A promessa de um filho para o pai vira realidade em documentário da Brasil Paralelo

Ao escrever seu TCC na faculdade de jornalismo, Diego Rosa jamais poderia imaginar que ele o permitiria trabalhar na Brasil Paralelo e realizar um sonho pessoal. Mais que um sonho, permitiu a realização de  uma promessa que fez a seu pai.

"Esse documentário se confunde com minha história aqui na Brasil Paralelo" afirma Diego Rosa, diretor do próximo documentário: A Camisa Mais Pesada do Mundo.

Diego Rosa é jornalista, entrevistador, roteirista e diretor de documentários da Brasil Paralelo. Sua história mostra como  o documentário de futebol é também a realização de um sonho.

"Até conhecer a Brasil Paralelo, trabalhei basicamente com jornalismo político e pouco com cultura."

Diego e seu pai Laerce Rosa colecionam histórias dos jogos do Flamengo que assistiram juntos. O futebol era o que mais conectava os dois. Nessa paixão comum foi que, no início da faculdade, Diego prometeu a seu pai:

"Nunca tinha feito nada com esporte, mas falei com meu pai:
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Não sei se vou trabalhar com esporte, mas algum dia eu vou fazer alguma coisa com futebol e eu vou gravar com o Zico e vou te levar para conhecê-lo.
Eu prometi isso para ele há alguns anos, antes de entrar na faculdade. Foi aquela promessa de coração!"

Para o Diego, concretizar esse sonho foi muito importante.: 

"Poder proporcionar isso para ele, devolver um pouco desse amor… esse documentário é muito especial para mim."

Ao comentar o propósito do documentário, Rosa deixa claro que o futebol é muito mais que um esporte:

"Esse documentário é muito especial para mim. Gosto de futebol não só pelo esporte, o 11 contra 11, gols… gosto justamente porque o futebol é aquilo que mais me conecta com meu pai.
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Esse filme para mim não é apenas sobre futebol, não se trata de analisar táticas e de falar quem tem a melhor seleção, mas de resgatar um sentimento de pertença que os brasileiros tinham, um sentimento que é uma herança de pai para filho, é uma coisa que une famílias e conecta amigos."

Durante a entrevista, quanto mais Diego contava sua história, mais ela se unia e se fundia com a produção do novo documentário. 

Um projeto pessoal que virou um documentário

"Sou formado em jornalismo e sempre quis trabalhar com esporte. No final da faculdade, notei que estava tendo um problema de acessos. Tentei uma vaga para a Globo Esporte de São José dos Campos, cheguei na última etapa e depois fiquei sabendo por algumas pessoas que trabalhavam lá que não fui selecionado por conta de alguns posicionamentos políticos meus.
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Eles ligaram na minha universidade e conversaram com uma professora minha. Como nós tivemos alguns problemas, ela deu referências bem ruins de mim."

Diego não sabia, mas seria justamente seu TCC que garantiria seu ingresso na Brasil Paralelo, justamente onde hoje ele realiza um sonho:

"Acabei vindo para a Brasil Paralelo logo que saí da universidade. O TCC de jornalismo envolve uma monografia e uma entrega prática. Resolvi fazer um documentário sobre futebol, mas apresentando com uma abordagem diferente.
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Muitas pessoas fazem jornalismo só para falar de esporte, não foi meu caso. Escolhi falar sobre corrupção na FIFA e na CBF.
Fiz o documentário sozinho. Era eu, uma Nikon 3200, um tripé que peguei emprestado do pessoal da Igreja e um microfone emprestado de um professor de rádio da faculdade."

Diego lembra com bom humor as dificuldades financeiras que seu projeto trouxe: "Eu viajei para São Paulo, Rio de Janeiro e até Brasília. Eu fiz esse documentário todo com dinheiro meu, todo final de mês ficava no cheque especial."

A realização de um sonho na Brasil Paralelo

"Um amigo meu, Pedro, trabalhava na editora LVM. A editora já estava trabalhando junto com a Brasil Paralelo para fazer o livro sobre o Brasil, A Última Cruzada. Numa bienal do livro (2019), o Pedro estava com o Filipe Valerim e me apresentou para ele. Eles estavam buscando alguém para compor o time de produção, para trabalhar com documentários."

Ele relembra que na época que entrou não existia um time de documentários como hoje na Brasil Paralelo, eram apenas 15 funcionários, ele foi o 16o funcionário do time Brasil Paralelo.

"O Valerim me chamou para uma conversa em São Paulo, o escritório ainda ficava na Vila Olímpia. Chegando lá, encontrei com o Valerim e o Lucas Ferrugem também estava na conversa. Ferrugem disse que tinham mudado de ideia e aí já me deu aquele frio na barriga e uma certa decepção porque não ia dar certo, mas para minha surpresa eles falaram que me queriam no time em definitivo.
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Ferrugem me perguntou: Do que você precisa para vir para cá? Respondi: Eu preciso de uma proposta. O começo da minha história se deu aqui."

O pai desejava que ele seguisse seu caminho como engenheiro. Sua escolha foi pautada no seu interesse maior pela área de humanas e pelo jornalismo.

"Eu sabia que se eu me aplicasse eu teria sucesso", afirmou o diretor. Apesar do gosto por esportes, seus trabalhos na faculdade foram todos voltados para política e cultura.

No início de seu curso, Diego Rosa fez uma promessa a seu pai:

"Nunca tinha feito nada com esporte, mas falei com meu pai:
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Não sei se vou trabalhar com esporte, mas algum dia eu vou fazer alguma coisa com futebol e eu vou gravar com o Zico e vou te levar para conhecê-lo.
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Eu prometi isso para ele há alguns anos, antes de entrar na faculdade. Foi aquela promessa de coração!"

Ele não esperava que poderia realizar esse sonho tão cedo em sua carreira.

Depois de integrar o time da Brasil Paralelo, o diretor, roteirista, entrevistador e pesquisador Diego Rosa trabalhou em grandes Originais da Brasil Paralelo: Pátria Educadora, Donos da Verdade, Cortina de Fumaça, Entre Lobos.

Com 2 anos de empresa, Diego resgatou seu TCC e fez uma proposta que mudou sua vida.

"No final de 2021, eu falei com o Lucas: cara, ano que vem é ano de Copa do Mundo, temos que fazer alguma coisa sobre isso e ele topou na hora. O Ferrugem falou que era uma intenção da Brasil Paralelo, mas que faltava alguém que fizesse isso, que tivesse esse interesse e conhecimento de futebol na empresa."

A Camisa Mais Pesada do Mundo

Diego Rosa sabia que poderia assumir o projeto de futebol na Brasil Paralelo. O esporte que aprendeu a amar com seu pai e que virou um projeto de TCC na faculdade seria transformado em documentário sob sua direção.

O passo seguinte foi fazer contato  com o jornalista esportivo Rica Perrone, ele se tornou um consultor no processo de elaboração do A Camisa Mais Pesada do Mundo. O jornalista fez a ponte entre Diego e o craque Zico.

"Ele me passou o contato do assessor dele, falou para eu ficar tranquilo, que o Zico era super acessível. O mês escolhido para a entrevista foi julho, o assessor falou que era um mês corrido, mas que ele tinha uma data apenas e que ia confirmar"

Diego revela que teve a impressão de que viveria esse momento especial justamente no dia de seu aniversário:

"Eu pensei, vai cair no dia 12, dia do meu aniversário. Eu liguei para o meu pai e falei que consegui a entrevista com o Zico e que alguma coisa me dizia que ia ser no dia 12 de julho. Meu velho, meio desconfiado, falou: legal, vamos ver né. Daí chegou a confirmação da data: dia 12 de julho."

O diretor relata a emoção que foi proporcionar todo esse momento para seu pai:

"Levei meu pai, nos encontramos no Rio de Janeiro. Ele parecia uma criança. Imagina isso: eu gosto de futebol porque eu cresci ouvindo meu pai falando do Flamengo que ele viu, o Flamengo que era super vitorioso, que ganhou o Mundial, a Libertadores e ele sempre falou muito do Zico. Meu pai é Deus no Céu e Zico na Terra. Eu poder proporcionar isso para ele, devolver um pouco desse amor… esse documentário é muito especial para mim.
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Eu gosto de futebol não pelo esporte, o 11 contra 11, faz gol, eu gosto justamente porque o futebol é aquilo que mais me liga com meu pai."

O futebol e o Clube de Regatas do Flamengo sempre foram um ponto forte de contato entre Diego e seu pai Laerce:

"Assim como meu pai, eu tenho uma personalidade forte e eu não me lembro uma vez na minha infância em que a gente brigou e se pediu desculpas. Sempre no dia seguinte meu pai chegava no café da manhã e falava quem vai jogar na lateral hoje? Qual vai ser o ataque? Vamos jogar contra quem? E a gente começava a conversar de novo e já estava tudo bem."

O documentário é muito mais que futebol:

"Esse filme para mim não é sobre futebol, não se trata de analisar táticas, de falar quem tem a melhor seleção, mas de resgatar um sentimento de pertença que os brasileiros tinham, um sentimento que é uma herança de pai para filho, é uma coisa que une famílias e conecta amigos. É uma coisa que ignora diferenças culturais, sociais e religiosas.
A arquibancada, de repente, é o lugar mais democrático deste país. O local onde o gari encontra o desembargador. Onde você abraça uma pessoa que está do seu lado e você mal a conhece, o abraço acontece simplesmente porque vocês vestem as mesmas cores. Ninguém quer saber qual a religião da pessoa ou se ela vota em um partido diferente, há ali um sentimento que une os torcedores.
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E essa foi a proposta que eu fiz para a Brasil Paralelo, que eu fiz para o Lucas Ferrugem, esse bom sentimento que o futebol traz é algo que merece ser resgatado. O documentário é um sonho antigo que antes de ser escrito e dirigido foi sonhado por mim.
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É uma boa oportunidade de resgatar a união do país em torno dessa camisa que é um símbolo brasileiro. Lá fora somos reconhecidos por essas cores, pelos diversos destaques que nossos atletas tem no mundo inteiro. E uma frase que o Rica Perrone falou em entrevista descreve bem essa situação: "os países geralmente têm bandeiras, o nosso tem uma camisa.", por isto este projeto se faz tão necessário."