Às margens do East River, em Manhattan, ergue-se um dos prédios mais reconhecidos do planeta: a sede das Nações Unidas. Ali, presidentes e primeiros-ministros tentam resolver crises, assinam acordos históricos e travam embates que definem os rumos do século.
A ONU nasceu para ser uma instituição global e neutra, mas a sede da sua Assembleia Geral ser em Nova York carrega um peso histórico e politico.
A dúvida faz ainda mais sentido quando lembramos que outras cidades também concorriam para receber a organização. Genebra já carregava o legado diplomático da Liga das Nações. Paris era um centro cultural e político do pós-guerra. Londres reivindicava protagonismo após resistir ao nazismo. Até cidades americanas como Filadélfia e São Francisco estiveram no páreo.
A escolha de Nova York não foi casual. Foi resultado de poder político, de cálculo estratégico e até de um gesto decisivo da família Rockefeller que doou o terreno em Manhattan.
Assim, os Estados Unidos consolidaram não apenas a sede física da ONU, mas sua própria posição como centro da diplomacia mundial.
Em 1945, o mundo saía devastado da Segunda Guerra. Era urgente criar uma instituição que servisse de fórum permanente para negociações multilaterais. Mas o local onde ela seria instalada era motivo de debate.
A Europa ainda carregava os escombros da guerra. Cidades como Paris e Londres tinham prestígio histórico, mas estavam arrasadas economicamente. Genebra, apesar da tradição diplomática, carregava o estigma do fracasso da Liga das Nações.
Já os Estados Unidos emergiam como potência econômica e militar sem precedentes. O país tinha recursos, infraestrutura e estabilidade política para abrigar a nova organização.
A decisão de sediar a ONU em Nova York foi, assim, tanto prática quanto simbólica: mostrava ao mundo quem ditava a nova ordem internacional.
O fator decisivo para a escolha de Manhattan foi um gesto privado com impacto global. Em 1946, a família Rockefeller comprou e doou o terreno às margens do East River para a construção da sede.
A localização não era aleatória. Nova York era centro financeiro, midiático e cultural do Ocidente. Com a ONU instalada ali, os Estados Unidos não apenas ofereciam “casa” às Nações Unidas, mas também garantiam que a diplomacia mundial orbitasse sua própria esfera de influência.
Ter a sede em Nova York deu aos EUA vantagens permanentes:
Ao longo das décadas, esse controle se refletiu em tensões. Da Guerra Fria aos embates atuais sobre sanções, muitas vezes a ONU foi acusada de ser palco onde os Estados Unidos tinham mais poder do que os demais.
A instalação da ONU em Nova York não foi apenas uma questão de espaço físico. Foi uma decisão que consolidou o país anfitrião como epicentro da política internacional.
A mensagem, desde 1946, permanece clara: as Nações Unidas podem se apresentar como fórum de todos, mas sua casa está dentro de uma das maiores potências do mundo e esse endereço nunca foi neutro.
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