Luan Licidonio Bez é sócio e CRO da Brasil Paralelo. Escreve sobre marketing, gestão e publicidade. Conteúdo sem wokismo, colocando a busca pela verdade acima de gatilhos mentais vazios ou da vontade de fazer coro a pautas identitárias.
Quando comecei a trabalhar na Brasil Paralelo, larguei um trabalho que pagava literalmente o dobro. O emprego oferecia plano de saúde, vale-alimentação e outros benefícios. Da noite para o dia, não tinha mais nada disso, muito menos um "bom salário". A empresa estava no início e só tinha lançado uma série: o Congresso Brasil Paralelo.
Mas a proposta era clara: se eu fizesse um bom trabalho, poderia me tornar sócio da BP.
Fiquei entusiasmado com o modelo e principalmente com o conteúdo que aquela empresa estava gerando. Já tinha experiência com marketing digital, mas nunca ouvira falar sobre um lugar que oferecia a possibilidade de você se tornar dono do negócio.
Tomei a decisão de embarcar no projeto e ao contar para os mais próximos, a reação foi imediata:
"Tem certeza, Luan? Tu estás bem na empresa atual, ganha o dobro e tem benefícios. Vai largar isso por uma empresa que está começando agora?"
A resposta foi um sim convicto. A aposta estava feita. Assumi o risco.
Chegando na BP, recebi um dos projetos mais importantes - e que mais sinto orgulho: a campanha da série Brasil: A última cruzada. Lançamos a produção mesmo recebendo críticas de um especialista em marketing que não aprovou o projeto.
Comecei a fazer a campanha de aquecimento 6 meses antes do lançamento. Ao chegar o grande dia: um estouro! Impactamos milhões de brasileiros com a série e tivemos um faturamento na casa dos 7 dígitos.
De lá para cá, já lançamos mais de 50 documentários e ensinamos mais de 30 milhões de brasileiros.
Sim, 30 milhões.
Esse foi o retorno da minha aposta: me tornar sócio e viver uma vida com propósito.
“Sacrifício – e trabalho – serve para manter o sofrimento afastado de forma muito mais eficiente do que o prazer impulsivo em curto prazo”.
É o que disse Jordan Peterson, psicólogo canadense. É preciso aprender uma máxima verificável por qualquer um: algo melhor pode ser obtido no futuro ao abrir mão de algo de valor no presente. Esta é a noção de sacrifício.
Se nós não suportarmos a dor, especialmente a psicológica, como vamos crescer? Não conheço nada na realidade que cresça sem o uso da força. Para uma massa de pão crescer adequadamente é necessário amassá-la, apertá-la. O trigo precisa ser triturado.
Para a árvore se tornar frutífera e frondosa é necessário deixar de ser uma semente. Para um homem ficar mais forte ele precisa empurrar e suportar muitos pesos na academia, de novo e de novo e de novo.
Para alcançarmos o prêmio das boas apostas devemos sonhar alto, isso é bom. Segundo Aristóteles, a finalidade de algo é a definição desse algo. Desse modo, a finalidade da vida de uma pessoa, seu objetivo e desejo principal, pode ser vista como a definição de sua personalidade, da sua história.
Quanto maior forem os objetivos da nossa vida, maiores serão as nossas possibilidades (potências, na linguagem aristotélica). Contudo, se as potências não forem colocadas em ato, em pequenos atos constantes - que irão doer -, a vida não chegará perto da finalidade desejada. Talvez alcance o nível de de um esboço de rabisco, ou menos que isso.
No marketing, quanto mais testes forem realizados, mais resultados se obtém. Até descobrirmos o público correto, a copy correta, o vídeo correto, muitos testes são feitos. Só que existe um porém: cada teste envolve gastos e a incerteza de que um bom resultado será alcançado.
Agora eu te pergunto: quantas apostas você está deixando de fazer por medo ou vontade de ficar na zona de conforto?
Decidir aprender algo novo envolve investimento de tempo e dinheiro. Mas e o benefício futuro alcançado pelo novo aprendizado? Dieta, músculos, mudança de trabalho, de casa, a pessoa com quem escolhemos conviver, filhos, tudo envolve uma decisão envolvendo abnegação. Mas e os frutos?
Escolher a zona de conforto também envolve riscos. Espero que esteja preparado para pagar o preço das apostas que você não fez.