As sanções impostas pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes sob a Lei Magnitsky criam um dilema complexo para bancos, redes sociais e outras empresas, dado que elas possuem operações no Brasil e nos EUA.
Essas instituições podem enfrentar conflitos entre cumprir ordens judiciais brasileiras, lideradas por Moraes, e aderir às sanções americanas, o que pode levar a sérios problemas financeiros, legais e operacionais em ambos os países.
Veja os possíveis impactos sociais e econômicos das sanções impostas a Alexandre de Moraes.
Os bancos, sejam brasileiros (como Itaú, Bradesco, Santander, Nubank) ou internacionais com operações no Brasil (como JPMorgan, Citibank, HSBC), estão no centro do conflito devido à natureza global do sistema financeiro e à influência dos EUA sobre ele.
Bancos que operam no Brasil são obrigados a cumprir essas ordens sob pena de multas, processos judiciais ou até revogação de licença pelo Banco Central do Brasil.
Os órgãos americanos não podem mais realizar atividades com Alexandre de Moraes. Negociar ou cumprir ordens de Moraes pode ser interpretado como apoio a um indivíduo sancionado pela Lei Magnitsky, já que Moraes foi acusado de "graves violações de direitos humanos".
A Lei Magnitsky permite que o Departamento do Tesouro dos EUA imponha sanções secundárias a entidades que mantenham relações com sancionados, incluindo:
O governo dos EUA, por meio de uma agência chamada OFAC (que controla sanções), pode bloquear o dinheiro que um banco tem em contas nos EUA, como dólares ou investimentos, se o banco descumprir regras americanas (ex.: manter contas de pessoas sancionadas).
O banco perde acesso a essas contas ou investimentos nos EUA, que ficam “congelados”. Isso trava operações internacionais, como pagar ou receber em dólar.
Em 2022, o banco russo VTB teve US$ 100 milhões bloqueados nos EUA por violar as sanções da Lei Magnitsky. Um banco como o Banco do Brasil, que opera em Nova York, poderia ter US$ 10 milhões a US$ 50 milhões congelados.
O banco pode acabar ficando sem esse dinheiro na hora e gasta muito para reorganizar suas finanças. Imagine uma conta com US$ 20 milhões nos EUA. O OFAC “tranca” esse dinheiro e o banco não pode usá-lo, prejudicando seus negócios globais.
Em 2022, Visa, MasterCard e American Express bloquearam bancos russos de suas redes após sanções semelhantes, demonstrando o impacto em instituições financeiras que não cumprem sanções americanas.
Um banco como o Santander, com operações nos EUA, pode ser pressionado a congelar contas de Moraes ou seus aliados.
Se cumprir essas ordens brasileiras, pode sofrer sanções nos EUA, comprometendo suas operações globais. Bancos brasileiros com operações nos EUA podem acabar enfrentando esse dilema, podendo optar por abandonar o mercado americano ou arriscar punições.
Se um banco decidir acatar as sanções americanas e se recusar a cumprir ordens judiciais de Moraes (como não bloquear contas de investigados), enfrentará problemas no Brasil.
Um banco que utiliza tecnologia americana (como servidores da Amazon ou Google Cloud), pode optar por cumprir sanções dos EUA para proteger suas operações internacionais. Isso, porém, pode levar a ordens judiciais brasileiras exigindo a retomada de serviços, sob risco de multas ou até saída do mercado brasileiro.
Empresas de tecnologia americanas, como Google (YouTube, Gmail), Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp) e X, também enfrentam dilemas devido às ordens de Moraes para remoção de conteúdo ou suspensão de contas no Brasil.
Se o YouTube remover um vídeo por ordem de Moraes, pode ser acusado nos EUA de apoiar censura, enfrentando multas ou processos que podem ser mais fatais devido ao peso do mercado americano.
Se empresas como Google ou Meta decidirem ignorar ordens de Moraes para cumprir sanções americanas, podem ser penalizadas no Brasil. Confira os possíveis riscos no Brasil:
O X, por exemplo, voltou a operar no Brasil após negociações com o STF, mostrando que empresas podem ceder à pressão brasileira para manter operações. No entanto, isso pode criar tensões com os EUA, especialmente com Musk, que criticou Moraes publicamente.
Empresas americanas ou com exposição ao sistema financeiro dos EUA, como companhias aéreas (Delta, United), serviços de pagamento (PayPal, Wise) e provedores de tecnologia (Amazon, Microsoft), também enfrentam riscos.
Empresas podem ser obrigadas a cumprir ordens judiciais brasileiras, como fornecer dados ou suspender serviços de indivíduos investigados.
Confira os riscos para os EUA:
A Amazon, que fornece servidores para empresas brasileiras, pode ser pressionada a cortar serviços para entidades ligadas a Moraes, sob risco de sanções.
Se essas empresas seguirem as sanções americanas, podem se recusar a cumprir ordens judiciais brasileiras, como fornecer dados ou manter serviços.
Uma companhia aérea como a Delta pode recusar voos para Moraes ou aliados, mas isso pode levar a retaliações judiciais no Brasil, como proibições de operação.
A aplicação da Lei Magnitsky a Moraes é considerada sem precedentes e pode agravar as relações Brasil-EUA, especialmente com as tarifas de 50% anunciadas por Trump.
As declarações de autoridades americanas, incluindo Marco Rubio e Scott Bessent, indicam que o governo Trump está disposto a expandir as sanções contra autoridades brasileiras além de Alexandre de Moraes, mirando aqueles percebidos como cúmplices em supostas violações de direitos humanos.
Embora nomes específicos de novos alvos ainda não tenham sido confirmados, a retórica sugere que outros ministros do STF, autoridades do TSE e membros do governo Lula estão sob risco.
A situação permanece fluida, com o Brasil considerando contramedidas e a comunidade internacional observando as implicações para as relações bilaterais e a soberania judicial.
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