Sejamos objetivos. Sabe qual o problema da militância?
É que ela não se olha no espelho.
"Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é."
Não aceitam ouvir um "não" como resposta, não podem tomar uma dura do chefe que já chamam de assédio, não aceitam receber um diagnóstico do médico que consideram gordofobia, não aguentam levar um toco do contatinho que já querem cortar os pulsos e desistir da vida.
Na primeira porrada, choram feito bebês e xingam muito no Twitter.
É a geração plástico bolha.
Se vitimizam na primeira chamada de atenção, não respeitam hierarquias, não engolem sapos, não podem ser contrariados ou frustrados por absolutamente nada.
Quando chegam no mercado de trabalho, descobrem que o resto do mundo não dá a mínima para as suas três maiores habilidades: o textão no Facebook, os vídeos de dancinhas rebolando a raba e as fotos seminuas seguidas de frases motivacionais e emojis de arco-íris.
Ninguém lá fora está interessado em debater se devemos usar “x” no final de palavras com dois gêneros, ou para qual gênero flui o Homem-Aranha do multiverso alienígena.
Enquanto os jovens da nova geração estiverem preocupados em tirar selfies e engajar hashtags em lutas contra canudinhos de plástico, esperando que políticos populistas os sustentem por toda vida, adultos estão preocupados em produzir.
Mas reclamar - apesar de não resolver nada - dá muito mais likes, né?
A degradação dos valores familiares, a relativização moral, o abandono da tradição, a ausência da figura paterna, a terceirização da culpa e das responsabilidades, a revolução cultural perpetuada dentro das universidades e afins são, em grande parte, responsáveis pela criação de uma geração mimada, imatura e sem qualquer compromisso com a realidade.
Um erro comumente cometido pela atual geração ao se tornarem pais é aquele velho pensamento: "vou dar pro meu filho tudo aquilo que eu não tive".
Ok, bonito, no papel é tão lindo quanto o socialismo. O problema é quando falta papel.
Raramente esse tipo de conduta na criação dos filhos é benéfica, e quase sempre educa uma horda de bestas mimadas que acham que podem ter tudo o que querem na hora que desejarem.
Que saudade do “na volta a gente compra”!
Lembra? Você ia no shopping passear com o papai e a mamãe todo feliz e via na vitrine aquela edição especial do WAR com miniaturas de tanques e aviões que custava o olho da cara – e que provavelmente você só iria jogar uma vez, já que o tempo médio de duração de uma partida é de 45 dias corridos.
Era talvez o primeiro contato da criança com a mentira, mas ao menos formava caráter. Você aprendia, se esgoelando aos prantos pelos corredores do shopping, a dura lição de que o mundo não lhe deve nada.
O mimimi da geração Merthiolate que não arde tem início com os progenitores da mesma.
Você acha que a criança mimada não poderia piorar? Ledo engano.
Ela cresce e vira algo muito pior, cheio de espinhas na cara, piercings nos orifícios, maconha na mente e uma vontade louca para fazer merda: o tal do jovem.
Chorão certa vez cantou que “o jovem no Brasil não é levado a sério”. Não entendo até hoje se foi uma crítica ou elogio
Chegamos no momento da sofrência.
É sofrência pelo boy, pelo patriarcado, pelo emprego opressor, pelo patrão capitalista, pelos padrões estéticos impostos pela sociedade branca européia, pelo papai machista que não quer me dar a mesada...
O chororô pela friendzone foi oficialmente substituído pelo chororô da reciprocidade.
A geração Nutella recebendo um "não" como resposta já vem falar em relacionamentos tóxicos, responsabilidade afetiva...
Ninguém é obrigado a te retribuir nada não, mermão, vê se cresce!
"Ain, mas se fere a minha existência, serei resistência."
De onde diabos vocês tiraram essas coisas?
Nunca se viu nada mais sentimentalista, auto piedoso e bunda-mole. Como é que gente assim, do gênero floquinho de neve não-binário, pretende "resistir" a alguma coisa?
“Nossa geração fará uma revolução no atual sistema!”
Sua geração não consegue sequer definir se é menino ou menina.
Como é que se "fere" uma existência, meu anjo?
Se feriu, passa Merthiolate (do antigo, do bom, daquele que arde) e coloca um Band-Aid.
Engole o choro e vira gente!
É a mesma turma que te pede para crescer, enquanto não contribuem para a sociedade.
Que quer mudar o mundo, mas não arruma o próprio quarto.
Os mesmos que te mandam estudar história e repetem chavões feito papagaios de pirata.
Sabem tudo sobre a nova coreografia da Anitta, mas experimente pedir para definirem o que é o fascismo em uma frase...
E aí, já enxergou o seu próprio reflexo no espelho hoje?