A verdadeira música emociona, toca a alma e traz sentimentos e reflexões. Nesta lista com músicas clássicas famosas, será possível reconhecer muitas delas. A maioria das pessoas já as ouviu em desenhos animados, filmes, comerciais e momentos da vida como velórios, casamentos, shows, Missas… mas talvez não saiba seus nomes.
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A música clássica é aquela que permanece, pois o clássico é permanente. Em um casamento, o bolo da noiva é clássico; e no cinema, o filme que não se esquece é clássico. Neste sentido, a música clássica também pode ser chamada de música erudita, que vem do latim ex-rude. Ela tira a rudeza do homem, seu lado bruto. É uma música que refina e enriquece.
Embora muitas pessoas não parem para ouvir música clássica cotidianamente, certamente já a ouviram em filmes, comerciais, novelas, peças de teatro, casamentos, festas, ou mesmo em desenhos animados.
A maioria das pessoas já ouviu algum trecho pelo menos uma vez em suas vidas. Esta é, inclusive, a razão para não saberem o nome da música. Como apenas partes foram ouvidas separadamente do todo, muitos não conhecem a composição completa.
Portanto, é natural conhecer músicas clássicas famosas, mas não seus compositores, nem a história que levou cada música a ser considerada importante em todo o mundo.
Além de conferir uma lista com uma seleção de músicas clássicas famosas, leia sobre a história da música no mundo e entenda muito mais sobre esta que é chamada de A Primeira Arte.
Músicas clássicas famosas
Como as músicas clássicas costumam ser longas, é comum que apenas as passagens mais marcantes sejam conhecidas. Aquilo que mais marca é o que costuma ser utilizado como trilha sonora em geral.
Esta pequena lista certamente relembrará grandes nomes e composições, e trará fortes sentimentos.
1 – 5ª Sinfonia em Dó Menor Op. 67 ou Sinfonia do Destino — Beethoven
Composta entre 1804 e 1808, esta sinfonia consagrou-se como uma das mais populares entre as músicas eruditas na Europa, e mais tarde em todo o mundo.
Diz-se que, para compô-la, Beethoven foi inspirado pelo sentimento que surge no coração quando a ideia da morte se aproxima. Foi também sua primeira sinfonia em uma tonalidade menor.
Além de ser considerada uma música de ressurreição, após sua primeira apresentação, só foi apresentada novamente 20 anos depois.
Curiosamente, muitas pessoas se lembram desta famosa música clássica no filme Fantasia de 2000 dos estúdios Walt Disney.
2 – Infernal Galop, de Orfeu no Submundo — Offenbach
Composta em 1858, esta é uma ópera cômica, destinada a ser uma sátira da lenda de Orfeu e Eurídice. Ela narra uma versão diferente da mitologia, na qual Orfeu não é filho de Apolo, mas sim um rústico professor de violino.
Orfeu fica feliz quando sua esposa, Eurídice, é raptada por Plutão, deus do submundo. Ao longo da trama há uma ironia, interpretada por alguns como uma crítica a Napoleão III, imperador da França da época.
Tradicionalmente, ela é usada quando as dançarinas de cabaret representam o can-can.
3 – Brindisi, La Traviata — Giuseppe Verdi
Baseada no romance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas, esta ópera de Verdi estreou em 1853. La Traviata significa literalmente mulher caída, leviana ou transviada.
Em seu primeiro ato, chamado Libiamo Ne’Lieti Calici ou Brindisi, há um dueto entre dois personagens: Violetta e Alfredo Germont.
Já nas primeiras notas, é possível reconhecê-la.
4 – O Barbeiro de Sevilha — Gioachino Rossini
A primeira apresentação desta ópera aconteceu em 1816. Embora tenha sido um fracasso de Gioachino Rossini em sua primeira apresentação, tornou-se uma das músicas clássicas mais famosas da história.
Foi baseada na comédia Le Barbier de Séville, do dramaturgo francês Pierre Beaumarchais. Sua popularidade a tornou trilha sonora de desenhos animados, como Pica-Pau (Woody Woodpecker) e Pernalonga (Bugs Bunny).
O trecho abaixo é do episódio Rabbit of Seville (“Coelho de Sevilha”).
5 – Rapsódia Húngara nº 2 — Franz Liszt
Composta em 1847, foi a segunda obra de Liszt, também conhecido como o Príncipe do Piano. Embora não tenha sido a primeira, foi a mais famosa.
O desenho animado Tom & Jerry explorou muito as canções clássicas mais famosas. Um dos episódios mais conhecidos é aquele em que o Tom tenta fazer uma apresentação para piano, mas é constantemente interrompido por Jerry. O episódio é chamado The Cat Concerto.
6 – Noturno Opus 9 Nº 2 — Chopin
Publicada em 1832, esta é uma composição musical que evoca ou é inspirada pela noite, daí seu nome. Geralmente, são peças para piano solo. Frédéric Chopin compôs 21 noturnos.
Além de aparecer em filmes, séries e muitas apresentações artísticas, esta música clássica aparece em outras músicas, como na United States of Eurasia, da banda Muse.
7 – Abertura de William Tell, ou Guilherme Tell — Rossini
William Tell estreou esta composição do italiano Gioachino Rossini em 1829. Trata-se da abertura da ópera Guilherme Tell. Foi a última ópera de Rossini e retratou a história de amor entre Mathilde e Arnold.
É frequentemente usada em desenhos animados, seja para retratar uma cena em que o dia amanhece, uma tempestade ou alguma correria dos personagens. O trecho abaixo, de Pica-Pau, possui essas três sequências.
8 – Valsa, de A Bela Adormecida — Tchaikovsky
A Bela Adormecida é um ballet que estreou em 1890. Sua composição foi inspirada no conto de fadas do francês Charles Perrault. Além disso, Aurora, Once Upon A Dream, é o nome de uma música de Tchaikovsky.
O exemplo da Bela Adormecida foi usado por Jordan Peterson para explicar um ponto fundamental do desenvolvimento das crianças. Leia o resumo de 12 regras para a vida e descubra.
9 – A Entrada dos Gladiadores — Fucik
Composta em 1897, esta é uma marcha militar, mas se tornou popular como música de espetáculos circenses. Tipicamente, ela é tocada quando os palhaços entram em cena.
Entre as canções clássicas mais famosas, também é usada com frequência em animações infantis.
10 – Dança Macabra — Saint-Säens
Composta em 1847, esta obra foi uma adaptação feita a partir de uma canção para voz e piano baseada em um poema de Henri Casaleis. A lenda é que na noite de 31 de outubro, a morte tira os defuntos de seus túmulos para dançarem até o amanhecer.
Apareceu em várias séries, filmes e jogos, na cena de João e Maria do filme Os Vilões da Disney e até Mickey e Minnie a tiveram como trilha sonora.
O tema da morte é necessário para se viver bem. Por esta razão, o Professor Olavo de Carvalho elaborou um exercício chamado Necrológio, para que cada um pense em sua própria morte e comece a viver melhor.
11 – Primavera, de As Quatro Estações — Antonio Vivaldi
Compostas em 1723, As Quatro estações, ou Le Quattro Stagioni, são quatro concertos para violino e orquestra. Estão entre os mais populares da música barroca, tinham um programa e acompanhavam sonetos ilustrativos para cada estação do ano. Possivelmente foi o próprio Vivaldi que os escreveu.
Todos ficaram famosos, mas o destaque foi A Primavera, uma das músicas clássicas mais conhecidas do mundo.
E como a intenção neste artigo é nomear as músicas clássicas que as pessoas já ouviram e não conhecem o nome, aqui está mais uma demonstração de que ela fez parte da infância de muitas pessoas.
12 – Jesu Joy of Man’s Desiring, Cantata 147 — Johann Sebastian Bach
Composta em 1723, esta é uma cantata tradicionalmente executada em festividades cristãs como o Natal e a Páscoa.
Quase todos já ouviram esta famosa música clássica ao menos uma vez em suas vidas. Ela é conhecida em português como Jesus, Alegria dos Homens ou Cantata 147.
13 – Für Elise — Ludwig Van Beethoven
Composta entre 1809 e 1810, esta é uma das músicas clássicas mais famosas de Beethoven. O que ele provavelmente não esperava era que sua obra fosse tão amplamente reproduzida em caminhões de gás, elevadores e toques de celular.
Apesar de sua popularidade relacionada à venda de produtos ou momentos de espera, ela envolve um mistério.
Em alemão, Für Elise significa Para Elisa. Beethoven dedicou sua composição a uma mulher que, até hoje, os biógrafos não podem ter certeza de quem seja. Alguns acreditam que se tratava de Elisabeth Röckel, uma amiga do compositor, mas não há unanimidade sobre isso.
Alguns sustentam que Elisa era Therese Malfatti, mulher que recebeu um pedido de casamento de Beethoven.
14 – Con Te Partirò — Francesco Sartori e Lucio Quarantotto
Em 1995, foi a primeira canção cantada por Andrea Bocelli no Festival de San Remo. A versão ainda mais famosa foi cantada por ele e por Sarah Brightman.
Esta é uma prova de que as músicas clássicas mais famosas não são todas de um passado distante. Con Te Partirò é do século XX e se tornou um destaque da música erudita contemporânea.
15 – O Sole Mio — Eduardo di Capua e Alfredo Mazzuchi
Composta em 1898 e reconhecida em 1901, esta é uma das músicas clássicas mais famosas da região de Nápoles, Itália. Seu significado em português é “Meu Sol”.
Um dos tenores que mais contribuiu para torná-la mundialmente conhecida foi Luciano Pavarotti. Até mesmo Elvis Presley, em 1960, gravou uma versão de O Sole Mio, chamada It’s Now Or Never.
Na versão abaixo, Bryan Adams cantou a primeira parte. Na sequência, Pavarotti começa silenciosamente e então solta a voz…
16 – Alla Turca ou Sonata para Piano nº 11 — Wolfgang Amadeus Mozart
Provavelmente composta em 1783, esta sonata de Mozart foi chamada Alla Turca porque sua última parte é uma imitação do som das bandas janízaras, um exército turco da época do Império Otomano.
Ouvindo-a, é difícil não simular o movimento dos dedos e cabeça. É extremamente envolvente.
17 – Marcha Fúnebre — Frédéric Chopin
O ano de composição não é conhecido, mas é certamente uma das músicas clássicas tristes mais conhecidas. A Sonata Nº 2, ou Marcha Fúnebre, de Chopin, é constantemente usada para cenas de velórios em muitos filmes.
Para representar a tristeza, ela também é amplamente explorada em comerciais que transmitem uma mensagem reflexiva.
18 – Ode à Felicidade — Schiller
Escrita por Schiller em 1785 e musicada por Beethoven em 1824, não desperta o sentimento de tristeza como a Marcha Fúnebre citada acima, mas sim alegria e exaltação.
É parte da última obra composta por Beethoven, a Sinfonia nº 9, em Ré Menor, Op. 125. Quando ele a criou, já estava surdo, e é sua sinfonia mais impressionante. Ao ouvi-la, os ânimos mudam.
O que a fez se tornar um marco, além da excelência em si, foi a presença do coro junto com a orquestra e também a presença de solistas. Começa com tranquilidade e silenciosamente e, em uma crescente, desperta empolgação, sentimentos de gratidão e alegria.
Conheça mais sobre a incrível vida de Beethoven e entenda com mais detalhes suas composições mais conhecidas.
19 – Carmina Burana — Carl Orff
Musicada por Carl Orff em 1937, esta é uma cantada medieval cujo nome completo é: Poemas Cantados de Beuern: cânticos profanos, para cantores solistas e coros, com acompanhamento instrumental e imagens mágicas.
A passagem mais conhecida é a final, chamada O Fortuna, um símbolo da Antiguidade. A roda da fortuna está eternamente girando, trazendo, alternadamente, boa e má sorte. Trata-se de uma parábola da vida humana exposta a constantes mudanças.
Definitivamente, esta cantata é uma verdadeira explosão e quase desperta no ouvinte a vontade de lutar na guerra. Quando é usada em filmes, geralmente é a trilha sonora de momentos épicos.
20 – Troika — Sergei Prokofiev
Composta entre 1933 e 1934, esta é uma música cinematográfica feita para acompanhar o filme Lieutenant Kijé. Aparece também no filme A Última Noite de Bóris Grushenko de 1975, de Woody Allen. Além disso, foi usada como trilha sonora do desenho Pedro e o Lobo de 1946, da Disney.
Tradicionalmente, é entoada na época do Natal.
21 – Trio para Piano em Lá Menor, Op. 50 — Tchaikovsky
Composta entre 1881 e 1882. Apesar de estar entre as músicas clássicas mais famosas do autor, não é tão popular na cultura quanto as outras da lista. Ainda assim, vale a pena ouvi-la para experimentar a tristeza e o luto.
Foi dedicada a um amigo de Tchaikovsky, Nikolai Rubinstein, que havia acabado de falecer. Em sua dedicatória lê-se “à memória de um grande artista”.
22 – Bolero — Ravel
Composta para um balé em 1928, esta é uma melodia uniforme e repetitiva por causa de seu ritmo invariável. Sua origem está ligada a um pedido que a dançarina Ida Rubinstein fez a Ravel. Ela queria um balé com caráter espanhol.
O Bolero de Ravel proporciona uma experiência na qual é impossível não perceber o papel do ritmo do início ao fim.
A música é composta de melodia, harmonia e ritmo. Entenda melhor estas diferenças lendo o artigo sobre a história da música.
23 – Tocata e Fuga em D Menor (c. XVIII) — Bach
Composta entre 1703 e 1707, esta é uma música de órgão. Atualmente é atribuída a Bach, mas há quem diga que foi originalmente composta para violino por outro compositor.
Entre o repertório para órgão, esta é uma das músicas clássicas mais famosas. Certamente, muitos a ouviram em música rock e também em filmes quando o famoso vampiro Drácula aparece em cena.
24 – Trenzinho caipira — Villa-Lobos
Composta em 1930, essa música de Heitor Villa-Lobos integra a peça Bachianas Brasileiras nº 2. Engana-se quem pensa que o Brasil não produziu boa música clássica. A característica mais marcante de O Trenzinho Caipira é que ela imita o movimento de uma locomotiva.
É possível ouvi-la e imaginar a passagem de um trem. Anos mais tarde a melodia recebeu letra, escrita por Ferreira Gullar em Poema Sujo. Letra, que foi cantada posteriormente por Edu Lobo.
Lá vai o trem com o menino Lá vai a vida a rodar Lá vai ciranda e destino Cidade noite a girar Lá vai o trem sem destino Pro dia novo encontrar Correndo vai pela terra, vai pela serra, vai pelo mar Cantando pela serra do luar Correndo entre as estrelas a voar No ar, no ar, no ar… (…)
Nesta lista das 24 músicas clássicas mais famosas, a intenção é revelar os nomes de várias que já haviam sido ouvidas e escrever uma introdução muito curta a cada uma delas.
Para aqueles que querem muito mais música erudita, segue abaixo uma lista mais completa.