“Era um dia frio e luminoso de abril, e os relógios davam 13 horas”. Neste resumo do livro 1984 de George Orwell, uma distopia não tão mais futurista, será possível entender aspectos da manipulação de massa e do controle da vida das pessoas. O romance começa em um dia frio, como frias ficaram as vítimas do totalitarismo.
1984 é uma das principais obras escritas em língua inglesa, figurando entre as mais conhecidas mundialmente.
Autor: George Orwell;
Ano de publicação: 1949;
Gênero: ficção utópica e distópica.
Sua narrativa convida à reflexão abordando temas atuais:
O que pode ocorrer em uma sociedade altamente vigiada?
O que acontece quando essa vigilância torna-se um mecanismo para controlar as pessoas?
Prepare-se para a maior produção já feita sobre a história do comunismo no mundo. O Épico História do Comunismo estreia gratuitamente no dia 14 de março, trazendo conteúdos inéditos sobre cultura, política, socialismo, comunismo e o século vermelho - para assistir de graça, faça seu cadastro aqui.
Entende-se por utopia a idealização de uma sociedade boa e ideal.
Denomina-se distopia a idealização de uma sociedade em condições de extrema opressão, desespero e privação.
Neste resumo do livro 1984 de George Orwell será possível entender porque o livro é uma distopia, e especialmente para quem o mundo descrito na narrativa é uma utopia.
Ao construir sua ficção, Orwell afirmou inspirar-se na reunião dos líderes do Aliados na Conferência de Teerã, em 1944. Conferência esta, que foi o primeiro de uma série de acordos firmados entre as superpotências durante a Segunda Guerra Mundial.
Omundo distópico de 1984, como será apresentado no resumo, também é controlado por totalitaristas. Entre as nações, prevalece uma guerra perpétua, além de uma forte vigilância governamental e manipulação pública.
Na criação do romance, Orwell escreveu de forma com que os capítulos possam ser agrupados em conjuntos. Antes do resumo do livro, é importante ter uma visão geral sobre isso.
Se você tem dificuldade para ler, entender e se lembrar do que leu, faça parte da Sociedade do Livro. Você vai aprender o método da leitura sintópica, o mais avançado e mais utilizado pelos melhores estudantes do mundo. Inclusive, a sociedade conta com aulas sobre 1984.
Além disso, grandes professores conduzirão a leitura de temas fundamentais ao ser humano, como morte, vida, amor, simbologia e muito mais. Um dos professores, Guilherme Freire, já fez comentários a 1984. Na Sociedade, ele faz a relação com outras obras.
A divisão dos capítulos em três partes
Na primeira, o autor retrata uma sociedade inspirada na opressão dos regimes totalitários das décadas de 30 e 40. Ele narra três nações distintas em 1984:
Oceânia;
Eurásia;
Lestásia.
Esses territórios estavam em constante guerra uns contra os outros.
O livro fala como é a nação de Winston, governada pelo Partido, coordenado por um personagem chamado Grande Irmão e pelos membros do partido interno, que eram ricos e com muitos benefícios. Obviamente, compunham a menor parte da sociedade.
O restante era dividido entre membros do partido externo, com menos benefícios; e prole, os abandonados.
Na segunda parte, é explorada a revolução interna do protagonista: Winston. Ele já não concordava com os ideais do Partido.
Na terceira parte, finalmente, tem-se o desfecho de 1984. Orwell evidencia que o totalitarismo é eficiente para manter a ordem.
Tendo em mente essa visão panorâmica da obra, resta conhecer o resumo do enredo de 1984.
Veja um resumo do livro 1984 em vídeo em uma produção exclusiva da Brasil Paralelo:
Resumo do livro 1984 de George Orwell
Capa do livro 1984, de George Orwell.
Exatamente como intitula o livro, a história passa-se em 1984. A narrativa revela um futuro distópico em que o Estado é extremamente autoritário e impõe um regime de vigilância sobre a sociedade.
O romance acontece na cidade que um dia fora Londres, na fictícia Oceânia, território dominado pela repressão e pelo medo.
Nessa realidade, o partido Ingsoc impõe a vigilância do Grande Irmão, de cujo poder ninguém escapa. O lema desse partido é:
“GUERRA É PAZ LIBERDADE É ESCRAVIDÃO IGNORÂNCIA É FORÇA”.
O partido é representado por quatro ministérios:
Ministério da Verdade, responsável por tudo o que é escrito, seguindo a lógica de que o partido é infalível e nunca erra;
Ministério da Paz, responsável pela guerra;
Ministério da Fartura, responsável pela economia;
Ministério do Amor, responsável pela espionagem e controle da população.
Winston Smith, um homem de meia-idade, representando o contraponto ao regime, é o personagem principal do romance. Ele fazia parte do Departamento de Documentação do Ministério da Verdade.
“Winston Smith, queixo enfiado no peito no esforço de esquivar-se do vento cruel, passou depressa pelas portas de vidro das Mansões Victory, mas não tão depressa que evitasse a entrada de uma lufada de poeira arenosa junto com ele”.
Sua função era alterar dados históricos e documentais para que nada contrariasse o que o partido preconizava. Toda a verdade era editada e o que não podia ser reescrito era destruído.
As estatísticas eram manipuladas para que tudo parecesse bom, ainda que estivesse de mal a pior, o que de fato acontecia. Os jornais eram alterados e a história era reescrita.
“Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado”.
Na Oceânia estava a ex-Inglaterra, as ex-Américas, a ex-Austrália, a Nova Zelândia e parte da África. O mundo nesse lugar era sombrio e opressivo.
Pelas ruas viam-se cartazes com o escrito:
“O Grande Irmão está de olho em você”.
Além dos cartazes nas ruas, havia nos lugares públicos e nos mais íntimos – mesmo dentro das casas – um tipo de televisão que monitorava, gravava e espionava a população.
Eram as “teletelas”, ferramentas de controle espalhadas por todos os cantos, transmitindo mensagens e monitorando sem parar. Funcionam como televisores e como câmeras ao mesmo tempo, porque o Grande Irmão devia ver tudo e saber tudo.
Uma das principais estratégias de manipulação da opinião pública é a Janela de Overton. Leia mais sobre isso e aprenda a perceber quando pode estar sendo aplicada.
O Grande Irmão
Olho do Big Brother (Grande Irmão), do livro 1984.
O Grande Irmão
O Grande Irmão é o ditador e líder máximo do Partido. Assumiu o poder após uma guerra global, parecida com a Segunda Guerra Mundial, mas com mais bombas atômicas. Nesse caos, as nações foram eliminadas e em seus lugares surgiram os três grandes estados transcontinentais totalitários já mencionados.
Ninguém nunca viu-o em pessoa e sua representação era como a de uma autoridade monstruosa. O tirano mais opressor e mais amedrontador devia ser abstrato, desconhecido, para que cada um moldasse em sua mente uma imagem diferente dele, conforme seu medo.
Todos deviam obedecê-lo.
“Vivemos uma era em que a liberdade de pensamento será de início um pecado mortal e mais tarde uma abstração sem sentido”.
A vida estava ruim, apesar do Partido dizer que tinha melhorado. Winston se lembrava de que antes era melhor.
Comprar no mercado comum, usar qualquer tipo de adereço, ficar muito tempo sozinho ou andar nos bairros onde a prole vivia era proibido pelo Partido.
De forma crescente, este cenário tornou-se insuportável e Winston começou a questionar o modo de agir do Estado. Mas agir dessa forma era um crime.
Crime-ideia
Quando alguém questionava os documentos e era denunciado, dava-se o enquadramento em “crimideia”, o crime de ideia. Caberia à “Polícia do Pensamento” eliminar o indivíduo.
“Crimideia não acarreta a morte: crimideia é a morte”.
Aquele que fosse pego contrariando o Partido desaparecia e tinha todas as evidências de sua existência apagadas ou era torturado e reeducado para voltar à sociedade.
A opressão era física e mental. A patrulha do pensamento conduzida pela “Polícia das Ideias” fiscalizava até as relações amorosas das pessoas, porque isso era proibido. Não havia mais leis, apenas regras determinadas pelo Partido.
A opressão que todos sofriam e que Winston não mais suportava também envolvia o idioma.
Contribua para que mais artigos como este continuem a ser produzidos e torne-se Membro Patriota da Brasil Paralelo por apenas R$ 10 mensais. Além disso, você acessa materiais exclusivos todos os meses e ajuda na expansão e continuidade deste trabalho.
Novilíngua
O idioma do futuro era a novilíngua. Era pensada para travar o pensamento pela diminuição do vocabulário.
A língua ganhou novos termos na ficção de 1984. Palavras antigas ganharam novos significados. Para criar um estado de confusão, a semântica foi distorcida.
Mas, como explicado no início deste artigo, o resumo do livro 1984 de George Orwell é a sintetização de um romance. Winston não estava sozinho.
O amor entre Winston e Júlia e a revolta contra o Partido
Winston detestava o sistema, mas evitava desafiá-lo. O máximo que fez até certo período, foi escrever em seu diário suas inconformidades. Quando apaixonou-se por Júlia, porém, tudo mudou.
Ela era funcionária do Departamento de Ficção. Sentindo cada vez mais forte em si o sentimento de um transgressor, ele começou a acreditar na possibilidade da rebelião dar certo.
Entretanto, combater o regime não seria fácil.
ABAIXO O GRANDE IRMÃO ABAIXO O GRANDE IRMÃO ABAIXO O GRANDE IRMÃO ABAIXO O GRANDE IRMÃO ABAIXO O GRANDE IRMÃO
Percebendo que Winston e Julia estavam se distanciando das atividades do partido, O´Brien - um dos grandes nomes do governo - convida os casal para um grupo secreto, contrário ao regime. O grupo era a única chance que os dois tinham para realmente causar danos ao grande irmão. Depois de muito pensar, eles aceitam.