de serviços, sob risco de multas ou até saída do mercado brasileiro.

Impacto geral

  • Sistema financeiro global: A influência dos EUA no sistema financeiro é significativa, já que muitas transações globais são feitas em dólar. Bancos brasileiros com exposição internacional, como Itaú ou Bradesco, podem reavaliar vínculos com sancionados para evitar punições nos EUA, mesmo sem obrigação legal no Brasil.
  • Possível saída do Brasil: Em casos extremos, bancos estrangeiros podem optar por encerrar operações no Brasil para evitar conflitos com os EUA.  Bancos como o Banco do Brasil podem ser forçados a operar apenas com dinheiro vivo para sancionados.
  • Precedente russo: O bloqueio de bancos russos por Visa e MasterCard em 2022 mostra que instituições financeiras tendem a priorizar o cumprimento de sanções americanas para evitar perdas maiores.
  • Limitações no Brasil: Especialistas, como os citados pela Gazeta do Povo, afirmam que bancos brasileiros não são obrigados a cumprir sanções americanas no Brasil devido à soberania nacional. No entanto, bancos com operações nos EUA podem adotar medidas preventivas para evitar sanções secundárias.

Redes Sociais

Empresas de tecnologia americanas, como Google (YouTube, Gmail), Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp) e X, também enfrentam dilemas devido às ordens de Moraes para remoção de conteúdo ou suspensão de contas no Brasil.

Obedecer ordens de Moraes (e desrespeitar sanções dos EUA)

Riscos nos EUA

  • Sanções secundárias: As empresas podem enfrentar multas ou restrições por manterem relações com Moraes ou seus aliados, como mencionado em reportagens sobre o impacto da Lei Magnitsky em empresas com exposição aos EUA.
  • Pressão política: Plataformas como X, de propriedade de Elon Musk, podem sofrer pressão do governo americano para cortar laços com Moraes. O processo movido pela Trump Media e Rumble contra Moraes na Flórida reforça essa pressão, alegando violações de direitos humanos.
  • Exemplo: A suspensão do Rumble no Brasil, após a recusa em bloquear contas, e a carta do Departamento de Justiça dos EUA a Moraes, indicam que ordens brasileiras não têm validade nos EUA, criando um conflito jurisdicional.
  • Cenário: Se o YouTube remover um vídeo por ordem de Moraes, pode ser acusado nos EUA de apoiar censura, enfrentando multas ou processos.

Obedecer sanções dos EUA (e enfrentar problemas no Brasil)

Se empresas como Google ou Meta decidirem ignorar ordens de Moraes para cumprir sanções americanas, podem ser penalizadas no Brasil.

  • Riscos no Brasil:
    • Bloqueio de plataformas: Como ocorreu com o X em 2024 e o Rumble em 2025, plataformas podem ser suspensas no Brasil por descumprimento de ordens judiciais.
    • Multas: O STF pode impor multas significativas, como ocorreu com o Telegram e WhatsApp em casos anteriores.
    • Perda de mercado: O Brasil é um mercado relevante para essas empresas, e a suspensão pode causar perdas financeiras e de usuários.
  • Cenário: O X, por exemplo, voltou a operar no Brasil após negociações com o STF, mostrando que empresas podem ceder à pressão brasileira para manter operações. No entanto, isso pode criar tensões com os EUA, especialmente com Musk, que criticou Moraes publicamente.

Outras Empresas

Empresas americanas ou com exposição ao sistema financeiro dos EUA, como companhias aéreas (Delta, United), serviços de pagamento (PayPal, Wise) e provedores de tecnologia (Amazon, Microsoft), também enfrentam riscos.

Obedecer ordens de Moraes

  • Contexto: Empresas podem ser obrigadas a cumprir ordens judiciais brasileiras, como fornecer dados ou suspender serviços de indivíduos investigados.
  • Riscos nos EUA:
    • Sanções secundárias: Como bancos, essas empresas podem sofrer multas ou restrições por manterem laços com sancionados.
    • Exemplo: PayPal ou Wise podem ser pressionados a bloquear transações de Moraes ou aliados, mas se continuarem a operar normalmente, podem enfrentar penalidades nos EUA.
  • Cenário: A Amazon, que fornece servidores para empresas brasileiras, pode ser pressionada a cortar serviços para entidades ligadas a Moraes, sob risco de sanções.
  • Obedecer sanções dos EUA

Se essas empresas seguirem as sanções americanas, podem se recusar a cumprir ordens judiciais brasileiras, como fornecer dados ou manter serviços.

  • Riscos no Brasil:
    • Multas e proibições: O STF pode impor multas ou suspender operações no Brasil, como ocorreu com o Rumble.
    • Saída do mercado: Empresas podem optar por deixar o Brasil para evitar conflitos, embora isso seja improvável devido ao tamanho do mercado brasileiro, como sugerido por especialistas.
  • Cenário: Uma companhia aérea como a Delta pode recusar voos para Moraes ou aliados, mas isso pode levar a retaliações judiciais no Brasil, como proibições de operação.

Impactos Gerais e Cenários

  • Efeito cascata: empresas brasileiras com exposição internacional (como aquelas que usam servidores da Amazon ou sistemas de pagamento em dólar) podem reavaliar vínculos com sancionados para evitar riscos. Sancionados podem ser banidos do sistema bancário global e de serviços de empresas americanas.
  • Crise diplomática: a aplicação da Lei Magnitsky a Moraes é considerada sem precedentes e pode agravar as relações Brasil-EUA, especialmente com as tarifas de 50% anunciadas por Trump. 
  • Limbo jurídico: como apontado no X, se bancos ou empresas tentarem cumprir sanções e forem impedidos por decisões judiciais brasileiras, os EUA podem interpretar isso como obstrução, escalando para sanções mais amplas.

As declarações de autoridades americanas, incluindo Marco Rubio e Scott Bessent, indicam que o governo Trump está disposto a expandir as sanções contra autoridades brasileiras além de Alexandre de Moraes, mirando aqueles percebidos como cúmplices em supostas violações de direitos humanos. 

Embora nomes específicos de novos alvos ainda não tenham sido confirmados, a retórica sugere que outros ministros do STF, autoridades do TSE e membros do governo Lula estão sob risco. A situação permanece fluida, com o Brasil considerando contramedidas e a comunidade internacional observando as implicações para as relações bilaterais e a soberania judicial.

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