O Brasil saiu do mapa da fome? Divergências de Dados
Em 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemora o fato de ter tirado o Brasil do Mapa da Fome. No Instagram do governo e seus apoiadores, o clima era de festa. Parlamentares da base, influenciadores alinhados trataram o anúncio como uma vitória política do governo.
HISTÓRICO! O Brasil está fora do Mapa da Fome de novo. Com Lula, de novo.
O mesmo presidente que, lá em 2003, disse pro mundo que a guerra dele era contra a fome.
Com Bolsonaro, a fila do osso e a miséria voltaram. Os interesses eram outros. Lula priorizou o povo mais sofrido… pic.twitter.com/oiLgjMP7Zc
Após anos de desafio, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a FAO, da ONU, afirmou que menos de 2,5% da população brasileira está em situação de insegurança alimentar crônica. Um triunfo histórico, segundo aliados de Lula. Por trás das celebrações, pesquisas das mesmas instituições mostram uma história diferente. Talvez a verdadeira pergunta não seja “saímos do Mapa da Fome?”, mas “o que esse mapa realmente mede — e o que ele deixa de fora?”.
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Em 2022, o Brasil voltou ao Mapa da Fome da FAO, no auge da crise econômica provocada pela pandemia. E não foi o único: países como Espanha e Itália, também afetados pelo cenário global, enfrentaram problemas de insegurança alimentar.
No entanto, os dados oficiais mostram uma reviravolta ainda durante o governo Bolsonaro. Em 2021, a subnutrição começou a cair. Já em 2022, com o PIB crescendo 2,9% e o desemprego recuando para 8,3%, a insegurança alimentar continuou diminuindo. Essa tendência se manteve em 2023, consolidando a recuperação brasileira.
A polêmica dos "33 Milhões com Fome"
Apesar desses dados, o número de 33 milhões de brasileiros passando fome ganhou destaque na campanha eleitoral, sendo amplamente divulgado por veículos de mídia e influenciadores. A estatística veio de um levantamento da Rede PENSSAN, usada pela esquerda para responsabilizar o governo anterior.
Em 2012 o Brasil saiu do mapa da fome. Qual a explicação para 10 anos depois termos 33 milhões passando fome? É possível a economia crescer sem o povo crescer? Se o povo continua pobre? É possível fazer com que esse país seja socialmente justo sem aumento do salário mínimo?
Contudo, a ONU, por meio da FAO, apontava um número bem diferente: 15,4 milhões de brasileiros em situação de fome.
Veja o vídeo sobre o tema aqui:
Duas metodologias, dois cenários
A discrepância entre os dados da FAO e da Rede PENSSAN se deve às metodologias distintas:
📊 Rede PENSSAN (33 milhões):
Coleta entre nov/2021 e abr/2022, ainda no auge da pandemia.
Usa a metodologia EBIA, que mede insegurança alimentar leve, moderada e grave, com base em questionários subjetivos sobre o sentimento das famílias em relação às refeições.
A pesquisa foi realizada em um momento de alta global de inflação nos alimentos e perda de renda.
🌍 FAO/ONU (15,4 milhões):
Utiliza o método PoU (Prevalência de Subnutrição).
Baseado em modelos estatísticos que medem se a ingestão calórica está abaixo do mínimo necessário, levando em conta idade, sexo e atividade.
Foco em insegurança alimentar grave, com análise quantitativa e objetiva.
Questionamentos sobre a imparcialidade
O jornalista David Agape, do site A Investigação, alerta para a necessidade de cautela ao analisar os números da Rede PENSSAN. A instituição é financiada por fundações como:
Open Society Foundation (de George Soros), conhecida por promover pautas progressistas como aborto e ideologia woke.
Bill & Melinda Gates Foundation, entre outras.
A suspeita é que os interesses dessas fundações possam ter influenciado a narrativa inflada sobre a fome no Brasil conservador, favorecendo a oposição política.
Além disso, a pesquisa de campo foi feita pelo instituto Vox Populi, denunciado por Antonio Palocci — ex-ministro de Lula — por ter recebido R$ 11 milhões em propina para favorecer o PT em pesquisas eleitorais de 2010.
E o papel do IBGE?
A FAO utiliza dados do IBGE para compor o Mapa da Fome. Atualmente, o instituto é comandado por Márcio Pochmann, indicado por Lula e alvo de denúncias internas por instrumentalização estatística.
Segundo o jornalista Ricardo Rangel, em matéria publicada na Veja:
Marcio Pochmann, presidente Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informou a seus funcionários que pretende mudar o modelo de divulgação das estatísticas de pesquisas.
'A comunicação do passado era aquela que o IBGE produzia as informações e os dados, fazia uma coletiva e transferia a responsabilidade para o grande público através dos meios de comunicação tradicional. Isso ficou para trás', declarou. Pochmann acredita que há boas experiências ocorrendo no Oriente, e mencionou a China, ditadura sem transparência, recorrentemente acusada de manipular dados. E afirmou que sua prioridade serão as redes sociais".
Críticas também surgiram após erros graves em publicações cartográficas e pela divulgação de um novo Mapa Mundi com o Brasil ao centro, invertendo a orientação tradicional do mapa.
O economista Edmar Bacha, ex-presidente do IBGE, afirmou que a nomeação de Pochmann representa um risco às estatísticas oficiais do país.
Diretor da FAO acusado de ser agente da China
O atual diretor-geral da FAO, responsável por celebrar a retirada do Brasil do Mapa da Fome, é o primeiro cidadão chinês a ocupar o cargo. Ele assumiu em 2019 com apoio explícito do governo de Pequim, o que desperta atenção de analistas geopolíticos, inclusive dos Estados Unidos.
A discussão sobre a fome no Brasil vai muito além dos números. Ela escancara uma disputa de metodologias, narrativas e interesses políticos, onde dados são utilizados como armas retóricas.
Entender as fontes, os métodos e os bastidores por trás das estatísticas é fundamental para formar uma opinião embasada.