Mockingbird (ou "Melro", em português) é o nome de um programa da CIA criado entre os anos 40 e 50 como parte da política norte-americana contra a União Soviética. O objetivo da Operação era influenciar a mídia contra o comunismo e moldar a opinião pública, tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos.
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo se dividia entre os Estados Unidos e a União Soviética. O medo de um terceiro conflito obrigou as potências a entrarem em um novo tipo de enfrentamento: a guerra psicológica. Nesse momento, as narrativas passaram a ser as novas armas.
A CIA tornou-se a ponta de lança dos Estados Unidos, cujo objetivo era garantir que a narrativa pró-americana prevalecesse.
Para isso, a CIA decidiu usar a imprensa como ferramenta de propaganda não oficial do governo. A agência se aproximou de grandes jornais, revistas e redes de rádio, forjando uma rede clandestina de operadores propagandísticos.
CIA é um acrônimo para Central Intelligence Agency (ou em português "Agência Central de Inteligência"). Diferente do FBI que foca as suas operações no solo americano, a CIA é um órgão focado em operações estrangeiras que procuram a proteção dos interesses nacionais além das suas fronteiras.
A nova divisão do mundo obrigava o governo norte-americano a colocar mais peso no seu braço estrangeiro, mais do que no local. Além disso, a CIA possui mais liberdade de ação do que o FBI.
No marco da Operação, o governo norte-americano resolveu usar as estruturas existentes no jornalismo nacional e plantar histórias, espalhar desinformação e assegurar que as notícias estivessem alinhadas com os interesses do governo americano.
Para isso, a CIA usou três nomes fundamentais: Frank Wisner, Philip Graham e Joseph Alsop V.
O papel do Wisner era ser o arquiteto da Operação. Wisner não era um nome alheio à Agência, pois durante a Segunda Guerra chefiou a Office of Strategic Services (Escritório de Serviços Estratégicos) na OSS –a CIA antes da CIA.
Em 1948, Wisner foi nomeado chefe do Office of Policy Coordination (Escritório de Coordenação de Políticas). Segundo fontes do governo, o Escritório estava focado em operações secretas relacionadas a “propaganda, guerra econômica, ação direta preventiva, [...] subversão contra estados hostis, e apoio a elementos anticomunistas nativos em países ameaçados do mundo livre”. Neste cargo, Wisner foi responsável pela rede de jornalistas que a CIA possuía no controle.
Philip Graham tornou-se dono e editor-chefe do Washington Post após a Segunda Guerra e foi recrutado pela CIA para ser o “point man” (a face) da Operação. Dentro do consórcio do Post, Graham também tinha controle da linha editorial da CBS, a gigante rede de TV aberta, o jornal Newsweek e o Times Herald.
Um dos homens de interesse recrutados na rede do Graham foi o Joseph Alsop V, que agiu como agente duplo usando seu status de correspondente estrangeiro como cobertura.
Além da rede de jornalistas-agentes, a CIA também criou revistas e jornais através da organização cultural “Congress for Cultural Freedom” (Congresso de Liberdade Cultural), como Encounter, Der Monat e The Paris Review.
Por anos, a Operação Mockingbird permaneceu nas sombras, mas na década de 70 o véu começou a ser rasgado.
O jornalista Carl Bernstein, famoso por sua investigação do escândalo de Watergate em que foi provado que o ex presidente Richard Nixon espionava na oposição, expôs a existência da operação em uma série de artigos na Rolling Stone intitulados “The CIA and the Media” (A CIA e a mídia).
Simultaneamente, o Comitê Church, uma investigação do Senado americano, confirmou publicamente as atividades clandestinas da CIA, incluindo a infiltração na mídia. A prova final veio com a biografia de Katharine Graham, a poderosa dona do The Washington Post e esposa do Phil Graham.
A autora Deborah Davis revelou como o próprio Phil Graham e a alta cúpula do jornal colaboraram com a CIA na construção de uma rede de jornalistas que faziam inteligência em seus jornais e promoviam narrativas oficiais em prol do governo norte-americano.
A pesquisadora Gallup mostrou em 2024 que apenas 31% dos norte-americanos confiam na mídia. As gerações mais velhas têm níveis de confiança mais altos, com 43% dos americanos com 65 anos ou mais.
Os mais jovens mostram níveis de confiança muito baixos, com apenas 26% de jovens entre 18 e 49 anos que confiam na mídia.
Defensores da liberdade de expressão consideram que a manipulação das notícias permanece como prática política. Em novembro de 2024 Charlie Kirk, líder da organização Turning Point recentemente morto em um evento no campus da Utah Valley University, criticou o investimento público de um quarto de bilhão de dólares para "combater a desinformação” desde 2016. Kirk também chegou a criticar a Operação Mockingbird em 2022.
“A Operação Mockingbird foi real. A CIA estava se infiltrando em redações, plantando histórias e controlando narrativas no século XX. E você acha que esse tipo de coisa simplesmente parou? Veja como a mídia se move em sincronia hoje — mesmos pontos de discussão, mesmas agendas. Não é coincidência”.
Veja quem foi Charlie Kirk, fundador e líder da organização Turning Point e ativista americano pela liberdade de expressão:
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