O dia em que o congresso parou
Com Alexandre de Moraes oficialmente sancionado pelos Estados Unidos na Lei Magnitsky, um novo capítulo na política brasileira começou.
Lideranças da oposição já haviam convocado protestos nacionais para o dia 3 de agosto, e a sanção a Moraes fez o engajamento da população aumentar.
Centenas de milhares de manifestantes foram às ruas no último domingo em diversas capitais brasileiras, cobrando uma resposta do Congresso.
Os protestos pediam a anistia dos presos do 8 de janeiro e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A resposta institucional não veio. E o clima se agravou na segunda-feira, um dia após as manifestações, quando Moraes decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro.
A decisão foi motivada por vídeos divulgados em redes sociais, em que Bolsonaro aparece conversando com aliados durante os atos.
Segundo o magistrado, isso teria violado a proibição do ex-presidente de usar as redes, seja diretamente ou através de terceiros.
Para entender mais sobre a influência do Poder Judiciário na política, assista ao vídeo sobre os políticos silenciados, postado aqui no canal.
Em 5 de agosto, um dia após a prisão de Bolsonaro, a oposição reagiu, ocupando as mesas diretoras das duas casas do Congresso. Com isso, impediu a retomada dos trabalhos da Câmara e do Senado após o período de recesso.
Parlamentares colaram esparadrapos nos olhos e bocas em protesto simbólico contra o que chamaram de censura e silenciamento.
Em meio à ocupação do Senado, o senador Magno Malta se acorrentou à cadeira da presidência da Casa. Em suas redes sociais, disse que só sairia com uma solução vinda do Congresso.
Ilustrar com vídeo na íntegra: magno malta acorrentado
A deputada Júlia Zanatta levou sua filha de apenas quatro meses para o plenário e ocupou a cadeira de Hugo Motta. A parlamentar gravou um vídeo com a bebê sentada na posição da Presidência da Casa.
A Polícia Legislativa, acionada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, não conseguiu retirar os manifestantes.
Sem sessões, o Congresso entrou em paralisia. Nenhum projeto foi pautado, e as articulações se restringiram aos bastidores.
Nikolas Ferreira e outros líderes do movimento passaram a divulgar um placar com a posição dos senadores sobre o impeachment de Moraes.
A lista começou com 34 favoráveis, passou para 38 e chegou à marca de 41 senadores, atingindo a maioria necessária para aprovar a abertura do processo de impeachment no Senado.
Entenda no próximo bloco o que acontece se o processo for adiante.
O julgamento do impeachment de Alexandre de Moraes