Naquele tempo, a Rússia vivia sob o regime czarista, um modelo de monarquia absolutista em que o governante era denominado czar. O país era majoritariamente rural e tinha uma economia fraca quando comparado ao restante da Europa.
No ano de 1914, estourou no mundo a Primeira Guerra Mundial e a Rússia foi diretamente envolvida, sendo o país que mais teve mortes em um curto período de tempo. Enquanto o governo gastava fortunas com gastos militares, a população passava fome.
Essa crise daria início à Revolução Russa, movimento diretamente responsável pela ascensão de Lenin ao poder.
No início do século XX, muitos intelectuais duvidavam de uma mudança pacífica. Acreditavam que apenas por meio de uma revolução violenta seria possível destituir o czarismo.
Um dos grupos que acreditava na “revolução pela ação” tentou assassinar o czar Alexandre II. Essa estratégia visava mostrar que os governantes não eram intocáveis.
Depois desse ato, Alexander III assumiu o poder, sendo ele um governante muito autoritário e que usava da violência contra o povo como a sua principal arma de domínio.
Um grupo também tentou matar o czar Alexandre III, mas fracassou. Todos os envolvidos foram condenados, entre eles, o irmão de Lenin que foi executado pelo governo.
Até então, Lenin não tinha nenhum envolvimento com a política, mas a morte do seu irmão mudou tudo, transformando-o em um ativista radical.
Em 1898, foi formado o Partido Social-Democrata russo que tomava Karl Marx como sua base teórica. Lenin ingressou neste partido e ficou cada vez mais envolvido com essa visão de mundo.
Em 1902, uma divisão interna do partido formou de um lado os bolcheviques e do outro os mencheviques.
Os mencheviques seguiam mais à risca o pensamento de Marx, ou seja, a revolução só aconteceria em um país que alcançasse o ápice do capitalismo. Já Lenin, e os bolcheviques, acreditavam na mudança imediata e violenta na Rússia.
Em 1905, milhares de operários foram até o czar entregar uma carta pedindo condições melhores de trabalho. Neste tempo, Alexandre III já havia morrido em decorrência de uma doença em 1894 e foi sucedido por seu filho, Nicolau II.
A manifestação foi reprimida com imensa violência e milhares de pessoas foram assassinadas. Esse dia ficou conhecido como o Domingo Sangrento.
Nicolau II foi obrigado a ceder à pressão popular e aprovou uma Constituição que estabeleceu um parlamento chamado de Duma.
Em 1914, estourou a Primeira Guerra Mundial e a Rússia entrou em uma grande crise. Muito investimento bélico, mortes de milhares de soldados e uma economia decadente no país.
Em 1917, manifestações frequentes começaram a acontecer em uma sociedade faminta e necessitada. Esses protestos cresceram e militares passaram a apoiar os manifestantes.
Nicolau II tentou fugir para outra cidade, mas foi preso no meio do caminho e obrigado a renunciar.
Uma das características que chamam atenção nesse processo, é a ausência dos partidos que tinham seus principais líderes fora da Rússia. Uma revolução espontânea derrubou uma monarquia que ocupava o poder desde 1613.
O governo provisório que assumiu após a revolução, liderado pelos mencheviques, não conseguiu estabelecer na Rússia a ordem que o povo queria. Lenin era o grande líder dos Bolcheviques e viu que aquele era um momento oportuno para agir, já que existia um vácuo de poder.
Os membros do partido desacreditaram dele, mas duas pessoas o apoiaram integralmente: Stalin e Trotsky. Lenin ordenou que seu partido orquestrasse um golpe de Estado.
A guarda vermelha invadiu o palácio e tomou o poder com certa facilidade. Agora, o maior desafio do partido seria se manter governando. O primeiro passo era convencer o resto do país de que agora eles eram o governo oficial e legítimo.
Logo após os bolcheviques tomarem o poder, houve o que Lenin chamou de um Estado Comunal, em que havia uma tolerância maior e mais abertura política para as pessoas participarem. Esse período durou de 6 a 8 meses.
Lenin retirou a Rússia da Primeira Guerra Mundial e começou o processo de socialização do país. Mas o que parecia estar indo bem, entrou em caos quando a resistência aos bolcheviques começou a questionar o seu poder. Esse questionamento deu origem à guerra civil.
Lenin nomeou Trotsky como líder do exército vermelho. Ele era um jornalista nascido na Ucrânia, filho de um homem muito rico. A partir de 1918, ele organizou um exército forte e impiedoso.
De 1918 a 1920, eles derrotaram todos os opositores do governo, tomando o controle total da Rússia e colocando fim à guerra civil.
Após a guerra, Lenin mudou o seu discurso que prometia dar mais poder aos trabalhadores. A sua postura foi a de um líder centralista e autoritário, que acreditava que o poder deveria estar nas mãos dos líderes do partido e, principalmente, na dele.
No primeiro dia de seu governo, Lenin pontuou que não era possível fazer uma revolução sem cadáveres. Já nos primeiros anos, foram milhares de pessoas executadas, inclusive a antiga família real russa.
Com o fim da guerra civil, a Rússia estava devastada. Muitas pessoas passavam fome, fazendas não tinham boas colheitas e fábricas pouco produziam.
A primeira medida foi forçar os camponeses a produzir e entregar tudo ao partido. Vendo que o resultado foi ruim, Lênin lançou uma nova política econômica, a NEP.
A medida reativava o comércio e o capitalismo em pequena escala na Rússia, o que trouxe bons resultados econômicos ao país.
Lênin ficou doente e estava cada vez mais perto da morte. Ele tinha dois sucessores naturais, Stalin e Trotsky. Lênin percebeu durante a sua morte que Stalin era rude, autoritário e manipulador e por isso escreveu um testamento aconselhado a não deixarem ele chegar ao poder.
Stalin e Trotsky entraram em uma disputa sangrenta por quem ocuparia o lugar de Lenin. Ao final, Stalin subiu ao poder e iniciou o período mais autoritário do país.
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