Certa vez um amigo me disse uma frase que eu nunca esqueci: a mesma pessoa que tem potencial pra ser filha da p*, tem potencial pra ser santa.
A pessoa que diz não ter foco pra ler um livro é a mesma que passa o dia todo maratonando uma série sem piscar.
A pessoa que diz não conseguir ter constância em nada é a mesma que há anos toma cerveja toda semana, no mesmo bar, com os mesmos amigos.
O preguiçoso que não arruma a própria cama é o mesmo que tem disposição para ir até a praia surfar nos fins de semana.
Aquela mulher corpo-mole que diz não ter disposição para fazer exercícios é a mesma que bate perna por 3 horas num shopping e não cansa.
Ainda que o filho da p* e o santo habitem na mesma pessoa, é o “querer ser” que torna alguém mais filho da p* ou mais santo.
Se dentro de você é o preguiçoso que fala mais alto, é porque você quer que o diligente ouça calado.
Se dentro de você é o guloso que manda, é porque você não quer alimentar o temperante.
Pra que as virtudes ganhem as lutas contra os vícios é preciso que a vontade não fique no “desejaria”, mas que seja um “quero” formulado com toda a alma. Desejar e querer de fato são coisas diferentes.
É preciso que haja a decisão de fazer e, na prática, todos os dias, viver as virtudes que nunca foram vividas.
Enquanto não houver essa virada decisiva do “desejaria” para o “quero”, só teremos mais do mesmo: desordem e decadência.
Com o verdadeiro e decisivo querer, começam os atos deliberados: ações conscientes e esforços repetidos, até que o caráter bem formado se imponha ao temperamento inconstante.
E até que o preguiçoso, o guloso ou o desordenado não passem de meros filhos da p* que um dia, lá no passado, tentaram ferrar com o santo que há em você.