Biografia
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G. K. Chesterton — Conheça a vida e obra de um dos grandes escritores do século XX

G.K Chesterton foi um escritor inglês da virada do séc XIX para XX, autor de contos policiais, de verdadeiros tratados de filosofia e teologia e até de uma teoria econômica.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
29/4/2022 8:57
-

Gilbert Keith Chesterton foi um grande escritor inglês do final do século XIX e início do século XX. Tornou-se ainda vivo um popular ensaísta, frasista, romancista, contista, dramaturgo, jornalista, palestrante, biógrafo e crítico. Convertido do anglicanismo ao catolicismo, é também considerado filósofo e teólogo pela profundidade de suas reflexões sobre a fé e o mundo moderno.

Escreveu nos mais variados estilos de texto, indo da fantasia e dos contos que inspiraram a criação do famoso Sherlock Holmes à tratados de filosofia e teologia. Criou uma teoria econômica não socialista e não capitalista, chamada distributismo (ou distributivismo). E existe até oração que pede por sua canonização. 

Seu trabalho alcançou todo o mundo e rendeu-lhe elogios de intelectuais das mais distintas filiações políticas, desde socialistas à apologistas católicos. A quantidade de escritos que deixou é espantosa, considerando sua idade. Conheça sua vida e obra.

O que você vai encontrar neste artigo?

Nascimento e infância de G. K. Chesterton

No dia 29 de maio de 1874, em Kensington, Londres, nasceu Gilbert Keith Chesterton. Seus pais se chamavam Edward Chesterton e Marie Louise Keith. Além de Gilbert, o casal teve outros dois filhos: Beatrice e Cecil.

Chesterton teve Cecil como grande companheiro em toda sua vida. Com ele travou calorosos debates ao longo da infância e juventude. Já sua pequena irmã, Beatrice, faleceu com apenas 8 anos de idade.

Apesar de ser conhecido por possuir uma inteligência incomum, Chesterton não foi um bom aluno. Estudou no Saint Paul’s College e certa vez um professor lhe disse: “Sabe de uma coisa, Chesterton? Se pudéssemos abrir sua cabeça, não encontraríamos o cérebro, e sim um pedaço de manteiga”. PEARCE, Joseph. G.K.Chesterton: sabidúria e inocencia. Madrid: Encuentro. 2009. p. 34.

O professor não sabia que aquele jovem que se sentava na última fila tinha miopia e enxergava com dificuldade. Mesmo com as críticas que recebeu durante o período escolar, Chesterton mostrou-se fortemente inclinado às letras.

No dia 01 de julho de 1890, com seus amigos Bentley e Lucien Oldershaw, criou o Junior Debating Club, um grupo para estudar e debater literatura.

O grupo rapidamente tomou forma e chegou à marca de 10 membros. Em seguida, criaram a revista The Debater, que teve dezoito números publicados. Em cada edição foram impressos cerca de 60 a 100 exemplares.

Em 1892, já iniciando sua carreira no mundo literário, Chesterton escreveu um poema sobre São Francisco Xavier. A obra lhe rendeu diversos elogios e o prêmio Milton.

Frasista genial, Chesterton criava frases paradoxais que expressavam a profundidade de sua compreensão do mundo.

Em 1893, iniciou um curso de arte no Slade School of Art, mas rapidamente desistiu. Em certo conto, Chesterton revela as motivações de sua saída:

“Estudante de uma escola de arte ou faz um monte de trabalho ou não faz então coisa alguma. Eu pertencia, com os outros simpáticos companheiros, ao segundo grupo; e isto me arrastava algumas vezes para a companhia de pessoas que eram muito diferentes de mim, mas que eram ociosas por motivos outros”.

Ainda na adolescência passou por um processo de conversão religiosa.

Qual a religião de Chesterton?

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G.K. e Frances Chesterton.

Sua adolescência foi marcada pelo agnosticismo: “Eu era pagão aos doze anos de idade e um perfeito agnóstico aos dezesseis”.

Chesterton escreveu ainda em sua autobiografia:

“Não me orgulho de crer no demônio, ou melhor dito, não estou orgulhoso de conhecer o demônio. Conheci-o por minha própria culpa; seguia por um caminho que, se houvesse persistido nele, poderia ter me conduzido à adoração do demônio ou o demônio sabe a quê”.

Chesterton foi criado em berço anglicano, mas está na lista dos que se converteram ao catolicismo por meio do movimento anglo-católico. John Henry Newman e Henry Edward Manning são outros importantes nomes que viveram esse mesmo processo.

Chesterton converteu-se no ano de 1922. Enfrentou no processo a resistência de sua esposa Frances Blogg. Ela também era anglicana, mas abraçou o catolicismo, em 1926.

Chesterton, em uma carta endereçada à sua mãe, referiu-se assim a Frances: “É, com certeza, o tipo de mulher que lhe agrada, que se pode chamar de, segundo creio, ‘mulher das mulheres’, com bom humor, pouca lógica e muita simpatia, e não está contaminada por nenhum excesso ofensivo de saúde física”.

Frances, assim como Chesterton, trabalhava com as letras.

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