História do Brasil
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O icônico roubo do cofre de Adhemar de Barros. Uma história envolvendo guerrilheiros, corrupção e uma futura presidente do Brasil

Veja como militantes armados executaram o roubo do cofre de Adhemar de Barros, o maior golpe terrorista do Regime Militar

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
14/8/2025 21:22
Guerrilheiros e Adhemar de Barros.

Em meio a repressão da ditadura militar, dois grupos revolucionários em decadência se unem para assaltar a casa do político mais poderoso do estado de São Paulo. O roubo do cofre de Adhemar de Barros foi considerado o maior golpe terrorista até então.

Devido a importância de Adhemar na política brasileira, algumas teorias sugerem que segredos políticos importantes estavam documentados no cofre.  

O assalto foi fundamental nas ações de guerrilha no Brasil, com um dos membros do evento tendo se tornado Presidente da República. 

Conheça agora os pormenores do roubo do cofre de Adhemar de Barros.

  • O roubo do cofre do Adhemar de Barros é o tema de um dos episódios da série investigativa da Brasil Paralelo: Investigação Paralela. Assine a Brasil Paralelo e tenha acesso a todos os episódios de Investigação Paralela e muito mais. Os mistérios do Brasil e do mundo te aguardam. 

O que você vai encontrar neste artigo?

Por que os terroristas queriam o cofre de Adhemar de Barros?

Nascido em 1901, Adhemar de Barros era filho de oligarcas do café paulista. Ele se formou na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro em 1923 e passou alguns anos na Europa fazendo residências em hospitais. 

Na volta ao Brasil, ele se casa com Leonor Mendes, filha do jurista Otávio Mendes. Adhemar seguiu carreira como médico até 1932, quando estourou a Revolução Constitucionalista.

Ele serviu o Exército Constitucionalista como médico e conseguiu ser promovido a capitão. Apesar disso, o movimento fracassa e Adhemar se exila em Buenos Aires.

De volta ao Brasil, consegue se eleger deputado pelo Partido Republicano Paulista. Getúlio Vargas o promoveu a Interventor Federal de São Paulo

O próprio Vargas o exonerou quando foi acusado de corrupção em 1941. Cinco anos depois, ele é inocentado. No ano seguinte, concorre para Governador e vence.

Seus mandatos de Interventor e Governador lhes deram os poderes necessários para criar grandes obras como: 

  • A Rodovia Anchieta;
  • o Estádio Pacaembu;
  • o Autódromo Interlagos;
  • o Edifício Altino Arantes e 
  • o Museu de Arte de São Paulo (MASP) 

Apesar de suas grandes obras, ele não consegue se reeleger. Em 1954, perde o governo para Jânio Quadros.

Em 1956, o jornalista Paulo Duarte denunciou Adhemar pela aquisição de 36 veículos da General Motors que foram comprados pelo governo oferecendo crédito à empresa. 

Os veículos teriam sido refaturados em nome de pessoas e empresas ligados a Adhemar e redistribuídos entre pessoas da sua confiança. 

Adhemar foi condenado à dois anos de prisão pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, então se exilou do Brasil pela segunda vez; dessa vez na Bolívia. Ele volta ao Brasil após ser inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 1962, Adhemar se elege novamente governador de São Paulo. Ele se posiciona contra o Presidente João Goulart e a favor do General Castelo Branco, mas a aliança acaba quando Adhemar percebe que sem eleições, ele não teria chances de ascender à    presidência.

Em outubro de 1965, Castelo Branco caça os direitos políticos de Adhemar e suas condecorações. Assim, ele e Ana, sua amante, se mudam para Paris. Adhemar morreu na capital francesa 4 meses antes do roubo, em 12 de março de 1969. 

Adhemar tinha produzido documentos secretos sobre políticos brasileiros?

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