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A face oculta do filme 'O Mágico de Oz' (1939): do conto de fadas aos bastidores sombrios

Filmes
A face oculta do Filme Mágico de Oz
Fonte da imagem da capa: Divulgação / Petra Belas Artes.
Redação Brasil Paralelo

O filme O Mágico de Oz é um dos clássicos do cinema mundial. Chamou atenção na época por usar Technicolor, uma tecnologia inovadora que trazia cores para o filme. 

Lançado em 1939, O Mágico de Oz recebeu dois Oscars e até hoje é considerado uma grande influência na cultura pop. 

O que é pouco conhecido do grande público é a série de incidentes e episódios controversos que aconteceram por trás das câmeras, durante as gravações do filme. 

Saiba mais sobre O Mágico de Oz e conheça as histórias sombrias dos bastidores do filme que revolucionou o cinema.

O que você vai encontrar neste artigo?

A história de O Mágico de Oz

Inspirado pela recém-lançada criação da Disney, a Branca de Neve e os Sete Anões, o filme O Mágico de Oz foi baseado no livro do escritor Frank Baum. O longa conta a história de Dorothy Gale, uma menina que mora no Kansas e passa por aventuras fantásticas para voltar para casa.

A história de O Mágico de Oz gira em torno de Dorothy Gale, uma órfã de 11 anos vivendo com seus tios no Estado do Kansas, nos Estados Unidos. 

Depois de uma discussão com a família e vizinhos, ela sai de casa levando seu fiel companheiro Totó, seu cachorrinho de estimação. 

Ao ficar sabendo que sua tia não estava bem, ela decide voltar para casa, mas um forte ciclone acaba tirando sua casa do chão e a levando até Oz, uma terra fantástica e cheia de novas criaturas. 

Técnicas inovadoras no cinema

No filme de 1939, o Technicolor começa a ser usado a partir do momento que a história se passa em Oz, com as cenas todas coloridas. Antes disso, as cenas são todas em tons marrons.

A chegada em Oz

Quando a casa aterrissa em Oz, ela cai em cima da Bruxa Má do Leste, que acaba morrendo. Essa informação é dada a Dorothy pela Bruxa Boa do Oeste, que lhe dá também os sapatos de rubi da bruxa morta. 

É neste momento que Dorothy conhece os Munchkins, população de anões que vive em Oz. Eles ficam gratos a ela pela morte da bruxa má. 

Para Richard Carl Tuerk, existe uma relação entre Oz e utopias, escreveu em sua obra Oz em Perspectiva

“Oz é uma utopia ou um não-lugar, mas não é uma eutopia ou um bom lugar. É cheia demais de perigos e descontentamentos. Do contrário, os livros de Oz provavelmente seriam muito tediosos . 

E Oz não é nem mesmo a ideia baumiana de utopia ou bom lugar, embora de muitos modos possa ser melhor do que os Estados Unidos de sua época”

A Bruxa Má do Oeste

A Bruxa Má do Oeste aparece pela primeira vez na história querendo saber quem matou a sua irmã. Ela descobre que Dorothy foi a responsável, passando a perseguir a garota. 

Para conseguir encontrar um meio de voltar para a sua casa no Kansas, Dorothy decide procurar o Mágico de Oz, após recomendação da Bruxa Boa do Oeste. 

É nessa caminhada rumo ao encontro do mágico que Dorothy conhece os seus companheiros de jornada: 

  • O Homem de Lata sem coração;
  • O Leão medroso;
  • O Espantalho sem cérebro. 

Para o crítico de cinema Roger Ebert, esses três personagens representam medos e inseguranças reais das crianças. 

“Seus amigos da Estrada de Tijolos Amarelos eram projeções dos medos secretos de todas as crianças. Somos reais? Somos feios e bobos? Somos corajosos o bastante? Ao ajudá-los, Dorothy estava se ajudando, assim como uma criança mais velha vai superar seus medos ao agir de maneira corajosa perto de uma criança mais nova”. 

O sucesso perene do filme

Lançado em 1939, o filme recebeu aclamação crítica, tornou-se um clássico imediato, ganhando dois Oscars e mantendo-se até hoje como uma significativa influência na cultura pop. Anos se passaram, e "O Mágico de Oz" continua sendo amado tanto por pais quanto por filhos.

Para Roger Ebert, o filme faz tanto sucesso, mesmo com adultos, porque conecta-se diretamente com os medos mais profundos das crianças. 

“Adultos assistem o filme anos depois porque a história penetra diretamente nas inseguranças mais profundas da infância. Como adultos, nós amamos porque nos lembra de um caminho que tivemos que trilhar. É por isso que qualquer adulto responsável por uma criança, mais cedo ou mais tarde, vai sugerir o filme”.

A música "Somewhere Over the Rainbow" foi feita para o filme e foi cantada pela atriz Judy Garland, marcando também a história da música moderna.

Um dos responsáveis pelo sucesso do filme foi Louis B. Mayer, cofundador da Metro-Goldwyn-Mayer. Seu objetivo era produzir uma fantasia tão impactante quanto Branca de Neve e os Sete Anões, da Walt Disney, lançada em 1937.

Os responsáveis pelo filme estavam dispostos a criar uma obra-prima do cinema independente do que tivesse que ser feito para alcançar esse objetivo. 

Essa vontade acabou gerando consequências dolorosas e permanentes para o elenco envolvido na produção do filme, incluindo os atores principais. 

Os bastidores sombrios do filme O Mágico de Oz, de 1939

Para fazer o filme em Technicolor na década de 1930, era necessária uma alta exposição por causa do processo de separação dos canais de cor da gravação. 

Com isso, era necessário inúmeros equipamentos de luz para aumentar a luminosidade do local. Isso fazia com que a temperatura média do estúdio passasse dos 38°C. 

Desmaios e longas jornadas de trabalho no calor de 38º

Além dessa exposição ao calor, os atores tinham jornadas de gravação que duravam pelo menos 13 horas, deixando-os desgastados pela temperatura. 

Ao longo das gravações, muitos figurantes tinham que ser carregados para fora depois de desmaiarem de calor. 

Integrantes do elenco afirmaram que desenvolveram problemas permanentes de visão devido às luzes do Technicolor

Fantasias pesadas, quentes e mau cheirosas

Lembradas como um dos aspectos mais icônicos do filme, as fantasias do elenco chamavam a atenção pela sua criatividade. 

Para o elenco principal, o uso dessas fantasias podia ser comparado a tortura. A fantasia do Leão Medroso, interpretado por Bert Lahr, pesava 40kg e era feita com a pele de verdade do leão. 

Com isso, o ator se via constantemente exausto, porque além do peso da roupa, ela também tinha um cheiro desagradável e era extremamente quente. E precisava ser usada dentro de um estúdio que já era quente. 

Ao final do dia de gravação, era necessário que dois assistentes secassem a roupa do ator para poder ser usada no dia seguinte.

Fortes restrições alimentares

Como a maquiagem era difícil de ser retirada, ele também era impedido de se alimentar normalmente. Era preciso manter uma dieta líquida, apenas com sopas e milk-shakes. 

Já Ray Bolger, ator que interpretou o espantalho, sofreu dificuldades com sua fantasia. A máscara feita de látex e plástico era colada em seu rosto, fechando seus poros e impedindo a transpiração para o controle de temperatura.

"Eu não conseguia respirar"

Bolger relatou essa dificuldade durante uma entrevista relatada no programa Face Oculta, da Brasil Paralelo: 

“(...) quando as luzes ficavam quentes de verdade e comiam todo o oxigênio, eu não conseguia respirar”. 

O Homem de Lata também passou por dificuldades. O primeiro ator a interpretá-lo foi Buddy Ebsen. Sua roupa era de metal, ou seja, uma roupa pesada e que impedia o ator de sentar para descansar. 

Intoxicação por alumínio

Ele participou das gravações por uma semana. Ebsen foi hospitalizado após contrair intoxicação por alumínio, devido ao pó que usavam em seu rosto. 

Seus pulmões estavam quase totalmente cobertos e começou a apresentar dificuldades para respirar, quase sufocando. 

O ator foi demitido após duas semanas fora das gravações. Foi substituído por Jack Haley, que enfrentou as mesmas dificuldades e ainda teve uma infecção no olho após a aplicação de uma nova maquiagem de alumínio. 

O programa Face Oculta, da Brasil Paralelo, traz informações escondidas dos bastidores desse clássico do cinema:

Maquiagens tóxicas e queimaduras graves - o sofrimento das atrizes

As atrizes do filme também tiveram dificuldades durante a gravação. Margaret Hamilton, a Bruxa Má do Oeste, recebia diariamente uma maquiagem verde, feita à base de cobre, produto altamente tóxico

Não podia encostar em lugar algum para não deixar manchas e também poderia se alimentar apenas de uma dieta líquida. 

Durante a gravação de uma cena com explosão, o alçapão onde Hamilton deveria cair não abriu e a explosão foi em sua direção. 

Ela chegou ao hospital com queimaduras de 3º grau nas mãos e de 2º grau no rosto. No caminho, os médicos usaram álcool para tirar a maquiagem de sua pele, causando ainda mais agonia. 

Margaret Hamilton relatou a experiência durante uma entrevista. 

“Meu chapéu e minha vassoura acabaram pegando fogo e havia uma queimadura na minha mão e em algumas partes do meu rosto. Eles tiveram que retirar minha maquiagem. Ela era uma tinta verde e à base de cobre, e cobre corroi sua pele e eles tiveram que retirá-la, senão eu…teria minha cara cheia de buracos. Eu tive muita sorte!”

A atriz passou um mês e meio no hospital e, quando voltou, outra cena envolvendo pirotecnia estava agendada para acontecer. Ela se recusou a participar. 

Com isso, Betty Danko foi escalada em seu lugar para a cena em que a bruxa escreve uma mensagem no céu para Dorothy com uma fumaça que saia de sua vassoura. 

A gravação dessa cena também terminou em acidente, com uma explosão que arremessou Danko da vassoura. Ela precisou ficar 11 dias no hospital devido às queimaduras. 

Assista o programa Face Oculta, da Brasil Paralelo, para ver informações escondidas dos bastidores desse clássico do cinema.

O trauma de Judy Garland

Judy Garland era a estrela principal do filme, interpretando Dorothy Gale, a protagonista da história. A atriz enfrentou inúmeros desafios ao longo das gravações

Garland tinha 16 anos na época das gravações e interpretava uma menina de 11 anos. Isso fez com que os diretores quisessem que ela tivesse uma aparência mais jovem. 

Para isso, ela precisou perder 6kg, usar espartilhos apertados e consumir uma dieta limitada a café puro, sopa de galinha e queijo. 

Ela chegava a fumar quatro maços de cigarro por dia para manter o apetite sob controle. Também precisava tomar comprimidos que a deixassem alerta durante o dia e tranquilizantes para dormir à noite.

Garland sofria bullying de todas as estrelas do filme, que não aceitavam o fato de uma jovem ser a protagonista. 

De acordo com o livro Victor Fleming: an American Movie Master, o diretor do filme teria sido agressivo com a atriz durante a gravação de uma cena. 

“O diretor puxou a atriz para o canto e subitamente deu um tapa no seu rosto, dizendo que ela deveria voltar a trabalhar”. 

Sid Luft, o ex-marido de Garland, contou em seu livro biográfico Judy e eu, que os atores que interpretavam os Munchkins chegaram a molestar a atriz. 

“Eles faziam a vida de Judy miserável no estúdio, colocando suas mãos por debaixo do vestido dela (...) Os homens tinham 40 anos ou mais”. 

A remuneração também era um ponto que afetava Judy Garland. Apesar de ser a estrela do filme, não era a que recebia o maior salário. 

  • Totó: 125 dólares por semana;
  • Anões: 50 dólares por semana;
  • Judy Garland: 500 dólares por semana;
  • Outros atores principais: 3.000 dólares por semana. 

Todas essas situações e o uso excessivo de comprimidos ao longo da gravação afetou a vida da atriz. 

Morte de Judy

Ela foi encontrada morta, aos 47 anos, em junho de 1969, vítima de uma overdose. Ela estava no chão do banheiro de sua casa. 

A pressão para que o filme desse certo pode ser uma das justificativas para os excessos cometidos durante as gravações. 

Ao todo, 4 diretores passaram pelo filme e os atores, mesmo trabalhando em condições questionáveis, não denunciavam, pois pensavam que poderiam nunca mais trabalhar em outro estúdio, como afirmou Margaret Hamilton:

“Se eu processasse, eu nunca mais trabalharia em qualquer estúdio”.

Alijean Harmetz, ex-correspondente do New York Times e autor do Making of do filme, revelou um pouco do processo de gravação de O Mágico de Oz.

“Não havia sindicatos naquele tempo. As estrelas e os intérpretes menores eram servos contratados para os estúdios”.

Mais detalhes sobre os bastidores da gravação desse clássico do cinema estão no programa original da Brasil Paralelo, A Face Oculta de O Mágico de Oz, com relatos de atores do filme e informações pouco divulgadas.:

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