No Nepal, um jovem de 19 anos criou um servidor no Discord. Em 48 horas, 130 mil pessoas estavam lá. Nenhuma bandeira partidária. Só um símbolo: um chapéu de palha. O que parecia uma série de crises isoladas marca um ponto de virada na história recente. É o nascimento da “Primavera Luffy”": uma série de revoltas digitais lideradas por jovens da Geração Z em Nepal, Madagascar, Marrocos, Peru, Indonésia, Quênia e Filipinas.
O que parecia uma série de crises isoladas revela agora um padrão global: movimentos liderados pela Geração Z, a primeira geração nativa do mundo digital, frustrada com a falta de oportunidades e o descrédito nas instituições. Agora, assume o protagonismo em um novo tipo de protesto: sem líderes visíveis, sem partidos oficiais, sem slogans tradicionais.
A mobilização deles é nova: descentralizada, espontânea, anónima e altamente digitalizada. A “Primavera Luffy” tem outra particularidade: o uso do símbolo da banda do Luffy, personagem do anime “One Piece”.
Os protestos dos jovens possuem agendas comuns como problemas de censura, desigualdade, corrupção e mudanças adaptadas às necessidades da geração.
Entre as bandeiras e cartazes, um símbolo tornou-se referência principal: a caveira com chapéu de palha de Monkey D. Luffy, protagonista do mangá japonês One Piece.
Na história, Luffy é um pirata que enfrenta um governo mundial corrupto, em busca de liberdade. Nos protestos, sua bandeira virou o estandarte da rebeldia da Geração Z.
O símbolo também ecoa ideias do “Pirate Party”, movimento político de começos dos 2000, e que defende um estilo e agendas similares com o que a Primavera Luffy defende:
O diferencial da Primavera Luffy é o método de organização e governança: totalmente digital, descentralizada e anônima. Plataformas como Discord, Telegram, Instagram e TikTok se tornaram os comitês de mobilização.
A “Primavera Luffy” é herdeira das revoluções tecnológicas e culturais do século XXI.
Como as Revoluções coloridas do leste europeu e a Primavera Árabe, ela nasce da conexão entre juventude, insatisfação e tecnologia. Mas com uma diferença crucial: não há líderes visíveis. Digital, descentralizado, anônimo, direto e aberto. Esse é o método destas revoltas.
Nos Bálcãs dos anos 90 e começo dos 2000, jovens tomaram as ruas em diversos países propondo agendas e condenando problemas similares aos de hoje. No Oriente Médio, a Primavera Árabe adaptou o mesmo método.
Hoje, a “Primavera Luffy” segue o mesmo esforço no seu problemático contexto: a Geração Z acredita que não tem futuro no mercado de trabalho, nem estabilidade possível; psicológica ou financeira.
Os protestos da Primavera Luffy continuam se desdobrando. Se você quiser acompanhá-los, trazemos o Resumo BP: a nossa newsletter gratuita com informação atual sobre o que está acontecendo no mundo. Assine agora o Resumo BP e fique por dentro.
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