Após a Nona Sinfonia de Beethoven, muitos músicos não ousaram compor novas sinfonias. O que nem todos sabem é que, enquanto concebia a música mais famosa da história, considerada Património Cultural da Humanidade, Ludwig van Beethoven estava ficando surdo.
No auge da perda auditiva, aos 48 anos de idade, o maior gênio da música de todos os tempos conseguiu atingir o ápice da sua técnica, que até hoje é considerada única.
O drama vivido pelo compositor foi transcrito numa carta: o Testamento de Heiligenstadt.
Dedicado aos seus irmãos mais novos, Kaspar e Nicolaus, esse testemunho foi encontrado somente após a morte de Beethoven. Ele faleceu em 1827, aos 57 anos de idade, em Viena, Áustria.
A história do artista é contada no primeiro Especial de Natal da Brasil Paralelo pelo professor e pianista Alvaro Siviero. Ele foi o primeiro brasileiro convidado a participar da imersão na obra de Beethoven na Casa Orfeo, em Positano (Itália).
"Recolhendo os pertences dele no piano, os familiares encontraram essa carta, que é conhecida como testamento. São palavras direcionadas aos irmãos, mas servem para a humanidade inteira", destacou Siviero, que tocou Beethoven enquanto a carta era lida no programa.
A cena é uma das cenas mais impactantes de todos os especiais de Natal da BP.
"Creio que já assisti esse trecho umas dez vezes, e sempre me emociono. Beethoven não só inventou um estilo musical, mas escrevia muito bem, com imensa profundidade e capacidade literária de revelar o que sentia", comentou Lara Brenner, apresentadora da edição 2022 do Especial de Natal da BP.
Em live sobre o programa, o editor-chefe do portal da BP, Victor Lucius, observou que essa carta testamento tem um forte ponto em comum com o Natal:
"Ao escrevê-la, Beethoven coloca os olhos na atemporalidade. Diante da deterioração da sua audição, o sentido principal para sua carreira, ele aponta para a eternidade, assim como o Natal nos aponta para Jesus".
Veja trechos do Testamento de Heiligenstadt, a carta que virou um dos maiores legados de Ludwig van Beethoven:
"Como confessar esse defeito de um sentido que devia ser, em mim, mais perfeito que nos outros, de um sentido que, em tempos atrás, foi tão perfeito como poucos homens dedicados à mesma arte possuíam! Não me era contudo possível dizer aos homens: “Falai mais alto, gritai, pois eu estou surdo”.
Perdoai-me se me vedes afastar-me de vós! Minha desgraça é duplamente penosa, pois além do mais faz com que eu seja mal julgado. Para mim, já não há encanto na reunião dos homens, nem nas palestras elevadas, nem nos desabafos íntimos. Só a mais estrita necessidade me arrasta à sociedade. Devo viver como um exilado.
Adeus e não vos esqueçais inteiramente de mim na eternidade. Bem o mereço de vós, pois muitas vezes, em vida, preocupei-me convosco, procurando dar-vos a felicidade.
O que contra mim fizestes, há muito, bem sabeis, já vos perdoei."
Sede felizes!”
Heiligenstadt, 6 de outubro de 1802. Ludwig van Beethoven
Conheça toda a vida, obra e legado de Ludwig van Beethoven e leia a carta na íntegra neste artigo da Brasil Paralelo.
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