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História do Brasil
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min de leitura

Como foi noticiada a queda da monarquia no Brasil? Veja alguns jornais da época

Na manhã do dia 16 de novembro daquele ano, os periódicos brasileiros noticiaram um dos eventos mais marcantes da história do Brasil.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
8/8/2024 16:33
Hemeroteca Nacional

Na manhã do dia 16 de novembro daquele ano, os periódicos brasileiros noticiaram um dos eventos mais marcantes da história do Brasil. No dia anterior, tropas do exército foram às ruas e derrubaram a monarquia.

O que você vai encontrar neste artigo?

Um jornal republicano

O jornal O Paiz, na edição datada do dia 16 de novembro de 1889, noticiou o assunto da seguinte forma:

O Paiz. “Proclamação”. Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889. p. 1.
Transcrição: “O povo, o exército e a armada nacional, em perfeita comunhão de sentimentos com os nossos concidadãos residentes nas províncias, acabam de decretar a deposição da dinastia imperial e, consequentemente, a extinção do governo monárquico”. 

Pelo texto acima, percebe-se não se tratar de um jornal imparcial. A redação de O Paiz era liderada por um importante personagem da história brasileira, Quintino Bocaiúva. O texto de seu jornal é uma reprodução do texto oficial da “proclamação”.

Bocaiúva foi um dos articuladores do golpe contra a monarquia. Após a deposição do regime, foi instituído um governo provisório liderado pelo presidente Marechal Deodoro da Fonseca em que ele fazia parte como ministro das relações exteriores. 

O Paiz. “Proclamação”. Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889. p.1.
Transcrição: “O governo provisório, instalado ontem, compõe-se dos cidadãos Quintino Bocayuva, marechal Deodoro da Fonseca, e tenente-coronel Benjamin Constant Botelho de Magalhães”.

Veja como a nota, reproduzida pelo jornal, descreveu o governo provisório:

O Paiz. “Proclamação”. Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889. p. 1.
Transcrição: “O governo provisório, simples agente temporário da soberania nacional é o governo da paz, da liberdade, da fraternidade e da ordem. No uso das atribuições e faculdades extraordinárias de que se acha investido para a defesa da integridade da pátria e da ordem pública, o governo provisório, por todos os meios ao seu alcance, promete e garante a todos os habitante do Brasil, nacionais e estrangeiros, a segurança da vida e da propriedade, o respeito aos direitos individuais e políticos, salvas, quanto a estes, as limitações exigidas pelo bem da pátria e pela legítima defesa do governo proclamado pelo povo, pelo exército, pela armada nacional.”

O Jornal do Commercio adotou um tom mais imparcial

Um fato histórico sobre a queda da monarquia é que o Brasil foi pego de surpresa. Fora do núcleo que organizava o golpe, a tensão não era entendida como um ataque ao monarca, mas sim ao governo. 

No Segundo Reinado foi instituída a figura do presidente do Conselho de Ministros. Para fins comparativos, esse cargo era equivalente ao primeiro-ministro da Inglaterra. 

Na concepção da época, quem governava era o primeiro-ministro, enquanto o imperador ocupava uma função entendida como distanciada da política partidária. 

O golpe que derrubou a monarquia se iniciou contra o Visconde de Ouro Preto que à época era o Presidente do Conselho de Ministros. Como reportou o Jornal do Commercio na edição do dia 16 de novembro:

Jornal do Commercio. “Os acontecimentos de hontem”.
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889. p. 1
Transcrição: "A consequência imediata destes fatos foi a retirada do ministério de 07 de junho, presidido pelo Sr. Visconde de Ouro Preto, que teve de ceder à intimação feita pelo Sr. marechal Deodoro da Fonseca, que assumiu a direção do movimento militar.”

Em outro trecho da matéria, O Jornal do Commercio evidenciou a gravidade dos acontecimentos, clamou por calma para que não acontecesse violência. Também recapitulou tudo o que ocorreu no dia anterior, organizando os fatos por hora. 

Conta o jornal que, às 15h, o povo chegou à Câmara do Rio de Janeiro, onde o então vereador, José do Patrocínio, fez um discurso em que proclamava a República, o que surpreendeu o imperador que estava em Petrópolis. 

Jornal do Commercio. “Os acontecimentos de hontem”.
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889. p. 1.
Transcrição: “Logo que recebeu, em Petrópolis, o telegrama em que o ministério pedia sua exoneração, o imperador resolveu vir para a corte, tomando a estrada de ferro do norte. Chegando a S. Francisco Xavier dirigiu-se em carro para o paço da cidade, onde já se achavam a Sra. Condessa d’Eu e seu esposo.”

O casal citado no trecho é a princesa Isabel e o Conde d’Eu. Agora no Paço, Pedro II convocou importantes políticos para tentar encontrar uma solução. Sua pretensão era substituir o Visconde de Ouro Preto por José Antônio Saraiva, que esteve no prédio às 21h e também às 23h20.

Dom Pedro II, de certa forma, parecia não compreender por completo a situação. Não se tratava mais da queda de um governo, mas da queda da monarquia.

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